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No kite, como nos negócios, a arte da resiliência

Por Ricardo Natale

Na semana passada tive uma vivência que, mesmo depois de tantos anos organizando experiências, me surpreendeu e me fez pensar não apenas nas técnicas que aprendi, mas no quanto elas servem como metáfora para outros aspectos da vida.

Passei uma semana no The Kite Camp, na praia de Itarema, no Ceará. Uma praia calma, quase deserta, pouco conhecida e com ventos perfeitos, numa pousada que é uma joia no meio da natureza magistral, com um staff ultra competente.

Não fui pra lá apenas para aproveitar as águas quentes do Ceará, mas para realizar um desejo crescente: aprender a velejar de kite. O kitesurf vem crescendo no Brasil, atraindo muitos turistas brasileiros e estrangeiros e o Ceará tem recebido muitos visitantes que gostam deste esporte.

Foram seis dias de treinamento, com lições que vão além de aprender a manejar a vela e aproveitar os ventos para controlar o equipamento.

O kite exige muita concentração, muito foco, domínio do equipamento. Tem toda a complexidade de controlar a pipa para aproveitar o vento, saber posicionar o kite de forma perfeita, entender como está o mar, aprender a subir na prancha, posicionar o corpo de forma correta.

Todos esses aprendizados guardam uma analogia muito grande com os desafios de liderar uma empresa. No kite, como nos negócios, você precisa contar com os equipamentos ou ferramentas mais adequados, ter uma visão do todo, entender os movimentos que não dependem de você e influenciam o seu negócio. E saber reagir a eles de forma correta.

No kite, à primeira vista pensamos que é preciso colocar muita força na barra que controla a pipa lá em cima. Mas, na verdade, é preciso guiar a barra com a ponta dos dedos, de uma forma muito suave. Não adianta sempre querer ir com muita força. Tem que manobrar de uma forma delicada. Saber o momento de aplicar a força.

Tem que treinar, treinar, até pegar o jeito. É como no comando da empresa. Tem que errar pra acertar. Quanto mais rápido você erra, mais rápido você acerta.

Quanto mais você treina, mais você acerta.

Dominar o kite é como encontrar um modelo de negócio sustentável. Mas, assim como no mar, que pode mudar a qualquer momento, na empresa também é preciso ficar atento para ajustar a rota sempre que necessário.

É preciso estar atento, porque o vento pode virar, pode surgir uma onda. É preciso reagir. E do jeito certo.

Como no kite, é preciso resiliência para resistir às adversidades e insistir. Cair, levantar, persistir.

Eu já tinha ouvido falar que o kitesurf é o novo golfe, porque está atraindo muitas pessoas poderosas, muitos empresários, que vão rodar o mundo praticando o esporte. E de fato é isso mesmo. E o Brasil, com este litoral incrível, está muito bem posicionado, especialmente o Ceará, com seus ventos e sua infraestrutura.

Os equipamentos ainda são caros, de 20 mil a 80 mil reais. Mas eu digo que vale a pena. É uma comunidade de pessoas que se identificam, viajam juntas, se ajudam, dividem as experiências.

O kite já é minha nova paixão.

E você, que ensinamentos traz do esporte ou da observação da natureza para a sua empresa?

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