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Fusões e aquisições baterão recorde em 2019

As fusões e aquisições de negócios nunca estiveram tão aquecidas no Brasil. Uma prova disso é que, mesmo sem o ano ter terminado, já é possível assegurar que ele registrará novo recorde de transações.

Segundo cálculos da KPMG, que mapeia o mercado desde 1994, pela primeira vez na série histórica, o volume de negócios irá superar a casa dos mil. Em termos comparativos, ao longo de 2018, aconteceram 967 operações.

A consultoria contabiliza aquelas que foram anunciadas e submetidas ao crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), responsável por aprovar, recusar ou ainda impor restrições à compra e venda de empresas.

Entre os setores que tiveram destaque ao longo deste ano estão o de Internet, que considera, por exemplo, todo o ecossistema de startups, e o de Tecnologia da Informação, no qual estão inseridos negócios entre empresas de software e hardware.

Luís Motta, sócio que lidera a área de fusões e aquisições da KPMG, observa que mais de 20% do volume total de fusões fechadas no ano envolveu companhias do segmento de Internet.

“A quantidade é bastante relevante porque, além da pulverização desse mercado, ele é muito dinâmico e é onde a inovação está acontecendo a todo instante.”

Outro dado importante é a participação de private equity e venture capital nos negócios. Das 879 fusões contabilizadas até o momento, aproximadamente 250 contaram com recursos desses investidores.

De fato, dinheiro não falta para a modalidade. No total, esses fundos somam R$170 bilhões em capital a ser investido no Brasil, patamar recorde nos últimos oito anos.

Se, mesmo com a economia crescendo de forma tímida os negócios atingirão recorde no ano, o que esperar de 2020, com uma possível e aguardada expansão mais robusta do PIB?

“Na medida em que a economia cresce e as empresas conseguem planejar melhor seus negócios, o cenário também fica mais positivo para fusões e aquisições a longo prazo”, aponta Motta, da KPMG.

Para além disso, outro aspecto que deve ser considerado quando se analisa o mercado de fusões e aquisições ao longo do tempo é o dinamismo que vem sendo demonstrado por startups e empresas de pequeno e médio portes.

“Há o mundo das grandes empresas, muito sujeito à macroeconomia e à volatilidade econômica. E outro, bem distinto, o de transações de middle market, de até R$ 100 milhões. Esse é o mundo onde acontece a transformação digital e ele está cada vez mais ativo”, compara Marcelo Tommasi, executivo de finanças corporativas da Crowe.

Outro motivo para apostar num 2020 com empresas continuando a ir às compras diz respeito ao forte movimento do mercado de capitais no ano que caminha para o fim.

Com o caixa cheio após levantarem, até novembro, R$ 78,3 bilhões em ofertas de ações e aberturas de capital, muitas companhias recorrerão a fusões para ganhar mercado e superar a concorrência.

“A área de M&A tem boas expectativas. O ano que vem deve ser muito ativo, com setores como tecnologia, varejo, educação e saúde tendo destaque”, projeta Ronaldo Assumpção, sócio do escritório Miguel Neto Advogados.

Texto: Luciano Feltrin

Ilustração: Reprodução e Experience Club

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