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Renovação de líderes deve ser diversa e ter representatividade

Wellington Vitorino, 25 anos, tem pressa. Na fala e nas atitudes. O furacão Wellington tem uma trajetória de tirar o fôlego. Aos 12, fundou uma pequena fábrica de doces. Trabalhou como vendedor de picolé dentro de um batalhão de polícia militar, durante três anos da sua juventude em São Gonçalo (RJ). Conquistou sucessivas bolsas de estudos, desde o Ensino Médio, que abriram as portas das melhores instituições de ensino brasileiras e internacionais. Hoje, ele é bolsista da Fundação Estudar para graduação no Brasil, formado em Administração de Empresas no Ibmec/RJ e fellow da Rede de Líderes da Fundação Lemann.

O menino negro e pobre criado no interior fluminense, numa região marcada pela violência, correu atrás e segue conquistando espaço como líder e empreendedor de sucesso. Seu lema de vida: reclamar não muda. Ele é fundador do Instituto Four, uma organização sem fins lucrativos que desenvolve jovens líderes para pensar em como solucionar os maiores problemas do Brasil.



Ele contou para uma plateia de 190 empresários e empreendedores que participaram do Fórum CEO Brasil 2019, do Experience Club, no Tivoli Ecoresot Praia do Forte (BA), como teve o insight para a criação de seu instituto. Ao participar de um bate-papo com Nizan Guanaes, a convite de Florian Bartunek, da Constellation, gestora de fundos de ações, ele se sentiu provocado pelo publicitário que disparou, na ocasião: “a juventude não está fazendo nada para se mobilizar”. 

Isso era novembro de 2015, em fevereiro de 2016, ele e dois amigos, Everson Alcântara e Lucas Leal, fundaram o Instituto Four, com um investimento inicial de R$ 20 mil reais. Ao longo do tempo, o Instituto receberia aportes significativos vindos do alto empresariado, como é o caso de Jorge Paulo Lemann. “Não quero terceirizar a responsabilidade para Brasília”, diz Wellington. 

O carro-chefe do instituto é o ProLíder que, em 2018, na sua terceira edição, recebeu quase 6 mil inscrições. Destes, 41 jovens foram selecionados para participar do programa de sete meses, que é gratuito e ocorre aos finais de semana. Os participantes, que compõem perfis bastante diversos, têm a chance de estudar cases empresariais e discutir o cenário brasileiro com lideranças como Ricardo Paes de Barros, Claudia Costin, Denis Mizne e o próprio Florian Bartunek, que já passou pelo programa.

“Trazemos as pessoas tendo sempre como guia a diversidade de raça, gênero, classe, ideologia, orientação sexual e geolocalização. O Brasil não é só Sul e Sudeste. Precisamos olhar o país de forma global. Ter visões distintas trabalhando por um propósito comum”. 

Depois de formados, os ProLíderes retornam para suas regiões de origem e continuam a ser acompanhados pelo programa. Wellington explica que é bastante custoso localizar e desenvolver talentos, por isso, ao sair do programa eles assumem o papel de agentes de transformação em suas próprias comunidades. Hoje, são 100 deles espalhados pelo Brasil. “Nós entendemos que todos os que passam pelo programa assumem a responsabilidade de serem multiplicadores de impacto. Eles têm total discernimento de que esse é um compromisso deles”. 

Texto: Luana Dalmolin

Imagem: Marcos Mesquita | Experience Club

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