Débito, crédito ou cripto? A pergunta que ouvimos todos os dias na hora de pagar uma conta pode ganhar uma nova opção em breve. Além de débito e crédito, as criptomoedas – que utilizam o protocolo de validação blockchain e cuja modalidade mais conhecida é o Bitcoin – já dão seus primeiros passos no Brasil com projeções de chegar rapidamente em ecommerces e lojas brasileiras. De olho no potencial deste mercado, que já movimenta cerca de R$ 20 milhões por dia em negociações de compra e venda no país, o jovem maranhense Guilherme Salomão Filho passou a oferecer recentemente a estrutura necessária para que as moedas virtuais se tornem uma realidade como meio de pagamento nos estabelecimentos comerciais brasileiros.
Para tanto, montou, junto com seu pai homônimo a Allidio, que faz a integração do sistema para realizar transações financeiras para ecommerce (por API- Interface de Programação de Aplicações), e também em pontos de venda (por aplicativo). O custo da implantação vai variar de acordo com a configuração necessária para cada instalação voltada para pequenas, médias e grandes empresas.
Entre os diferenciais do uso de criptomoedas em relação a cartões de crédito, ele cita a rapidez na verificação das operações e a impossibilidade de ocorrer estorno do valor. “No cartão, o crédito do cliente precisa ser analisado pela adquirente junto ao banco, o que pode demorar, dependendo dos casos. Mas com Bitcoin, o saldo é avaliado no mesmo instante, e quando uma transação é submetida à rede e confirmada, esta é irreversível. Além disso, não há barreiras bancárias e uma compra pode ser realizada de qualquer lugar do mundo sem a necessidade do processo de câmbio monetário”, explica Salomão, que é programador e passou a estudar a fundo o mundo das criptomoedas no ano passado, após seu pai procurar algo para investir.
A favor da maior aceitação das criptomoedas no mercado brasileiro é que grandes empresas já as aceitam como meio de pagamento, como são os casos da Microsoft, a empresa de turismo Expedia, o fórum de discussões Reddit e a rede de lanchonetes Subway. No mundo, a capitalização total de mercado ultrapassa os US$ 250 bilhões, segundo estimativas do Coin Market Cap, popular site para verificação dos preços de criptomoedas.
Segundo Salomão, a Allidio está encerrando a fase de testes dos produtos e tecnologias, mas em breve irá anunciar as primeiras parcerias e clientes. A expectativa é alcançar pelo menos 100 e-commerces e estabelecimentos e processar pelo menos R$ 5 milhões em pagamentos com criptomoedas até o fim deste ano. “Tem muita coisa boa vindo por aí”, comenta.
TOQUE DE CAIXA
Quem: Allidio
O que é: Startup que oferece plataforma para
processar pagamentos em moedas digitais
Expectativa: Processar R$ 5 milhões em criptomoedas com pelo menos 100 clientes até o final do ano
Mercado brasileiro: Movimenta atualmente R$ 20 milhões em movimentações de moedas digitais como Bitcoin por dia.
Quem já aceita: Empresas como Microsoft, Expedia, Reddit e Subway.