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O que há por trás da missão da Índia para Lua?

Completados em 20 julho os 50 anos do primeiro passo de Neil Armstrong na Lua, o clima de guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética naquele final da década de 1960 parece ter se dissipado. Mas será mesmo que superamos a rixa entre superpotências quando atores emergentes como a China e a Índia resolveram entrar na nova corrida espacial?

Imagem é poder e poucas são tão fortes quanto um pouso lunar ou uma ogiva nuclear (Índia e China também já dominam há décadas essa tecnologia). Sem dúvida, entrar no seleto time de nações aptas a explorar o espaço é um importante ativo na geopolítica global.

Mas tudo indica que o esforço dos países na exploração da Lua vai além da política e tem os pés fincados na economia.

Estudos da Nasa apontam que a primeira fase de exploração de mineração no espaço tem potencial econômico de US$ 125 bilhões. 

Agora foram os indianos que decidiram reivindicar um pedaço desse “mercado”, com o lançamento da sua mais recente missão, batizada de Chandrayaan-2, que significa “veículo lunar”. Com um investimento de 1,3 bilhão de rúpias indianas (por volta de R$ 70 milhões), a Chandrayaan-2 é uma continuação de um programa lançado em outubro de 2008 pela estação espacial Chandrayaan-1, que está em órbita lunar há 312 dias e enviou uma sonda de impacto para a superfície do satélite. 

Desta vez, o foco – um feito inédito – é investigar o Pólo Sul da superfície lunar, onde há uma possibilidade da presença de água nas áreas permanentemente sombreadas, além de conter um registro fóssil do sistema solar precoce.



O projeto é mais complexo, pois envolve a aterrissagem na Lua e o transporte de um rover lunar que estudará a composição mineralógica e elementar da superfície do satélite ao longo de um dia lunar (14 dias terrestres). 

Se o foguete chegar até o destino, em setembro deste ano, o país será o quarto da história a aterrissar no satélite natural. China e Estados Unidos são países que têm se sobressaído em suas investidas recentes. 

Neste início de 2019, a missão espacial chinesa conseguiu com sucesso dar vida a brotos de algodão e cana-de-açúcar no lado escuro da Lua. Já nos Estados Unidos, algumas empresas estão trabalhando em cima de licenças para desenvolver projetos privados em solo Lunar.

Seguindo os passos de Armstrong, a humanidade ainda tem muitos saltos para dar até que a exploração da Lua seja viável. A começar com a manutenção da vida humana no único satélite natural da Terra que, para muitos especialistas, tem tudo para ser uma base para envio de naves até a Marte. A boa notícia é que a entrada de novas potências no jogo, ainda que em clima de competição, deve acelerar o ritmo da inovação rumo ao espaço.

Texto: Luana Dalmolin

Imagem: Indian Space Research Organization (ISRO).

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