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Grandes empresas apoiam ações para comerciantes locais

12 dias. Esta é a média da disponibilidade de caixa das pequenas e médias empresas do estado de São Paulo, segundo a pesquisa “As finanças dos pequenos negócios paulistas em tempos de coronavírus”, realizada pelo Sebrae-SP, entre os dias 27 e 29 de março. Os Microempreendedores Individuais (MEI) são os que mais sofrem, com cerca de oito dias de caixa. Em seguida, vêm as Micro Empresas (ME), com 14 dias, e Empresas de Pequeno Porte (EPP), com 21 dias.

Segundo os dados coletados pelo Sebrae, no período da pesquisa, mais de 54% dos estabelecimentos ouvidos (mais de 2 mil), estavam fechados em virtude das determinações do Governo do Estado de São Paulo. Como alternativas de venda, cerca de 35% disseram estar operando por WhatsApp. Por redes sociais eram 23,5% e por telefone, 22,9%. Apenas 9,8% usam sites próprios para venda e 8% recorrem a marketplaces. Apenas 26% disseram ter serviços próprios de entrega.

É um cenário que mostra claramente a baixa digitalização dos negócios. “O pequeno não é digital, sempre se acomodou de ter porta aberta e esperar o cliente entrar”, diz o empresário Fred Rocha, que sabendo desta realidade encabeça o movimento Pede pelo Zap.

A ideia é simples. A partir do preenchimento de um formulário qualquer comerciante pode ter seu estabelecimento incluído no site da iniciativa. Desta forma, cria-se um canal direto entre clientes e lojistas. O site atende a três públicos, basicamente: quem quer vender, quem quer entregar e quem quer comprar.

Há pouco mais de 20 dias no ar, o movimento já atraiu mais de 16 mil empresas de 5.571 cidades do Brasil todo, uma média de 1 mil novas a cada dia, 600 entregadores e 150 embaixadores. Essas figuras são donos de comércio, prestadores de serviços para o varejo, empreendedores e representantes de associações comerciais que ajudam na viralização do movimento. Fred conta que já tem embaixadores fazendo lives para ajudar os comerciantes a usar o site e outras ferramentas disponíveis, como o Whatsapp Business. 

“Quando eu me senti preso em casa, só fazendo live, entendi que não estava sendo tão produtivo. Essas pessoas precisam de outro tipo de atenção” – Fred Rocha

A ideia é também levar conteúdo para os comerciantes, com conteúdos que os ajudem a vender mesmo de portas fechadas. Fred, por exemplo, disponibilizou gratuitamente seu livro “O manual do novo varejista.

A segunda fase prevê acoplar o Instagram dos estabelecimentos que já possuem um canal, além de gerar um cartão com QR Code para que o comerciante possa disponibilizar na porta da loja e que também poderá ser usado via whatsapp. A ideia é que o site evolua rapidamente para um app, com geolocalização. 

#CuideDoPequenoNegocio

Grandes empresas também entraram nesta mobilização. É o caso da Stone, que está à frente do Compre Local, que conta com o apoio de empresas como L’oreal, Nestlé, AmBev, entre outras. A empresa está destinando 30 milhões em incentivos financeiros e oferecendo 100 milhões em microcrédito.

Com isso, pequenos empreendedores terão acesso a ferramentas para vender por delivery e online, como é o caso desta plataforma, que disponibiliza gratuitamente gerador de anúncios personalizados, cursos focados no varejo, apps de gestão financeira, lojas virtuais integradas e até mesmo de gerenciamento de redes sociais. 

Para Augusto Lins, Executive Partner da Stone, que participou no dia 20 de abril da LIVE Empresas do Futuro, organizada pelo Experience Club, as empresas devem ter um papel de educação e mobilização, neste momento. “Fato é que de 50 a 70% dos nossos clientes não estavam preparados para vender fora da loja física. Precisamos ajudar a fazer o fluxo de caixa andar”. 

O St. Marche também está na linha de frente em prol dos pequenos empresários. Na LIVE 300 CEOs realizada pelo Experience Club em 3 de abril, Bernardo Ouro Preto, cofundador do St Marche e sócio do Eataly no Brasil, falou sobre a iniciativa da rede de supermercados. “Criamos um projeto e já recebemos contato de 500 produtores artesanais para revender nas nossas lojas. Devemos apoiar os pequenos, como boas rotisseries de bairro, que estão de portas fechadas”. 

 

Texto: Luana Dalmolin

Imagens: Reprodução 

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