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Os anos dourados dos clubes de assinatura voltaram

Nada mais velho que um clube de assinaturas. Ou… nada mais novo que um clube de assinaturas. Sucesso nas décadas de 1950 e 1960, eles se reinventaram e vivem uma era de ouro, ao oferecer praticidade e produtos que atendem às preocupações contemporâneas. Se antes funcionavam à base de catálogos e malas diretas, hoje o diálogo com os clientes é online e inspirado em preceitos de consumo, consciente e ambientalmente amigáveis.

De mimos PET a flores, do luxo aos artigos de primeira necessidade, há ofertas para todos os públicos. Sem falar no revival dos clubes de livros e a imensidão de ofertas no mundo dos vinhos e cervejas importadas. Com oferta por aí, selecionamos três exemplos de negócios com uma mostra do que há de mais moderno – e original – nesse “velho-novo” mercado: um clube de produtos de limpeza ecológicos, que economiza plástico ao apostar na concentração; um guarda-roupa compartilhado, que privilegia a moda correta, consciente e sustentável; e uma loja de queijo que foca na curadoria e apoia o pequeno produtor. Confira a seguir.

Moda Para Dividir

Já pensou em ter acesso a 500 peças de roupas diferentes, todos os meses? Roupas modernas, criadas por designers locais e produzidas em uma cadeia limpa com matérias-primas responsáveis? E tudo isso a um preço que vai de R$ 125 a R$ 375 por mês? Esse é o resumo da experiência oferecida pela Roupateca, um guarda-roupa coletivo que, na verdade, é um clube de assinatura de moda.

O negócio nasceu do acervo da consultora de estilo Daniela Ribeiro (na foto da abertura, à dir.) bem fornido com as limpas de guarda-roupa que as clientes não usavam mais. O insight surgiu quando ela viajava a Amsterdã e conheceu um guarda-roupas compartilhado que vendia e alugava roupas. Em outubro de 2015 nascia a Roupateca, em uma área também compartilhada na House of All, em São Paulo. O negócio começou a acelerar no ano passado, quando ganhou sua casa própria, na Vila Madalena, e uma sócia: Flavia Nestrovski (foto, à esq.), administradora com experiência em gestão de projetos de comunicação e marketing e moda.

Insight veio para consultora de estilo Daniela Ribeiro quando ela viajava a Amsterdã

Há três planos de assinatura, o P, em que se tira uma peça por vez; o M, com duas peças; e o G, com três itens. Há ainda serviços especiais como o mala de viagem de fim de semana (seis peças por cinco dias por R$ 200) e de férias (dez peças por dez dias por R$ 480); o plano Flavia Aranha, em que se tiram duas peças por vez durante um mês da estilista por R$ 290; e o delivery, em que se recebe uma mala com sete peças por mês por R$ 500.

“Há uma necessidade de repensar a forma como se consome moda. Nossas marcas parceiras seguem a mesma linha, não trabalhamos com importados da China. E nossas clientes são mulheres conectadas com esse novo momento do consumo em que se presta atenção a tudo o que se consome, seja comida ou moda”, afirma Flavia.

Limpa Mais Verde

Marcelo Ebert, CEO da Yvy, já contava com dez anos de experiência em produtos naturais para limpeza no mercado B2B quando resolveu dar uma olhadinha para o que acontecia no home care. Viu três problemões: ingredientes com alto potencial de intoxicação e alergias, algo que causa enorme dor de cabeça a quem tem criança pequena ou pets em casa; baixa consciência ecológica, uma vez que os produtos são, em sua maioria, diluídos em água e vendidos em embalagens enormes; e zero praticidade, afinal de contas com essas embalagens grandes e a diluição vêm peso, vazamentos, etc.

“Percebemos o quanto é chato comprar produtos de limpeza, fazem seis movimentos entre a prateleira da loja e a de casa”, afirma. A conclusão a que chegou é a de que havia espaço para a oferta de um produto compacto, eficiente e feito a partir de ativos naturais. O pulo do gato seria informar com precisão a diluição correta de cada item ao cliente. Levaram tão a sério que as cápsulas e borrifadores criados para levar a linha de quatro produtos da Yvy (lava-roupas, um multiúso, um limpador de banheiro e cozinha e um de limpeza pesada) foram premiados.

Criado o produto, ficou claro que um clube de assinaturas seria perfeito, afinal de contas, os produtos são finitos e de uso recorrente. Atirou no que viu, acertou no que não viu: com o modelo, reduziu em 90% o modal de transporte.

Em menos de um ano, YVY chegou a 300 assinantes e tem mantido uma taxa de crescimento mensal de 20%.

E se você está questionando se as cápsulas são tão “verdes” assim, Marcelo tem uma boa resposta: “É diferente do mercado de café porque nós estamos reduzindo a quantidade de plástico”. Ele conta ainda que estudam uma maneira de reaproveitamento das cápsulas. “É uma prioridade, assim o ciclo vai se fechar.”

Queijos de Produtor



Os irmãos Eduarda e Tiago Dardeau começaram como cervejeiros caseiros. Uma coisa levou a outra e da cerveja para o queijo foi um pulo. Tiago, pedagogo, começou a viajar para conhecer fazendas e tornou-se um habitué do interior de Minas. Provava coisas fantásticas e levava diferentes itens de volta ao Rio de Janeiro para apresentar aos amigos. Esses iam se apaixonando e pediam que Tiago, da próxima, trouxesse queijos para eles também. Tiago teve um estalo: era uma excelente oportunidade de negócios. Criou uma lista no Facebook, ponto de partida para o que é hoje o Clube do Queijo.

Eduarda, administradora, entraria para valer um ano depois, quando o clube começou a crescer. Juntos, os dois profissionalizaram a empreitada e, hoje, embora ainda seja um negócio pequeno e familiar, com cem assinantes, compram e enviam queijos de e para todo o país, do Pará ao Rio Grande do Sul.

O envio é feito por Sedex e o queijo viaja bem, já que o clube só trabalha com receitas maturadas.

Os queijos enviados são todos inéditos e, pode-se dizer, até raros, pois não estão em mercados. Os irmãos têm o compromisso de não repetir produtos em menos de seis meses. São três as possibilidades de assinatura: a ouro (R$ 139) com três queijos num total de 600 g; a platina (R$ 179) com cinco queijos num total de 1 kg; e a diamante (R$ 339), com cinco queijos num total de 1,8 kg. “Nosso próximo passo é buscar um sócio investidor para alavancar o negócio”, afirma Eduarda.  

Texto: Isabelle Moreira Lima

Fotos: Divulgação

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