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Turnaround profissional: do RH a Chief Digital Officer

Antonio Salvador, por muito tempo vice-presidente de RH do Grupo Pão de Açúcar (GPA) e uma das maiores referências na área no Brasil, deu uma guinada de 180 graus na vida profissional. Depois de quase seis anos anos liderando talentos, há 10 meses ele assumiu como Chief Digital Officer (CDO) da gigante varejista. Desde então, aprendeu que todos precisam mudar, a começar pelos líderes de gente. Foi assim que ele mergulhou em uma nova seara e passou a absorver conhecimento relacionado a tudo que se refere à nova economia. Nesse tempo, aprendeu que a transformação digital tem que ser tangível. Ou seja, precisa trazer resultados para a vida do consumidor. “Qualquer coisa fora disso é feira de ciências”, afirmou o executivo durante o Fórum RH Club realizado em 10 e 11 de julho no Sofitel Guarujá Jequitimar.

No setor varejista, essa transformação digital é maior do que se imagina. Hoje, 77% dos clientes do GPA, que detém bandeiras como Pão de Açúcar, Minuto e Extra, usam smartphones dentro das lojas. “Quase 8 em 10 clientes que entram nas lojas físicas o fazem com o celular na mão para pesquisar preço, produto”, conta Salvador.

Hoje, como Chief Digital Officer, Salvador diz que sua missão é acelerar processos e produtos, integrar competências e contaminar toda companhia em prol da mudança de comportamento das pessoas. Seu papel é estratégico no GPA, gigante que opera em uma categoria que consome 30% do salário dos brasileiros.

Nesse momento em que varejo físico e virtual convivem de forma integrada, o desafio de quem trabalha no setor é ser relevante. E como ser relevante quando o brasileiro tem, em média, 83 apps instalados no smartphone? “A palavra para mim cresceu 40% nas buscas do Google nos últimos anos”, conta Salvador.

Atento às tendências, o GPA aposta na relação um a um, com personalização de ofertas de produtos, serviços como agendamento de caixa e resgate de prêmios. Isso inclui oferecer acesso a folhetos digitais de promoção, experiência de realidade aumentada de caça aos ovos dentro da loja física (em parceria com o fornecedor de chocolates e com o Facebook) e apps cada vez mais ricos.

“A gente não vai viver mais de abrir lojas, mas de pensar e estimular novas relações com os clientes. É preciso mudar o mindset”.[autor]Antonio Salvador, Chief Digital Officer do GPA[/autor]

Para isso, o grupo tem mergulhado em uma nova cultura de inovação interna e aberto a mente para startups. Um dos resultados, até o momento, foi a aquisição da James Delivery e do Cheftime.

“Montamos um espaço no Cubo (espaço que fomenta o empreendedorismo e as conexões) e, em 2 meses, já conversou com 200 startups. Inclusive, com diversos serviços testados dentro da loja”, conta o executivo.

Mas, afinal, como o RH deve liderar essa transformação cultural sem precedentes? Salvador lembra que, em uma época em que as pessoas estão perdidas – e isso inclui do presidente ao estagiário de uma empresa , o líder de RH deve assumir o papel de gestor da mudança

e também de gestor de contexto. Ou seja, como incorporar perfis diferentes. Como colocar um cara de bermuda em uma empresa com senhores grisalhos de terno? “O dia a dia é complexo. Não dá para transformar uma empresa de 70 anos de um dia para o outro em uma

startup”, alerta.

Texto: Françoise Terzian

Foto: Marcos Mesquita/Experience Club

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