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“O consumo por meio de serviços veio para ficar”

Nos últimos anos, as pessoas mudaram a forma como consomem produtos e serviços. A posse deu lugar ao pagamento pelo uso, com redução de custos e agilidade para se adaptar a novas necessidades. Agora, é a vez das empresas incorporarem essas mudanças, e a área de TI tem se utilizado desses novos modelos como forma de simplificar e agilizar as jornadas de transformação digital. A contratação de Infraestrutura como Serviço (IaaS) permite delegar a especialistas a gestão da área de TI, liberando as equipes internas para focar no negócio e em decisões estratégicas. A tendência é tão forte que a International Data Corporation (IDC) estima que, em 2024, quase metade da necessidade de processamento de data center será contratado no modelo de serviço.

Em entrevista ao Experience Club, Diego Puerta, líder da Dell Technologies no Brasil, conta como a empresa vem se preparando para atuar nesse novo modelo com a plataforma APEX, que permite maior flexibilidade ao adequar o investimento à demanda. O APEX permite que as empresas ampliem ou reduzam seus investimentos de acordo com a necessidade, além de permitir a gestão integrada da nuvem pública com os equipamentos próprios da empresa, garantindo o uso dos investimentos já realizados. “A capacidade de responder mais rapidamente, alinhada ao comportamento do negócio, traz um benefício enorme. Por isso temos visto um aumento muito grande do consumo por meio de serviços”, diz Diego Puerta. A Dell Technologies tem como parceiras a Intel® e a VMware.

Já existe uma tendência por parte do consumidor de preferir o uso à posse, uma preferência por serviços on demand, de acordo com a necessidade. De que maneira as empresas estão se ajustando ao on demand?

Não é de hoje que a gente vê uma utilização do modelo de consumo como serviço. A tecnologia facilitou muito o acesso. No nosso dia a dia, já consumimos como serviço música, transporte, conveniência, até mesmo equipamentos. E a pandemia acelerou muito esta trajetória. Os consumidores ficaram mais atentos, viram os benefícios. E as novas tecnologias que estão vindo, especialmente 5G e Edge Computing (computação de borda), vão acelerar ainda mais. Vão surgir novas modalidades de serviços. Essa demanda crescente por parte dos consumidores, por causa da flexibilidade, chamou também a atenção das empresas. Não apenas para atender às necessidades de um público consumidor cada vez mais exigente, mas também pelos benefícios para o negócio. A capacidade de responder mais rapidamente, alinhada ao comportamento do negócio, traz um benefício enorme. Por isso temos visto um aumento muito grande do consumo através de serviços. É uma tendência que veio para ficar e que tem se consolidado bastante. A IDC estima que quase 50% da necessidade de processamento de data center em 2024 será por meio do modelo de serviços.

Uma das vantagens de se consumir TI como serviço é a flexibilidade para aumentar ou reduzir a demanda, de acordo com o momento. Como isso pode impactar os custos da empresa?

O modelo as a service tem dois grandes benefícios. O primeiro é a adequação dos investimentos à demanda. Se você está num período de alta demanda vai acabar pagando mais porque está consumindo mais capacidade de processamento ou armazenamento. Se está num período de menor uso a conta não vai ser tão alta. Esse modelo também traz previsibilidade. E a solução híbrida, que combina a nuvem pública com a nuvem on premise, quando a empresa tem a posse dos equipamentos mas faz o gerenciamento num modelo de nuvem, integrando o processamento local com o externo, dá muito mais eficiência. A empresa consegue adequar o que faz mais sentido para o negócio a cada upload.

Hoje em dia, uma estratégia data-driven é essencial para manter os processos constantes de inovação. A TI as a service interfere na obtenção dos dados? Como esses dados geram insights de negócios?

Sem dúvida alguma. Existem duas grandes dimensões. Hoje, a equipe é consumida em diversas atividades operacionais. Numa solução as a service, boa parte disso já não fica mais sob a responsabilidade dessa equipe e ela pode trabalhar em tarefas de identificação de oportunidades, otimizar os recursos. O segundo ponto é que terá uma infraestrutura mais preparada para o que vem pela frente. Com o advento de 5G e do Edge Computing, vamos ter novas fontes de geração de dados, dados importantíssimos, de onde se poderá extrair insights de negócios. Um estudo do IDC aponta que até 2025 mais de 75% dos dados serão gerados na ponta. É preciso ter uma infraestrutura preparada para isso. Esse modelo permite uma otimização do uso da equipe e uma arquitetura mais moderna preparada para este novo ambiente que está se formando.

O uso de Inteligência Artificial da Dell já está resultando uma economia de custos e aumento de receita para as empresas. Pode nos dar um exemplo de como a IA pode ajudar nos negócios?

Temos vários casos. Por exemplo, um dos maiores bancos do Brasil desenvolveu conosco um sistema de Inteligência Artificial para atuar na prevenção de fraudes e identificar quando algum caixa eletrônico pode ser saqueado, por exemplo. Isso trouxe uma economia gigantesca para essa organização através da utilização dos dados que já estavam disponíveis. Outro exemplo interessante é o de uma empresa de energia elétrica que se utiliza de dados da previsão do tempo para mapear de forma preventiva onde vai ter pico de consumo. Com isso, consegue se planejar e resolver esses problemas o mais rápido possível. E temos diversos outros exemplos, de empresas de transporte, que usam a nossa avaliação de risco. São cases desenhados junto com o nosso time, que utilizam as nossas soluções e conseguem trazer inputs extremamente relevantes para os negócios dos clientes.

O trabalho remoto mostrou a importância de uma estrutura flexível e móvel, o chamado “anywhere office”. Como as novas formas de trabalhar impactam a política de TI das empresas?

Mesmo antes da pandemia, o trabalho remoto já era utilizado por muitas empresas. A própria Dell já utilizava. Mas existia uma resistência até cultural para ampliar a utilização. A pandemia alterou isso. Passamos a utilizar um conceito que o trabalho não é mais um local, mas objetivos a serem cumpridos, de onde você estiver. O “anywhere office” passou a ser uma realidade para boa parte das empresas e chega a ser uma ferramenta de retenção de talentos. As pessoas querem essa flexibilidade. A nova geração quer. Nas conversas que temos com os clientes e também nas análises dos dados, vemos que a produtividade, que alguns achavam que podia cair, até aumentou. Isso num período em que ainda não existe o modelo de trabalho híbrido, já que boa parte das empresas ainda está apenas no trabalho remoto. Ainda não estamos conseguindo explorar todos os benefícios do trabalho híbrido. Ele vai requerer uma preparação grande. Desde ferramentas, processos, segurança de dados, segurança da informação. Tem muita coisa que precisa ser revista para que o trabalho se torne de fato produtivo e integrado ao negócio das empresas.

Que mudanças provocadas pela pandemia na maneira como as pessoas interagem entre si e com serviços devem permanecer? Que desafios de tecnologia isso traz para as companhias?

Vejo duas principais mudanças no pós-Covid. O primeiro é o modelo de trabalho. O que a gente falou do “anywhere office”, que vai além do trabalho remoto, é uma tendência que veio para ficar. E tenho certeza de que os benefícios do modelo de trabalho serão ainda mais reconhecidos quando a gente voltar à normalidade, onde for possível mesclar o trabalho em casa, no escritório e nas viagens. É uma mudança importante e que mexe com as definições da empresa não só de TI, mas de todo modelo de negócio.

O segundo ponto é a oferta do modelo as a service. O consumidor mudou bastante nesse sentido. A pandemia acelerou a nossas necessidades e está fazendo o mesmo com as empresas. Elas precisam se adaptar, construir estruturas para dar a flexibilidade, a agilidade e a segurança que são necessárias para rodar o seu negócio de forma sólida, bem estruturada.

Internet das Coisas, Inteligência Artificial e Blockchain são apenas algumas das tecnologias que já vinham ganhando espaço no mercado. Que tendências e cenários você projeta para um futuro próximo e como as empresas devem se preparar para eles?

As principais tendências que estou vendo são o 5G e o Edge Computing. Elas vão mudar significativamente a forma como as empresas trabalham e principalmente os modelos de negócios. Vão trazer um novo tipo de interação, de velocidade, de conectividade. Não apenas os dados serão mais rápidos com o 5G. Ele também vai possibilitar que equipamento fale com equipamento, criar novos modelos de trabalho. Fala-se muito em cirurgia remota, smart cities, carro sincronizando com iluminação, com semáforo, segurança, dados, reconhecimento. Temos um mundo de coisas a serem descobertas quando essas tecnologias estiverem implementadas. Com Edge Computing, os dados vão ser cada vez mais gerados e processados na ponta, e através da maior conectividade do 5G teremos uma transformação muito grande. Por isso é tão importante trabalhar com os nossos clientes na adequação da infraestrutura, para que eles tenham agilidade, velocidade e a flexibilidade necessária para reagir neste novo ambiente que está aparecendo. E é por isso que a gente acredita nos benefícios do nosso modelo, o APEX, e nos benefícios do modelo de nuvem híbrida.

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