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Inteligência artificial e a arte de fazer perguntas

Ricardo Natale

A inteligência artificial generativa foi o grande assunto do SXSW deste ano. Além do relatório da futurista Amy Webb, que colocou a IA em destaque, as implicações da nova tecnologia para o nosso futuro estavam presentes também nas apresentações de outros palestrantes. E sem dúvida nas conversas de corredor e nos encontros de happy hour, onde de fato conseguimos interagir com as pessoas, digerir tudo o que vimos e ouvimos durante o dia e expandir nossa compreensão sobre todas essas mudanças que estão acontecendo rapidamente em nossas vidas e em nossos negócios.

Ao mesmo tempo que a IA era discutida em Austin e todo mundo compartilhava suas experiências com o ChatGPT, seus acertos e erros, a OpenAI lançava a versão 4, melhorando as respostas dos diálogos em texto, em um número maior de línguas, e ainda com a capacidade de analisar imagens.

Ou seja, a velocidade das mudanças é realmente impressionante.

Por isso, é preciso estar preparado – mesmo que, à primeira vista, tudo pareça assustador e fora de controle.

A IA generativa não produz ideias originais, por isso não será capaz de substituir a inteligência humana. E esse é, geralmente, o maior temor das pessoas em relação a esta tecnologia. Por outro lado, ela é capaz de nos ajudar em muito com tarefas que nos tomam tempo, com ações complementares que podem municiar a tomada de decisão. Por exemplo, trazendo dados e informações de um número imenso de fontes, não apenas as que encontraríamos numa pesquisa no Google ou mesmo buscando estatísticas oficiais disponíveis.

Bill Gates, em artigo intitulado A era da IA começou, publicado em seu blog na semana passada, se mostrou bastante impressionado com o potencial da IA. E Bill Gates não é, certamente, alguém que se impressiona facilmente com tecnologia. Na avaliação dele, a IA é tão importante quanto a criação do microprocessador, dos PCs, da internet e do celular. E vai mudar a maneira como as pessoas trabalham, aprendem, viajam, cuidam da saúde e se comunicam e reorientar – acabar com coisas existentes e criar novas oportunidades – setores inteiros da economia. “Negócios vão se destacar dependendo do quanto souberem usar (a tecnologia)”, afirmou Bill Gates.

O fundador da Microsof também acredita que as pessoas terão assistentes pessoais de inteligência artificial, que as ajudarão a se tornar mais produtivas, ao realizarem ações como administrar e-mails, reuniões e até mesmo ler documentos ou relatórios e armazenar as informações.

Com a tecnologia atual, como o ChatGPT, já é possível avançar bastante. Conseguir respostas para questões sem ter que pesquisar em diferentes fontes, ganhar um bom tempo tendo à mão informações que exigiriam esforço e dinheiro para serem agregadas.

E como isso se aplica aos negócios, mais diretamente?

Imagine que você tenha uma ideia para um novo produto ou um outro nicho de atuação e quer saber as condições de mercado, avaliar as perspectivas, pesar prós e contras. Em pouco tempo é possível coletar e analisar os dados de inúmeras variáveis, que vão ajudar a decidir se a ideia é realmente boa, conhecer os concorrentes e as lacunas.

Mas podemos ir além. Imagine que você não sabe exatamente o que está buscando. A IA generativa, através de um diálogo bem construído, pode ajudar a determinar onde existem oportunidades.

O que é preciso para isso, e que somente a mente humana é capaz de fazer? Formular as perguntas certas. Sem boas perguntas, fica mais difícil chegar a boas respostas.

É a capacidade de fazer as perguntas certas que vai determinar quem vai se beneficiar deste novo mundo dominado pela IA.

A inteligência artificial pode ajudar a navegar, oferecer o melhor mapa do caminho. Mas é você que precisa pensar aonde quer chegar. Essa é a parte que a inteligência humana é insuperável.

Você tem pensado nas perguntas que vão nortear o seu caminho?

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