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Os 3 C’s da nova aprendizagem corporativa

Cada vez mais em voga, o ofício de futurista – que nada tem a ver com futurologia – consiste em identificar tendências que irão modificar a economia, sociedade e o planeta. Nem sempre num cenário cor-de-rosa, mas em muitas situações menos distópico do que a ficção científica nos leva a crer. Mais importante, ele nos ajuda a entender o que pode estar acontecendo ao redor das nossas organizações.  

“É por isso que eu me defino como um presentista: eu pego o futuro que já está aí e distribuo por seus pontos de impacto”, afirmou Conrado Schlochauer, um dos mais experientes profissionais de gestão de pessoas e treinamento do mercado, fundador da Teya. Uma das descobertas que vem do futuro é de que a sala de aula, do jeito que conhecemos já não faz mais nenhum efeito no aprendizado, sobretudo de quem já saiu da escola.

Long Life Learning foi do tema da apresentação de Conrado no Fórum RH Club, realizado em 10 e 11 de junho no Sofitel Guarujá Jequitimar. Como não cair na armadilha dos programas de treinamento que custam muito, têm baixa adesão e geram pouco resultado para as organizações?

“A média aproveitamento de investimento no modelo tradicional de formação é de 15%, as empresas não podem mais aceitar isso”.[autor]Conrado Schlochauer, fundador da Teya.[/autor]

Para o especialista, a principal mudança de mindset é deixar de pensar que cursos formais são o que as pessoas esperam de educação continuada. Pesquisam indicam que esse modelo de sala de aula é o que tem menor adesão e aproveitamento. As universidades corporativas continuarão tendo um papel importante, sobretudo no treinamento de questões técnicas inerentes ao negócio, mas é preciso parar de achar que a educação vem de cima para baixo.

“Quando a gente trata adultos como adultos, em vez de crianças, é incrível o resultado que eles podem produzir”, ironiza Conrado. O primeiro passo é deixar de acreditar que, para aprender, é preciso “sair” do trabalho. Essa é a velha máxima de que hora de treinamento implica em menos tempo de expediente – ou hora-extra dedicada ao estudo.

Conrado defende processos de “educação por performance”. Juntar equipes de várias áreas e dar tarefas para eles pode ser muito mais interessante e instrutivo do que acompanhar um seminário ou workshop. Processos desse tipo valorizam a integração, multidisciplinaridade, despertam mais curiosidade e estimulam o desenvolvimento de liderança.

Para realizar esse movimento, o fundador da Teya destaca a mudança está baseada em 3 princípios da nova educação corporativa:

Contexto a formação precisa ter objetivo e entender onde ela contribui para empresa. É importante dar objetivos que signifiquem algo para as pessoas. Algo que concretamente estimule o espírito de inovação ou integração, por exemplo. Não somente para tirar um certificado de participação ou uma nota satisfatória em um curso.

Curadoria – mergulhar a fundo nos temas e trazer conteúdo relevante e interessante. Vídeo, livro ou atividade, não importante, precisa apresentar significado para quem está participando, não somente uma trilha de conteúdos sobre um tema que se encaixa pouco no dia a dia do colaborador.

Cultura – Para Conrado, é o princípio mais importante de todos. Criar na empresa uma cultura coletiva de que trabalhar é exercício permanente de aprendizado pode funcionar como um forte elemento de motivação. “As pessoas sentem que podem evoluir continuamente através do trabalho e isso torna sua convivência profissional muito mais prazerosa. É inclusive um elemento muito bom para identificar e formar lideranças”.

Texto: Arnaldo Comin

Imagens: Marcos Mesquita/Experience Club e Unsplash

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