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Davi enfrenta o Google no mercado de buscas

As transformações tecnológicas em curso abrem espaço para novos competidores, mesmo em áreas dominadas por gigantes aparentemente imbatíveis, como o Google. Um dos mais novos competidores da companhia americana é um sistema de busca chamado Elastic Search. Você provavelmente nunca ouviu falar. Mas as chances de que já tenha usado indiretamente são altas. Quando alguém chama um carro usando aplicativo, é a Elastic que ajuda a localizar o veículo mais próximo. O mesmo vale para a seleção de alguém com afinidades no Tinder ou produtos que mais lhe agradam em sites de varejo, como o Walgreens. É o que está no formulário S-1, entregue pela companhia à Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC, na sigla em inglês), em setembro, cerca de um mês antes do lançamento de ações na bolsa de Nova York, a New York Stock Exchange (NYSE).

Fundada em 2012, a Elastic não tem um portal de buscas como o Google, onde se pode procurar o que se quiser na internet. O que pode parecer um limitador. Mas a companhia entende buscas como algo muito mais amplo. “Atualmente, o que buscamos aumentou e inclui uma quantidade cada vez maior de dados estruturados e não estruturados de diversas fontes, como bancos de dados, sites, aplicativos e dispositivos móveis e conectados”, diz a companhia no manifesto.

Você provavelmente nunca ouviu falar, mas as chances de já ter usado Elastic Search são altas

Embora uma pesquisa geralmente comece em caixas de busca, como no Google, ela inclui hoje outras ações corriqueiras, como arrastar o dedo em um mapa no celular ou dar um zoom em um período de tempo específico de um histograma. Ou ainda ações bastante sofisticadas, como usar processamento de linguagem natural para analisar o sentimento dos usuários em relação a um produto.

Em síntese, o que a companhia faz é mergulhar e encontrar informações e insights em grandes volumes de dados, estruturados ou não. Faz isso através de uma ferramenta de pesquisa de código aberto, que roda de forma distribuída em servidores na nuvem de grandes fornecedores, como a Amazon, também sua concorrente no segmento de buscas.

Seus clientes são basicamente empresas. A Elastic diz atender 5,5 mil companhias em mais de 80 países. A lista inclui 32% do ranking Fortune 500. Se irá bater no futuro rivais, como Google, Microsoft, Splunk e Micro Focus, ainda é cedo para dizer. Com receita de US$ 56,6 milhões no último quadrimestre de 2018, a companhia é uma formiga perto da concorrência. E não gera lucro. O prejuízo está na casa dos US$ 18,6 milhões. Mas a recepção do mercado tem sido bastante boa. E com a injeção de US$ 252 milhões da abertura de capital, que vai ajudar a financiar novos projetos, poucos duvidam que não possa crescer ainda mais com a evolução da pesquisa semântica no futuro.  

Texto: Dubes Sônego

Foto: Unsplash

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