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Quatro segredos para conduzir a Transformação Digital

A Amazon tem 700 mil funcionários e, acredite, é uma das empresas mais dinâmicas do mundo. Toma decisões tão rapidamente quanto as implementa. O que leva essa gigante, cujo número de talentos é maior que toda população de Macau (na China) ou igual à quantidade de residentes do Butão, a ser tão eficiente enquanto companhias sólidas, da Velha Economia, com 20 mil funcionários, encontram-se atoladas na burocracia? “A aposta em pequenos times autônomos multifuncionais, um dos quatro pilares de um processo de transformação digital bem-sucedida”, responde Cesar Gon, CEO da CI&T, multinacional brasileira que se tornou referência em transformação digital.

Com receita prevista de R$ 1 bilhão para 2020, três mil funcionários e 80 clientes globais d
e peso, Gon reuniu, após olhar meticulosamente para dentro dos processos de mudança dessas empresas, os 4 pilares abaixo, imprescindíveis para quem quer abraçar com sucesso a Transformação Digital:

1- Centralidade no Cliente

A verdade é que o discurso da maioria das empresas não condiz com a prática. Ao invés de priorizar a experiência do cliente a partir da oferta de serviços e produtos de excelência, o consumidor aparece como quarta ou quinta preocupação das empresas.

2- Pequenos Times Autônomos Multidisciplinares

O caminho do sucesso aponta para a construção de pequenos times multidisciplinares e não para projetos departamentalizados, onde TI tem uma visão diferente do marketing que é o oposto do jurídico e por aí vai, causando mais divergências que união.

“A quebra do silo é um squad que tem um cara de TI, outro do jurídico, um do marketing e um da logística tentando resolver o problema.”

E é aqui que, mais uma vez, a Amazon surge como inspiração. Seu fundador e CEO, Jeff Bezos, transformou um pensamento em um mantra da eficiência. Ao cunhar a expressão “two pizzas team” – se duas pizzas não são suficientes para alimentar um time, esse time é grande demais -, o papa do digital explica que grupos grandes demais tendem a tornar projetos demorados, onerosos e, pior, a diminuir a performance individual e também o engajamento.

A visão de Bezos ficou tão famosa que foi endossada por Harvard. O veredicto? Times grandes são perda de tempo. “É preciso organizar missões em pequenas equipes para ganhar velocidade. O importante, nesse caso, é dar autonomia a esse time. Se, a cada decisão, ele tiver que pedir a bênção, vai acabar incorporando o cacoete das grandes empresas que burocratizam”, lembra Gon.

3- Objetivos audaciosos

Na era da transformação digital, o mindset, as metas e os projetos precisam ser completamente . “O animal que funciona no mundo digital vem da inovação. E as decisões de empurrar a barra das metas para cima devem vir dele e da própria equipe e não do chefe”, observa Gon.

4- Cultura da experimentação

É a cultura do “a gente não sabe”. A cultura do erro. A cultura da experimentação. É diferente da grande que planeja demais e finge que conhece o cliente. “Elas não conhecem nada, por “n” razões. Uma delas é a distância. Veja as empresas de consumer goods. O que elas sabem sobre o consumidor vem dos intermediários. Elas estão dentro da caverna, vendo uma sombra que o Walmart mostrou para elas e só. E, com isso, erram demais”, avisa Gon.

O primeiro passo para mudar é ser humilde e aceitar que desconhece o cliente e o futuro.

Texto: François Terzian

Imagens: Marcos Mesquita e Unsplash

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