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Citymapper de Londres quer ser o Bilhete Único do futuro

Enquanto em São Paulo as mudanças recentes aplicadas no Bilhete Únicos causaram mais confusão e críticas pela perda de direitos adquiridos, a empresa Citymapper, de Londres, está lançando um novo modelo de “Transport as a Service”, que poderá servir de inspiração para os sistemas de tarifas por mobilidade nas grandes cidades de todo o mundo.

A partir de um cartão de pagamento, o Citymapper Pass funciona como assinatura semanal, sendo possível combinar o uso de diferentes modais como ônibus, trens, bondes, bicicletas e o Citymapper’s Ride, sistema de compartilhamento semelhante ao Uber Pool. “A ideia é simplificar o uso do transporte público. Da mesma maneira como nosso aplicativo facilita o planejamento de rotas, nós queremos facilitar o pagamento”, diz o CEO e fundador Azmat Yusuf, em entrevista para a revista britânica Wired.

O conceito de assinatura, na prática, tira o foco no preço e direciona o produto para prestação de serviço e conveniência. Em São Paulo, a mudança do Bilhete Único foi criticada por justamente reduzir o número de embarques na modalidade vale-transporte, afetando até 120 mil pessoas – ou 8% dos passageiros – sobretudo da periferia. Além disso, complicou o sistema limitando o carregamento dos bilhetes, para mais irritação dos passageiros. A imagem é a de que o serviço prejudicou os mais pobres e restringiu o serviço.

No caso do Citymapper, os pacotes iniciais são um tanto limitados por enquanto, mas a promessa é que se estendam para mais públicos com o tempo. São dois planos de assinaturas, que sugerem tarifas mais atraentes ao cliente final. O primeiro deles custa £31 libras, cerca de 150 reais, e dará aos assinantes acesso total às zonas um e dois da rede Transport for London (TfL) por uma semana. Por £39 libras, cerca de 190 reais, os assinantes terão os mesmos benefícios, além de passeios ilimitados nas cotas de bicicletas Santander atreladas ao TfL, bem como suas viagens no Citymapper’s Ride.

O conceito de assinatura muda o foco do preço para serviço e conveniência.

O lançamento será limitado a alguns milhares de assinantes, que receberão os contactless cards, ou cartões “sem contato”, para acessar o metrô de Londres, trens locais e ônibus nas zonas inicialmente atendidas da rede de transporte da cidade. Ao sair das zonas cobertas pelo novo serviço, será possível pagar o transporte com um cartão de crédito, que pode ser vinculado ao Apple Pay ou ao Google Pay por meio de um smartphone.

A Citymapper planeja estender a cobertura além das áreas centrais de Londres. Eles querem também trazer para perto outras empresas, permitindo que os assinantes tenham acesso a plataformas de bicicletas e scooters, assim como táxis, carros e veículos de aluguel. A vantagem é que tudo poderia ser pago por meio do cartão Citymapper ou incluído na assinatura do Pass, eliminando a necessidade de vários registros.

Tudo isso, tendo em vista o aumento das ofertas dos players de transporte privado. O fundador da CityMapper afirma que quaisquer outros serviços que surgirem poderão ser adicionados. “A visão em longo prazo é que o nosso serviço possa funcionar em qualquer lugar porque nós vamos garantir a cobertura”.

Texto: Luana Dalmolin

Foto: Divulgação

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