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Cryptoys: como a OnChain Studios prepara a primeira geração de brinquedos para o universo das NFTs

Startup fundada em Miami no ano passado anunciou parceria com a multinacional Mattel para levar produtos e personagens clássicos para jogos baseados em blockchain

A febre dos NFTs (tokens não fungíveis) em mercados como artes, esportes e entretenimento está prestes a chegar ao mundo dos brinquedos. Levar personagens “clássicos” da criançada ao ambiente digital do blockchain é o objetivo da parceria entre a multinacional Mattel, maior fabricante de brinquedos do mundo, e a OnChain Studios, uma startup com sede em Miami que desenvolve produtos digitais de entretenimento, como jogos e colecionáveis em NFTs.

Com isso, a dona de produtos que marcaram (e continuam marcando) gerações como Barbie, He-Man, Hot Wheels e Max Steel, deve alcançar em breve um território que ainda não foi explorado pelo mercado de brinquedos. Este era o desejo da OnChain, mais conhecida por seu produto inicial, a plataforma Cryptoys, desenhada para o metaverso.

“A Mattel é a empresa que fazia os brinquedos da minha infância e continua sendo o mesmo, diariamente, para os meus filhos. Suas marcas são absolutamente icônicas. Não poderíamos estar mais entusiasmados com o que estamos construindo juntos”, disse Will Weinraub, CEO e cofundador da OnChain, ao Refresh Miami. A Mattel ainda não definiu quais personagens farão parte do projeto em NFT.

Fundada em 2021, a OnChain ainda é um negócio early-stage, mas começou capitalizada com um investimento de US$ 7,5 milhões do fundo Andreessen Horowitz, em outubro do ano passado. Pensando em como seria os brinquedos do futuro para a geração de seus três filhos, Weinraub começou a desenhar a ideia dos “cryptoys” como produtos totalmente digitais com os quais os usuários compram, vendem, colecionam e brincam em um mundo imersivo desenvolvido em blockchain. Os criptobrinquedos ganham habilidades à medida em que o jogo se desenvolve, desbloqueando novas fases e experiências. “É como um Nintendo com NFTs”, comparou.

Logo após o aporte, ele já pensava em abrir a plataforma para outras empresas de jogos e brinquedos, uma forma de converter personagens já conhecidos para um novo ambiente de entretenimento – e possivelmente uma nova fronteira de negócios. Na época, ele afirmou em comunicado que queria criar uma “empresa de entretenimento completa, com personagens, curtas com ‘qualidade Pixar’ e jogos baseados em blockchain”.

O desafio das criptomoedas e o papel de Miami

O desafio deste tipo de inovação, promissora mas ainda em fase de descoberta, é a areia movediça no câmbio das criptomoedas. A parceria entre a Mattel e a OnChain foi anunciada no período de maior queda do Bitcoin em um ano. No dia 16 de junho, uma semana após o acordo ser oficializado, a mais popular moeda digital chegou à cotação de US$ 20,9 mil, menos de um terço do que valia em novembro do ano passado (US$ 67,6 mil).

A depreciação se repete em outras moedas, como Solana e Ethereum, e é resultado de uma série de fatores que desafiam o futuro das empresas de tecnologia e o capital de risco: inflação em alta, que levou ao aumento de juros por parte do FED, e a crise de startups que se capitalizaram, mas não atingiram as metas e precisaram demitir um significativo número de trabalhadores – o Exp Club US registrou o impacto desta crise em um dos unicórnios da cena tech de Miami, a Reef, que reduziu a equipe em 5%.

O que pode ser um atenuante a esta oscilação do mercado é o fato que a OnChain está localizada na cidade que tem direcionado seus esforços para ser a “capital das criptomoedas” nos EUA e no mundo. Desde a criação da MiamiCoin (pioneira no país e que tem inspirado iniciativas semelhantes em outras cidades) até a realização de eventos globais como o NFT Week e a conferência Blockchain, Miami está criando um ecossistema próprio de empresas, fundos, investidores e aficionados nos ativos cripto.

E a OnChain aproveita este potencial para ser referência em jogos e brinquedos: a equipe dobrou desde o aporte, com cerca de 40 funcionários – entre engenheiros de Web3, artistas 3D, desenvolvedores e profissionais de marketing. Natural de Miami, Weinraub trouxe alguns ex-sócios para a equipe, como Emilio Cueto (CTO) e Alfonso Martinez (Chief Experience Officer), com os quais fundou sua startup anterior, a LiveNinja – plataforma de mensagens vendida em 2017 para a Net2Phone.

Mesmo com o cenário incerto, o CEO só pensa na expansão deste mercado: “estamos trabalhando com vários outros acordos de licenciamento que estamos para anunciar nos próximos meses”, diz.

Texto: Fabrico Umpierres

Foto: divulgação

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