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Onde está sua felicidade?

Ricardo Natale

O que faz a felicidade de uma pessoa? E o que faz a felicidade coletiva? O que faz uma sociedade feliz? Qual o peso do indivíduo e qual o papel do coletivo?

Nesse momento em que nos deparamos com uma verdadeira epidemia de saúde mental, afetando tanto a vida pessoal quanto o trabalho, provocando um enorme sofrimento nas pessoas, nos questionamos de onde vem a sensação de bem-estar, o que nos leva a acordar todos os dias com energia para aproveitar as coisas boas e encarar as dificuldades.

São vários os índices que medem a felicidade nos diferentes países. O que eles têm em comum é que a felicidade não está ligada, de nenhuma maneira, ao desenvolvimento material. Em alguns rankings, o PIB per capita, ou o IDH, é apenas um componente. Mas não o principal.

Tanto que o pequeno arquipélago de Vanuatu, no sul do Oceano Pacífico, sempre figura entre os primeiros no ranking de felicidade. Com menos de 300 mil habitantes espalhados em 80 ilhas, Vanuatu não tem desenvolvimento econômico e é bastante vulnerável a desastres climáticos.

O país só existe como república independente há pouco mais de 40 anos, vive do cultivo da terra, da pesca e se abastece do que não produz em escambo com outros povos da região.

Ao mesmo tempo, tem uma enorme riqueza cultural. Mais de 100 dialetos são falados pela população local, embora inglês e francês, as línguas dos colonizadores, também figurem como línguas oficiais.

E talvez seja justamente essa riqueza cultural a raiz da felicidade de Vanuatu. Tão distante de nós fisicamente e talvez não tão distante assim se pensarmos em nossa essência como ser humano.

Também nas sociedades modernas e nos núcleos urbanos em que vivemos, viver em sociedade, confiar no próximo e se fortalecer no grupo são fatores fundamentais. Saber que seremos amparados se necessário, e que estamos prontos para amparar o outro, é um fator de estabilidade emocional.

O psicólogo israelense Tal Ben-Sharar, professor de Harvard e autor de estudos sobre a felicidade, também pensa que esse sentimento passa por nos permitirmos viver nossas emoções humanas, inclusive as negativas, aqueles sentimentos que fingimos não sentir, como inveja, raiva e tristeza.

Ben-Sharar participou de um fórum sobre inovação e alta performance que realizamos em 2020, online, bem no momento em que o mundo todo sofria com a morte em larga escala e o isolamento social. E disse que o fator número um para a felicidade é justamente os relacionamentos com outras pessoas. E qual foi a sua leitura? “Todos nós estamos passando por um trauma coletivo. Isso significa que podemos crescer juntos, como humanidade.”

Agora que estamos chegando ao fim de mais um ano, penso que é um bom momento para refletirmos sobre a importância da convivência, dos relacionamentos. Amorosos, familiares, de amizade, e também de negócios. É verdade que não precisamos, necessariamente, ser amigos dos nossos parceiros de negócios.

Mas é sempre bom lembrar que somos mais fortes em grupo e que, no fim, estamos todos habitando o mesmo espaço.

E você, já pensou onde está a sua felicidade?

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