Categories

Most Viewed

Seu negócio terá futuro quando o cliente vender os próprios dados?

Ex-hacker, ativista digital e responsável pela implementação de um dos maiores blockchains do mundo na GE, Maja Vujinovic acredita que o mercado está prestes a passar por uma profunda transformação que irá mexer com a estrutura dos modelos de negócios atuais, até mesmo das empresas baseadas 100% na era da internet.

CEO da consultoria de negócios e tecnologia OGroup (NY), Maja foi a atração internacional do Fórum CFO Club realizado pelo Experience Club no Sofitel Jequitimar Guarujá nos dias 6 e 7 de junho. A mensagem para a audiência de mais de 140 líderes de finanças foi direta: “sem mudar as pessoas, a tecnologia não serve para nada”.

Para Maja, o grande problema das companhias é não valorizar a integração e participação coletiva no processo de transformação de negócios.

“Os grandes changemakers são humanos, não são máquinas”.

Para a especialista, “se você não investe e retreinamento e na forma como enxerga e estrutura dados, de nada adianta gastar tempo com blockchain, machine learning e outras ferramentas”. Mais ainda, o problema na maior parte das situações está na liderança e em como essa cultura se dissemina de ciam para baixo na organização. “Inovar mexe com a posição das pessoas, se você não deixar o ego e as disputas de poder de lado, nada vai acontecer”.

Mergulhando em cases e segmentos de econômicos em que o blockchain vem se desenvolvendo com rapidez, como a área de saúde e farmacêutica, logística, seguros e todo o mundo de contratos inteligentes, a CEO do OGroup deu muita ênfase nas mudanças importantes que devem chegar com o uso de dados.

Segundo Maja, estamos saindo da web 2.0, em que companhias como LinkedIn, Facebook ou Twitter gerenciam os dados dos usuários. “Começamos a entrar na web 3.0, em que o indivíduo assume o poder de compra, venda e uso dos dados”. Ela cita exemplo destartups que começam a trabalhar com esse conceito, como Steemit, Ono, SoMee, Storj, Filecoin e Sai, entre outras.

Para a especialista, essa mudança de paradigma tem um potencial transformador da economia como um todo. “Em vez de pensar em tecnologia, os líderes precisam avaliar se o seu negócio vai sobreviver se um dia o cliente tiver controle de compra e venderos próprios dados”.

Ela cita como exemplo o mercado americano de health-care, em que as empresas estão usando análise sofisticadas de dados para avaliar o risco do cliente e cobrar individualmente por isso. No momento em que o usuário não disponibilizar mais essa informação e cobrar para quem quiser usá-la, o modelo atual das seguradoras será desestruturado.

“Não existe mágica. Você tem que repensar os seus processos e isso é trabalho duro”.

Texto: Arnaldo Comin

Imagens: Marcos Mesquita/Experience Club e Unsplash

    Leave Your Comment

    Your email address will not be published.*

    Header Ad