Categories

Most Viewed

Nove insights sobre o escritório do futuro

No momento em que a sociedade digital leva todos os aspectos do trabalho e da vida para a nuvem, a palavra “reocupação” do espaço físico nunca fez tanto sentido. Levantamento realizado pela Athié Wohnrath junto à base de clientes em maio apresentou um retrato das tendências nos escritórios pós-isolamento. Separamos aqui os destaques em três dimensões:

Efeitos da Covid-19 nas Empresas

1.     72% sentiram impacto médio e alto da pandemia.

2.     76% tinham plano de expansão e 60% destas pretendem mantê-lo parcialmente.

3.     8% preveem redução real do negócio com a crise.

Impacto no escritório

1.     25% não possuíam qualquer política de home office.

2.     92% pretendem adotar ou ampliar o home office daqui para frente.

3.     51% pretendem reduzir a metragem do escritório físico.

4.     80% acham que futuras mudanças no escritório deverão refletir um ambiente mais acolhedor.

Mudança cultural

1.     78% dizem que a aceleração no uso de ferramentas digitais foi o maior ganho da pandemia.

2.     78% pensam que a falta de integração com colegas foi o aspecto mais negativo da quarentena.

3.     64% preveem que haverá mudança na política de RH, com foco na aferição da produtividade.

APRENDIZADOS

“Retomar e ressignificar é a forma como definimos o processo em duas etapas retorno às atividades, primeiro trazendo as pessoas de maneira segura ao ambiente de trabalho para, em seguida repensar a forma como trabalhamos, em linha com o bem-estar dos colaboradores e a preservação da cultura da empresa”, sintetiza Ivo Wohnrath, CEO da Athié |Wohnrath, pelo projeto de arquitetura e construção de alguns dos mais importantes escritórios do país

[assista ao vídeo e mergulhe no assunto]:

Com base nas repostas dos clientes e muita pesquisa do que está sendo feito em todo o mundo, a Athié |Wohnrath elaborou uma cartilha de boas prática que sintetizamos aqui em nove insights para entender o futuro dos escritórios :

1.A RETOMADA

O primeiro ciclo vai se iniciar a partir da hora em que houver o retorno gradativo aos escritórios, com a redução do isolamento social. Isso deve acontecer da segunda quinzena de julho para frente e deve se manter até o primeiro trimestre de 2021, porque essa volta terá muitas limitações. Para respeitar as regras de distanciamento, algo entre 30% e 40% do número total de colaboradores deverá voltar ao escritório. Tudo muito controlado com higiene e máscaras, sem pleno conforto. Isso só vai mudar de fato se houver uma vacina, um tratamento, ou uma redução significativa da contaminação.

2.A RESSIGNIFICAÇÃO

Depois disso, começa um segundo ciclo. O impacto emocional de muitos meses em casa, ou com trabalho limitado no ambiente de trabalho, terá repercussão no desenho do escritório do futuro pós-pandemia. De acordo com essa consolidação de ideias, amadurecerá outra discussão importante: qual será o percentual de home office e de escritório na vida das empresas? Todos os colaboradores terão expectativas diferentes em relação ao escritório e isso vai impactar no futuro do modelo organizacional.

3.CULTURA AGILE

Ainda é cedo para prever, mas acredita-se que haverá espaçamento de estações de trabalho, mesas mais flexíveis, com rodízios que permitam o relayout. Outro ponto são novas metodologias de trabalho – que não eram amplamente usadas fora do universo das empresas digitais –, como agile, que vão ganhar impulso agora. Elas também influenciam diretamente o layout dos espaços colaborativos.

4.FLEXIBILIDADE E COLABORAÇÃO

Outro fator que se imagina que vai ganhar mais força é que os ambientes de convívio serão ampliados e referenciados em cima das experiências positivas trazidas do home office. Os escritórios deverão ser ajustar a esse contexto, com mais sofás e salas de reunião abertas, menos frias. Ambiente deverá permitir que as pessoas possam fazer reuniões virtuais e presenciais de uma maneira mais descontraída.

5.O FATOR TECNOLÓGICO

A tecnologia já vinha ganhando muita importância e agora terá papel primordial no novo escritório. Um efeito pós-pandemia será a redução significativa dos descolamentos urbanos. Estima-se que apenas uma em cada três viagens ou reuniões na mesma cidade continuarão sendo feitas presencialmente. Isso demandará novos equipamentos para gerenciar planilhas e projetos em grandes dimensões, mais fáceis também para compartilhamento em equipe.

6.OS LIMITES DO HOME OFFICE

A primeira variável é dividir o grupo de colaboradores pelo tipo de função. Alguns profissionais que exigem muita concentração e podem ir ao escritório uma vez por semana, para manter a conexão com a equipe e manter atividades com outros profissionais e interação com o cliente. Outro grupo deve demandar mais relacionamento com o cliente, criação em conjunto, por isso é positivo que ele esteja todos os dias – ou a maior parte dos dias – nos escritórios. O home office terá que ser utilizado cuidadosamente. 

7.EQUILÍBRIO EMOCIONAL

As áreas de RH, de uma maneira legítima e sem se render às pressões econômicas, deverão ter muita atenção aos fatores emocionais dos colaboradores. Assim será possível identificar de fato quem se sente bem trabalhando em casa. Millenialls adoram morar em estúdios de 30 m² e viver em um ambiente coletivo. Ele pode ter um abalo emocional trabalhando dentro isolado dentro de um espaço pequenos. Outros colaboradores vivem em um ambiente familiar que não ajuda na concentração, em muitas situações. É preciso combinar a atividade com a infraestrutura e o bem-estar para alcançar o melhor equilíbrio de cada indivíduo.

8.O VALOR DA CULTURA

Dentro do escritório é onde acontece toda a transferência de cultura para os funcionários, é onde se cria o engajamento e se transfere conhecimento pela troca de sinais e interação. Depois seis meses ou um ano de home office, esses valores podem começar a se deteriorar. E a pandemia mostra que uma das coisas que as pessoas mais sentem falta é ver os colegas, estar em grupo.

9.UM NOVO AMBIENTE DE TRABALHO

Várias empresas que estão fazendo estudos sobre o escritório do futuro apontam como tendência que, na média das organizações, 20% a 40% do tempo do colaborador será consumido no home office, considerando níveis diferentes por atividade. As estações de trabalho deverão passar por uma diminuição média de 20%. Por outro lado, o ambiente deverá ser mais aberto espaçado, o que vai aumentar proporcionalmente o tamanho dos escritórios. Em um primeiro momento, a pressão econômica poderá reduzir tamanho total dos escritórios. Mas olhando para o futuro, a soma de todos os fatores deverá manter o espaço de trabalho mais ou menos com o mesmo tamanho que existe hoje.

Texto: Arnaldo Comin

Imagens: Reprodução e Unsplash

    Leave Your Comment

    Your email address will not be published.*

    Header Ad