Segundo Bruno Palhão, Chief Digital Officer da empresa, cuja receita se concentra na venda de previdência privada nas agências do Banco do Brasil, o objetivo é ampliar canais de distribuição em parcerias com fintechs
Fique ligado:
- A companhia, que hoje só vende em agências do Banco do Brasil, pretende fechar parcerias ainda neste semestre com fintechs e bancos digitais para que distribuam seus produtos de previdência.
- O processo de transformação digital da empresa, acelerado a partir de 2019, é baseado em cinco pilares: dados, pessoas, produtos, TI e plataformas digitais.
- A inovação na empresa tem sido gestada principalmente em equipes formadas por até dez pessoas.
“Queremos ser um ecossistema previdenciário. Sair do monoproduto para ser multicanal. Uma das ideias principais é reduzir a dependência, por parte do cliente, do canal físico”
Bruno Palhão, Chief Digital Officer da Brasilprev
O open finance está agitando o mercado financeiro. No segmento de previdência privada, mais especificamente, o projeto do Banco Central – cujo objetivo é ampliar a oferta de produtos e serviços e dar aos clientes mais opções -, está causando uma revolução silenciosa.
Isso porque o setor se prepara para um cenário completamente novo no País. Até então prevalecia a força de empresas já estabelecidas e, em geral, ligadas a grandes e tradicionais conglomerados financeiros.
Afinal, o volume de vendas sempre foi originado quase que completamente nas agências bancárias. Ainda hoje é assim.
No entanto, o jogo está mudando. O futuro, ao que tudo indica, terá competição acirrada e a chegada de novos participantes, num ambiente cada vez mais direcionado à inovação e ao uso maciço de tecnologia.
A prateleira do produto previdência, que ficava exclusivamente na rede bancária e no relacionamento com gerentes, passou a estar também no celular.
Essa mudança radical faz com que, até mesmo os gigantes se movimentem. É o caso da Brasilprev, que lidera o mercado, com uma fatia de 30% do total, e tem sob gestão R$ 326,7 bilhões em ativos.
Para largar na frente e continuar ocupando o topo no futuro, a empresa vem revisitando por completo seu modelo de negócios.
“Queremos ser um ecossistema previdenciário. Sair do monoproduto para ser multicanal. Uma das ideias principais é reduzir a dependência, por parte do cliente, do canal físico”, projeta Bruno Palhão, Chief Digital Officer da Brasilprev, em entrevista ao Experience Club.
A principal novidade, nesses novos tempos, conta o executivo, é que a companhia prepara parcerias com fintechs e bancos digitais para distribuir seus produtos. A previsão é que isso aconteça já a partir deste semestre.
Modelo de inovação
O processo de transformação digital da Brasilprev foi acelerado em junho de 2019. A estrutura criada para dar conta dessa nova etapa foi o DxLab, que inclui a visão de como a companhia se vê em 2030, e as ações que deve realizar ao longo da jornada em cinco pilares: dados, pessoas, produtos, TI e plataformas digitais.
“Passamos a atuar muito com grupos multifuncionais para entender e trabalhar, de forma conjunta, soluções que tornem a vida do cliente mais simples. Simplicidade é a palavra. Muitas de nossas práticas de inovação surgem nesses times, de até dez pessoas”, descreve Palhão.
O executivo lembra, ainda, que, após a validação da ideia surgida, ela é repassada a uma diretoria de riscos. A área submete a criação a um conjunto de regras e a um processo de auditoria, antes de ser considerada segura e definitivamente adotada como inovação.
Tudo para evitar vulnerabilidades que poderiam abrir as portas para ciberataques, uma das maiores preocupações corporativas atuais.
Trabalhando com startups
O DxLab também combina processos realizados internamente com inovação aberta.
“Mapear as dores da companhia e lançar desafios para que startups nos tragam soluções de fora é um modelo no qual acreditamos muito. É possível contratar essa empresa inovadora como fornecedora ou mesmo ser seu sócio, fazer um aporte”, afirma.
Foto: Claudio Belli / divulgação
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