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Exponential Organizations 2.0: The new playbook for 10x growth & impact

Autores: Salim Ismail, Peter H. Diamandis e Michael S. Malone

Ideias centrais:

1 – Uma organização exponencial (ExO) é uma empresa suficientemente escalável, de rápida movimentação e inteligente.

2 – O ritmo exponencial da inovação tecnológica levará a humanidade à era da abundância nos próximos anos.

3- O lançamento do Amazon Web Services (AWS) em 2006 e, logo depois, do iPhone, em 2007, podem ser considerados os eventos que marcaram o nascimento das organizações exponenciais.

4- O Massive Transformative Purpose (MTP) é o atributo mais importante de uma ExO. Ele reflete a maior aspiração da organização: seu núcleo e propósito definidor de existência.

5 – Este é o melhor momento da história para a criação de empresas, devido à confluência de tecnologias avançadas, à aceitação e celebração do empreendedorismo, às diferentes opções de crowdsourcing e às oportunidades de financiamento coletivo.

6 – Um empreendedor exponencial precisa escolher a ‘mentalidade da abundância’: ela é orientada para um propósito, curiosa, estabelece metas difíceis e é grata.

Sobre os autores:

Salim Ismail é engenheiro de softwares, empresário e estrategista de tecnologia, fundador do OpenExO, membro do conselho da XPrize Foundation e diretor executivo e cofundador da Singularity University. É um dos autores da primeira versão de Organizações Exponenciais, de 2014, publicada no Brasil pela Alta Books.

Peter H. Diamandis é engenheiro, médico, empresário, fundador e presidente da XPrize Foundation, cofundador e presidente executivo da Singularity University. É um dos autores dos livros de sucesso Abundância: o futuro é melhor do que você pensa e BOLD.

Michael S. Malone é jornalista, escritor, educador, autor de 30 livros, de milhares de artigos para jornais e revistas e de um documentário para televisão. É coautor da primeira versão de Organizações Exponenciais, de 2014.

Prefácio, por Ray Kurzweil

Cofundador da Singularity University, pesquisador na área de Inteligência Artificial e autor de A Singularidade está Próxima (editora Iluminuras), Ray Kurzweil afirma que o livro explica os princípios fundamentais que definem uma Organização Exponencial (ExO).

Segundo o pesquisador, a publicação elucida a importância do que os autores chamam de Massive Transformative Purpose (MTP) – Propósito Transformador Massivo (PTM), em português – e expõe os dez atributos que fazem das ExOs dez vezes mais impactantes que as organizações “lineares”.

Com o livro, você irá descobrir os níveis sem precedentes de crescimento, inovação e escala que o modelo de ExO fomenta. Ele destaca ainda que a publicação é um manifesto para resolver problemas atuais da humanidade, como a erradicação da pobreza, a redução das desigualdades, uma reversão da degradação ambiental e formas de evitar pandemias globais.

Parte 1 – Evolução

Introdução

O mundo das organizações exponenciais é um lugar em que se pode chegar ao sucesso – exponencial, em um nível nunca imaginado – se você for capaz de construir uma organização suficientemente escalável, de rápida movimentação e inteligente. Isso tudo será possível com menos recursos e muito menos tempo que nas décadas passadas.

ExOs são construídas a partir de tecnologias da informação que pegam o que antes era físico e desmaterializam isso em apps, transformando hardwares caros e volumosos em fluxos de informação baratos, ágeis e sob demanda. Três aspectos dessa transformação são: dezenas de acelerações tecnológicas ao mesmo tempo, convergência tecnológica e colapso de custos.

O ímpeto de escrever o primeiro livro sobre organizações exponenciais, em 2014, ocorreu quando os autores reconheceram que algo importante e ainda não documentado acontecia na área tecnológica.

Uma Organização Exponencial (ExO) é aquela cujo impacto (ou output) é desproporcionalmente grande – ao menos dez vezes maior – se comparado com seus pares devido ao uso de novas técnicas organizacionais que alavancam acelerações tecnológicas.

Segundo o livro, há cerca de 20 mil ExOs atualmente, uma pequena parte do total de empresas no mundo, mas na próxima década toda organização, startup, organização não-governamental, departamento governamental ou projeto de impacto será estruturada como ExO.

Este novo e revisado livro documenta ainda mais as ExOs, explicando como funcionam em detalhes, com estudos de caso e mais conteúdo. Os autores pretendem ainda expandir o trabalho em uma série de livros nos próximos anos com temas como Massive Transformative Purpose (MTP) e a transformação corporativa; e um manual operacional detalhado para corporações sobre a aplicação da teoria exponencial a instituições sociais.

Capítulo 1 – Nosso mundo muda exponencialmente

Segundo os autores, teremos mais progresso na próxima década, entre 2023 e 2033, do que tivemos de 1923 a 2023. A curva de mudanças aceleradas leva a um mundo mais digital, desmaterializado e democratizado por meio da computação e das redes de alta velocidade.

A convergência de tecnologias em crescimento exponencial, principalmente a inteligência artificial, irá reinventar cada modelo de negócio e acelerar o ritmo global de mudança, o que irá causar disrupção em indústrias antigas e criar oportunidades na casa dos trilhões de dólares. Diamandis criou uma lista de tendências para o período:

1 – Aumento da inteligência artificial;

2 – Inteligência artificial, robótica e colaboração humana;

3 – Conectividade global super-rápida de custo ultra baixo;

4 – Transformação do varejo, da educação e das interações humanas pela Web3 e pelo metaverso;

5 – Veículos autônomos e carros voadores;

6 – Cura de doenças genéticas com a técnica CRISPR (edição genética) e terapia genética;

7 – Extensão do período de saúde humano em mais de 20 anos;

8 – Agricultura celular e agricultura vertical fornecerão comida local mais barata, saudável e de alta qualidade;

9 – Crescimento da energia abundante, barata e renovável globalmente;

10 – Investimento em sustentabilidade e no meio ambiente.

Em momentos de mudanças disruptivas, como o atual, organizações lentas e pesadas, incapazes de se adaptarem, serão extintas, segundo o livro. Já as empresas ágeis, que evoluem rápido e são abertas a oportunidades serão capazes de iniciar uma explosão de inovações.

A mais nova, esplêndida e positiva disrupção que o ritmo exponencial da inovação tecnológica poderá trazer à humanidade nos próximos anos é a abundância.

Capítulo 2 – A morte da organização linear

Ainda hoje gerenciamos e medimos em uma escala linear, de acordo com o livro. Esse pensamento linear reforça a inércia e a falta de tomada de risco, características fatais em um mundo que cresce exponencialmente. Organizações lineares raramente promovem a disrupção de seus produtos e serviços.

O modelo se baseia mais no comando e no controle do que na produtividade. Isso dificulta a responsabilidade, a velocidade e a tolerância ao risco, necessários em um mundo baseado em informações e no crescimento exponencial.

O pensamento linear não tem como competir no mundo exponencial. Ele atinge grandes empresas, governos, ONGs, universidades e organizações religiosas. Ao contrário de empresas lineares, organizações exponenciais são cada vez mais rápidas.

Segundo especialistas, startups do futuro terão apenas três empregados. Sua cultura será voltada para a inteligência artificial. Haverá apenas o CEO, o líder de produto e o líder de operações. Todo o restante do trabalho será automatizado.

Capítulo 3 – O que é uma organização exponencial?

Dois eventos chamados pelos autores de “impactos de asteroides” mudaram o mundo dos negócios para sempre em 2006 e 2007. Primeiro, a Amazon lançou seus serviços em nuvem, hoje conhecidos como Amazon Web Services (AWS). Depois, a Apple lançou o iPhone. Esse foi o nascimento das organizações exponenciais, segundo o livro.

De 2014 para cá, a definição de ExO foi atualizada:

Uma ExO é uma organização orientada por propósito, ágil e escalável, que usa tecnologias de aceleração para digitalizar, desmaterializar, democratizar e desmonetizar seus produtos e serviços, resultando em um aumento de desempenho de dez vezes mais em relação a seus pares não ExO.

A primeira característica de uma ExO é ter um Massive Transformative Purpose (MTP) ou Propósito Transformador Massivo (PTM), “o que estabelece um objetivo de longo prazo à companhia, tão abrangente e profundo que está sempre ao alcance e também é sempre inalcançável.”

Além do MTP, há outras características, organizadas em dois acrônimos em inglês “SCALE” (escala) e “IDEA” (ideia).

“SCALE” (ESCALA): características voltadas para fora

– “Staff on demand” (Equipe sob demanda)

– “Comunity and crowd” (Comunidade e multidão ou grupo)

– “AI & Algorithms” (Inteligência artificial e algoritmos)

– “Leveraged assets” (Ativos alavancados)

– “Engagement” (Engajamento)

“IDEAS” (IDEIAS): características voltadas para dentro

– “Interfaces” (Interfaces)

– “Dashboards” (Painéis)

– “Experimentation” (Experimentação)

– “Autonomy” (Autonomia)

– “Social Technologies” (Tecnologias sociais)

Há ainda mais características que podem ser encontradas em outras empresas, mas são intrínsecas e inerentes às ExOs: meio ambiente; objetivos de desenvolvimento sustentável; ética; pessoas; produtividade; custos marginais perto de zero; renda e ativos intangíveis.

Capítulo 4 – Massive Transformative Purpose

Os autores consideram o MTP o atributo mais importante de uma organização exponencial. Reflete a maior aspiração da organização, seu núcleo e propósito definidor de sua existência.

Ele descreve a mudança no mundo que você deseja alcançar, o problema fundamental que tenta resolver, embora reconheça que essa mudança não será realizada, nem o problema será resolvido no curto prazo. Foi projetado para inspirar ações focadas, expressar suas paixões e criar uma conexão emocional que leva você e outras pessoas a uma mudança significativa, positiva e comum.

Se a empresa mantiver o MTP como norte, poderá se mover rápida e estrategicamente para lidar com mudanças circunstanciais sem perder seu caminho. Ele ajuda a recrutar talentos e reter clientes e fornecedores.

Já os desafios para a implementação incluem o risco de acabar como uma promessa em vez de uma motivação existencial; internalizar o MTP em todos os níveis da organização, o que requer disciplina e suporte da alta gerência; grandes empresas podem ter MTPs para diferentes divisões, entre outros.

O MTP deve responder a quatro importantes perguntas:

– Por que deve fazer esse trabalho?

– Por que esta empresa existe?

– A quem servimos?

– O que nos esforçamos para fazer melhor do que qualquer outro?

Parte 2 – “SCALE” (ESCALA)

Capítulo 5: Equipes sob demanda

Ter equipes sob demanda significa utilizar um grupo de trabalhadores pré-qualificados, contratados conforme a necessidade, para conduzir os elementos operacionais dos negócios de uma empresa. As responsabilidades variam de tarefas simples a trabalhos complexos e podem até incluir processos críticos.

De acordo com os autores, empresas que usam equipes sob demanda têm uma maior capacidade de escalar rapidamente e maior agilidade para sobreviver à disrupção da indústria. A maioria dessas contratações ocorre via plataformas e comunidades. O principal exemplo desse tipo de empresas é o Uber.

Apesar de ser um dos atributos das ExOs, as equipes sob demanda têm data para expirar, já que depois delas virá a automação. Para os autores, os profissionais passarão a atuar em trabalhos que exigem o contato humano, enquanto outros tipos de funções serão executados por robôs e pela AI.

Entre os desafios para este tipo de contratação estão as regulamentações governamentais; menor engajamento dos trabalhadores, que podem trabalhar para mais de uma companhia; necessidade de boas descrições de funções por parte dos gestores; pouco tempo para treinamento; risco de exploração da mão de obra; e necessidade de os trabalhadores saberem fazer um bom marketing de si próprios.

Capítulo 6: Comunidade e grupo

Comunidade e grupo são ativos críticos para construir e escalar uma ExO. As pessoas que fazem parte de uma comunidade têm uma relação com a companhia. Elas incluem consumidores, fãs, vendedores, parceiros e fornecedores. Eles são leais a um objetivo comum e dedicados a resolver os grandes desafios em torno do propósito de sua organização.

Já o grupo, ou multidão, são todas as outras pessoas que estão fora da comunidade, mas que podem vir a se interessar pelo seu produto ou serviço. A comunidade de uma organização e o grupo que ela atrai pode ajudar a validar novas ideias e aprendizados. Grupo e comunidade amplificam a ideação e o marketing, que podem acelerar a implementação de novos produtos e serviços.

O principal exemplo de empresa que atua bem com comunidades é a Apple, mas há outros como Linkedin, Amazon e Peloton. Alguns exemplos de companhias que têm bons resultados com grupos são o TikTok e a Wikipedia. As organizações (ExOs) que atraírem um grupo com sucesso e converterem seus membros em uma comunidade serão vencedoras.

Capítulo 7: Inteligência artificial e algoritmos

A inteligência artificial e o uso de algoritmos já fazem parte do mundo atual e serão o futuro das ExOs em operações diárias, na modelagem de produtos e serviços e no desenho das organizações.

A IA será capaz de superar preconceitos e erros humanos na tomada de decisões, como o excesso de confiança e a influência de fatores irracionais. Isso terá de ser feito já em sua programação.

Alguns exemplos de usos futuros serão experimentos digitais, incluindo a geração de hipóteses; atuação em colaboração com humanos; e tomada de decisões autônomas. Segundo os autores, empresas que não usarem a inteligência artificial irão morrer.

Entre os principais benefícios estão a escala, tendo como exemplo o Netflix, cuja IA é capaz de gerar grande engajamento; cada vez mais dados; confiabilidade; menor custo e maior velocidade e persistência. Já os desafios incluem a governança e o uso ético.

AI e algoritmos são muito mais objetivos, escaláveis e flexíveis do que os humanos, por isso são a chave para o futuro dos negócios em geral. ExOs irão liderar essa nova economia no futuro.

Capítulo 8 – Ativos alavancados e compartilhados

Ativos alavancados e compartilhados, que incluem a economia compartilhada e equipamentos alugados, serão uma grande parte da economia da próxima década. Uma economia compartilhada pode ser construída em torno de qualquer ativo, de forma rápida e com um capital inicial mínimo.

Ao usar efetivamente ativos compartilhados e alavancados para virtualizar tudo o que for possível em suas operações, as organizações exponenciais terão uma importante vantagem competitiva na economia do futuro, porque terão um custo de infraestrutura mais baixo.

Um exemplo de empresa que usa a economia compartilhada com sucesso é a BlaBlaCar. Seu MTP é: “trazemos liberdade, equidade e fraternidade ao mundo das viagens”. Alguns dos atributos de uma ExO na empresa são ter um app de fácil utilização, engajamento, ativos alavancados, comunidade e grupo, autonomia e neutralidade de carbono.

No futuro, de acordo com a publicação, um novo tipo de indústria irá surgir. Serão companhias que gerenciam os ativos de outras companhias. Elas farão a ponte entre empresas que têm, operam e terceirizam ativos e empresas que querem utilizá-los.

Organizações que têm ativos podem transformá-los em plataformas, reduzindo seus próprios custos de operação ao compartilhá-los com outros. Este foi o caso da Amazon, quando passou a compartilhar seus serviços em nuvem.

Capítulo 9 – Engajamento

Prêmios de incentivo convertem grupos em comunidades e a gamificação liga esta comunidade ao MTP de uma organização, de acordo com os autores. Com a Web3, o engajamento irá se tornar ainda mais poderoso, sendo o segundo atributo de uma ExO que evolui mais rápido, depois da IA e dos algoritmos.

Engajamento é o uso de técnicas de incentivo, como gamificação, prêmios e, mais recentemente, a cripto economia para manter as partes interessadas envolvidas e cada vez mais comprometidas com o MTP ou propósito compartilhado de uma organização.

Entre os principais benefícios estão a gamificação inerente; o investimento no futuro; as cripto economias e as NFTs; uma maior lealdade, idealização e alavancagem de marketing; jogar e aprender e o feedback digital.

Já os desafios incluem a necessidade de recursos especializados; o risco de desalinhamento; dificuldades de implementação da Web3; estratégias em evolução e efeitos indesejados.

Parte 3 – “IDEAS” (IDEIAS)

Capítulo 10 – Interfaces

Interfaces se referem à automação de um ou mais atributos de escala. O engajamento, por exemplo, não pode ser feito de forma manual, precisa ser automatizado. Desta forma a empresa pode se tornar uma plataforma. As maiores companhias do mundo já as dominam.

Interfaces são os processos de correspondência e filtragem que permitem a uma organização traduzir uma abundância de dados em informações precisas e significativas a serem utilizadas.

O livro usa o exemplo do eBay. Há a criação de leilões (lado dos fornecedores) e a venda de itens (lado da demanda). Ambos são automatizados por interfaces que podem ser auto provisionados pelos próprios usuários. O mesmo se aplica ao Google AdWords.

Fornecer aos seus parceiros uma API (Application Programming Interface, ou Interface de Programação de Aplicativo em português) fácil de usar permite que outros criem facilmente negócios com base em seus serviços, transformando você em uma plataforma.

O resultado é que os processos se tornam mais efetivos e eficientes, reduzindo margens de erro. Isso faz das interfaces umas das características internas que mais diferenciam uma ExO real. Alguns exemplos são o Google, Facebook/Meta, Amazon Web Services (AWS), Twitter, Uber e Waze.

Capítulo 11 – Painéis

Painéis (ou Dashboards, em inglês) são a apresentação externa e interna da informação em tempo real que as ExOs precisam para operar. Enquanto métricas de engajamento são usadas para medir as ExOs externamente, Objetivos e Resultados-chave (OKRs na sigla em inglês – Objectives and Key Results) são essenciais para times internos e para a execução organizacional.

Painéis e OKRs são importantes para permitir a distribuição da equipe de liderança para monitorar e avaliar a saúde de um negócio; avaliar os resultados dos experimentos; e manter todos na mesma página. As métricas devem ser acompanhadas praticamente em tempo real, pois se algo der errado ou certo, a equipe precisa saber rápido.

Para começar a usar painéis e OKRs, a companhia precisa educar a equipe; identificar objetivos; definir resultados-chave; alinhar OKRs entre departamentos; configurar seu painel; integrar fontes de dados; desenhar o layout do painel; treinar o time; rever e atualizar OKRs e painéis regularmente; iterar e melhorar.

A implementação é um processo colaborativo, que encoraja a comunicação aberta, a transparência e uma cultura baseada em dados. “Painéis permitem que você teste cenários e operações, vendo os resultados rapidamente. Alguns deles podem transformar sua empresa”, afirmam os autores.

Capítulo 12 – Experimentação

Uma cultura de experimentação é fundamental para ser uma organização exponencial. As maiores empresas do mundo são impiedosas experimentadoras. Além disso, a experimentação constante mantém a equipe em contato com a realidade externa, algo essencial em um mundo volátil e que muda rápido.

Os autores alertam que as ideias podem vir de qualquer lugar. Por isso o processo deve ser aberto a todos. Alguns exemplos de experimentações são testes A/B em sites, para ver qual opção têm melhor performance entre usuários; randomização; inferência causal e testes contrafactuais.

As companhias costumam experimentar em segredo, como forma de se proteger da exposição caso o projeto fracasse. É importante ainda ter uma cultura de aprendizado em torno dos testes, para que as equipes se sintam encorajadas a explorar novos territórios.

O desafio é maior para grandes empresas, por enfrentarem barreiras como altos custos e regulações, mas elas também podem experimentar. Algumas corporações multinacionais reconheceram o valor de colocar em prática as experiências em mercados menores para mitigar os desafios e testar ideias de forma mais eficiente.

Capítulo 13 – Autonomia

Descentralizar a tomada de decisões maximiza a agilidade da companhia ao empoderar todos os membros da equipe, o que torna possível a escala. É complicado implementar a autonomia, especialmente em organizações que já existem. Um MTP poderoso, bem difundido e aceito é necessário para guiar a equipe.

Organizações autônomas e descentralizadas são a personificação da autonomia e se tornarão cada vez mais comuns. Seu maior impedimento atualmente, segundo o livro, é a governança.

Entre os benefícios da autonomia estão a maior liberdade, a formação espontânea de times, e, com isso, mais criatividade e produtividade. É caracterizada pela auto-organização, equipes multidisciplinares que operam com autoridade descentralizada e, idealmente, auto selecionam seu trabalho, sempre em busca de atingir os objetivos e resultados-chave e o MTP da companhia.

Além da governança, há outros grandes desafios para a implementação como a necessidade de confiança; risco de duplicação de esforços e de maior competição; ambiguidade na responsabilidade de trabalho e falta de clareza sobre papéis; formação de hierarquia espontaneamente e menos oportunidades de promoção.

Capítulo 14 – Tecnologias sociais

Tecnologias sociais encorajam e otimizam a interação colaborativa entre as pessoas em uma ExO. Elas englobam ferramentas de comunicação (como Zoom, Slack, Notion, Google Docs etc), ferramentas de colaboração (como o gerenciamento de documentos baseados na nuvem para compartilhamento e edição em tempo real), e ferramentas de fluxo de trabalho (para gerenciar tarefas e fluxos de atividades).

Essas tecnologias se estendem cada vez mais da internet para o metaverso, mundo digital que os usuários irão habitar e interagir como fazem hoje no mundo natural. Elas funcionam como sistema nervoso das ExOs, coletando informações da comunidade, disseminando novas ideias e inovações, e construindo maior coesão entre os participantes da organização.

As tecnologias da nova criptografia e da Web3 começaram a integrar a identidade e as cripto economias nos diálogos sociais. Elas aceleram as conversas e, portanto, os ciclos de aprendizagem. No futuro, serão mais imersivas, rápidas e inteligentes, permitindo que as equipes fiquem de olho na saúde da organização e nos seus empregados, evitando que os problemas apareçam a todos antes que possam ser remediados.

Capítulo 15 – Lições aprendidas: implicações para ExOs

O capítulo traz 18 dinâmicas-chave que compõem as implicações do modelo e do ecossistema das ExOs. Nove deles já haviam sido documentados no primeiro livro. Os outros nove são novos. A lista inclui:

1 – A informação acelera tudo;

2 – Conduza para a desmonetização;

3 – Disrupção é a nova norma;

4 – Cuidado com os “experts”;

5 – Morte ao plano de cinco anos;

6 – O menor bate o maior;

7 – Alugue, não tenha;

8 – Confiança bate o controle e aberto bate o fechado;

9 – Tudo é mensurável, e nada é conhecido;

10 – Tudo será habilitado pela inteligência artificial;

11 – Descentralização e organizações autônomas e descentralizadas;

12 – ExOs criam serendipidade e estados de fluxo;

13 – Cripto economias e Web3;

14 – Socialismo tecnológico;

15 – Liderança baseada em dados;

16 – Transformação do C-Level;

17 – Desagrupamento e reagrupamento;

18 – Departamentos governamentais como ExOs.

Capítulo 16 – Construindo uma ExO

Este é o melhor momento da história para a criação de empresas, segundo os autores. Entre os motivos estão a confluência de tecnologias avançadas, a aceitação e celebração do empreendedorismo, diferentes opções de crowdsourcing e oportunidades de financiamento coletivo. Já os três maiores riscos são tecnológico, de mercado e de execução e equipe.

Para o início de uma ExO de sucesso, é preciso combinar 12 passos. São eles:

1 – Escolha um MTP;

2 – Participe de – ou crie – comunidades relevantes em torno do seu MTP;

3 – Componha uma equipe;

4 – Use uma ideia inovadora;

5 – Construa um modelo de negócios Canvas e um ExO Canvas;

6 – Encontre um modelo de negócio;

7 – Crie o Produto Mínimo Viável (MVP na sigla em inglês);

8 – Valide o marketing e as vendas;

9 – Implemente os passos das siglas SCALE e IDEA;

10 – Estabeleça a cultura;

11 – Faça perguntas-chave periodicamente;

12 – Construa e mantenha uma plataforma.

Capítulo 17 – Conclusão

A mentalidade correta vem antes de tudo na hora de construir uma ExO. É responsável também por todos os passos que forem dados depois disso. Como um empreendedor exponencial, você precisa escolher a ‘mentalidade da abundância’, empoderada por um período sem precedentes de mudanças exponenciais antes de nós.

Diamandis ensina seis mentalidades-chave a seus alunos. São elas: orientada para um propósito; curiosa; da abundância; exponencial; “moonshot” (estabelecer metas que são radicalmente difíceis); e gratidão.

Com essas mentalidades, eles estarão preparados para criar ExOs capazes de curar o mundo e contribuir para a transição da escassez para a abundância, que é nosso destino, de acordo com o livro. Um mundo pós-escassez irá exigir uma forma bem diferente de organização para sobreviver e ter sucesso. Essa transformação já começou.

 

Ficha técnica:

Título original: Exponential Organizations 2.0 – The new playbook for 10x growth & impact [ainda sem edição em português]

Autores: Salim Ismail, Peter H. Diamandis e Michael S. Malone

Curadoria: The OpenExO Community

Editora: Ethos Collective

Resumo: Fernanda Nogueira

Edição: Monica Miglio Pedrosa

 

Leia também:

Resumo do livro Organizações Exponenciais

 

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