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Fintech quer acabar com os recibos em papel do planeta

Mesmo com inovações que fazem produtos e serviços ficarem ultrapassados cada vez mais rápido, há práticas tão arraigadas que parecem não se renovar nunca. Entre elas estão os recibos de papel impressos e entregues aos clientes após cada compra realizada pelos quatro cantos do mundo. Se não bastassem os custos aos comerciantes e a sua inutilidade, já que muitas vezes vai para o lixo segundos depois da transação, os pequenos papeizinhos usados como comprovante ainda causam danos ao meio ambiente.

Se depender do banco digital Monzo, os recibos de papel estão com seus dias contados.

A fintech passou a oferecer a seus mais de 1,4 milhão de clientes a possibilidade de receber os comprovantes pelo app. Lançado no final de janeiro em conjunto com a startup Flux, que desenvolveu a tecnologia, o projeto já conta com parceria de algumas redes varejistas do Reino Unido como são os casos de Pod, Pure, EAT e Itsu, que juntas somam mais de 200 estabelecimentos espalhados pelo país.

Do simples café a compras para casa, os usuários do cartão coral do Monzo nessas unidades recebem em seus smartphones uma mensagem perguntando se querem receber o comprovante digital ao invés do papel. Tendo a seu favor a bandeira em prol do meio ambiente, a iniciativa já tem novos interessados em fazer parte do projeto como é o caso da rede Costa Coffee, que tem cerca de 4 mil unidades dentro e fora do Reino Unido.

“Realizamos um pequeno piloto com a Flux antes do lançamento oficial e o feedback dessa iniciativa foi muito positivo. Há algo mágico em poder receber um pop-up em seu aplicativo do banco no momento que a compra é realizada”, diz Tristan Thomas, diretor de marketing do Monzo, ao comentar os primeiros testes do projeto na loja da EAT localizada na Old Street, em Londres.

O interesse imediato pela tecnologia é explicado não só pelo lado sustentável com a redução do papel no mercado como também pela economia gerada aos comerciantes.

A estimativa é que os recibos custam atualmente às empresas britânicas mais de £32 milhões por ano.

Outro atrativo para os estabelecimentos é a possibilidade de criar programas de fidelidade tendo como base os dados de compra armazenados digitalmente facilitando assim a oferta de benefícios aos clientes mais assíduos.

Concorrência à vista

A inovação do Monzo, entretanto, já enfrenta a concorrência de outros bancos digitais europeus como é o caso do alemão N26, que tem cerca de 2,3 milhões de clientes e planeja introduzir a tecnologia para gerar recibos digitais neste primeiro semestre de 2019. Projetos semelhantes também estão sendo desenvolvidos pelos também britânicos Starling Bank e Revolut.

O sucesso do projeto do Monzo com a expansão no mercado dos comprovantes de compra por meio do aplicativo deve elevar seu valor de mercado. Em outubro do ano passado, o banco levantou £85 milhões fazendo do Monzo o mais novo unicórnio britânico sendo avaliado em £1 bilhão.

Com o investimento, especula-se que o próximo passo é expandir a atuação para os EUA. Caso o plano se concretize, não deve demorar para os recibos digitais ganharem também o mercado americano.

Texto: Fábio Vieira

Imagem: Unsplash

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