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Softbank acirra a disputa por fintechs no Brasil

A mais recente empreitada do Softbank no Brasil, o maior fundo de investimentos em tecnologia do mundo, presidido por Masayoshi Son, foi anunciada ontem: a gestora pagou o equivalente a R$ 1 bilhão em papéis do Banco Inter por 8% das ações da instituição mineira. 

No total, o banco da família Menin, dona da construtora MRV, captou R$ 1,2 bilhão. Desse montante, R$ 380 milhões vieram de acionistas que exerceram direito de preferência e perto de R$100 milhões ficaram com o mercado. Ontem, as ações do banco subiram quase 16%. 

O Inter, que abriu seu capital em abril do ano passado, experimentou uma valorização de suas ações na ordem de 447% nos últimos 12 meses. Com este aporte, o banco pretende expandir sua atuação para além do segmento financeiro (especula-se que o alvo seja o setor de Turismo), por meio do lançamento de um super app. Os recursos da operação de ontem fazem parte do Softbank Innovation Fund, voltado para a América Latina, dentro da estratégia de transformar a gestora japonesa na “maior empresa do mundo” (entenda a fundo a Fórmula Softbank neste Report especial do Experience Club).

Para o analista Carlos Daltozo, head da Eleven Financial, a oferta de ações desta semana, que culminou com o investimento do Softbank, é resultado de um movimento que já vinha sendo preparado desde março do ano passado, quando o Inter solicitou autorização do Banco Central para participação estrangeira em seu capital. “A entrada do Softbank vem ao encontro da intenção do banco em diversificar a sua atuação e investir na criação de super apps nos moldes chineses. Neste sentido, eles são o parceiro ideal para acelerar esses planos já que possuem expertise global para isso”, pontua. 

Fome de Brasil e AL

O Softbank foi responsável por liderar rodadas de investimentos que já injetaram quase US$ 700 bilhões em startups brasileiras. Ainda neste mês, além do Inter, a gestora fez um aporte no valor de US$ 231 milhões na Creditas, fintech de empréstimo pessoal fundada no Brasil pelo espanhol Sergio Furio.

A diversificação no mercado de startups financeiras no país já está no radar do Softbank há algum tempo. O fundo já havia se aproximado da principal estrela do mercado, o Nubank, que acabou fechando uma rodada de investimentos de US$ 400 milhões da firma de private-equity americana TCV. Todo este movimento mostra que o mercado brasileiro de fintechs tem se mostrado cada vez mais atraente, especialmente para os fundos de investimento estrangeiros. 

Exitem mais de 400 fintechs no Brasil, sendo a maioria delas focada em crédito. Desde 2015, o número de empresas tem crescido 96% ao ano, somando mais de 400 startups de tecnologia financeira em operação atualmente, conforme aponta o Radar Fintechlab 2018. Este número representa 8,8% das startups do país. 

A atração de investidores nesse novo mercado está relacionada, em parte, a iniciativas do Banco Central para tornar o ambiente regulatório mais propício a novos concorrentes, sobretudo com perfil tecnológico. Entre esses movimento está a agenda BC#, uma ampliação do projeto original BC+, de 2016, que visa fomentar a educação financeira e tornar o sistema mais inclusivo e competitivo como um todo.

“O BC vem demonstrando preocupação em incentivar a concorrência, mirando especialmente a redução de custos para o consumidor final.[autor]Carlos Daltozo, head da Eleven Financial[/autor]

No que depender do Softbank, o horizonte de investimentos é promissor para toda a América Latina. Operando desde março de 2019 o Softbank Innovation Fund conta com um total de US$ 5 bilhões, sendo US$ 2 bilhões de recursos próprios dos japoneses. Parte deste fundo foi destinado à startup Gympass, um dos novos unicórnios brasileiros. O fundo liderou uma rodada com primeira tranche de US$ 190 milhões e valor final estimado em mais de US$ 500 milhões.

Texto: Luana Dalmolin

Imagem: Unsplash

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