Empresas capazes de se expandir em ritmo acelerado costumam ter características em comum. Conheça algumas delas explorando estes três livros
Empresas que crescem rápido costumam ter características em comum. São traços que ajudam a explicar o dinamismo com que avançam sobre concorrentes em novos mercados. De modo geral, não se trata de uma tecnologia de ponta. Mas sim de uma combinação de estratégia, processos, modelos de negócio e liderança que facilitam o entendimento das necessidades do mercado e a proposição de novas soluções para atendê-las.
Uma das características de empresas com o perfil para o crescimento exponencial é a percepção de que fazem parte de um sistema maior e a capacidade de combinar os próprios interesses com os de outras empresas e atores no desenvolvimento de inovações. Trata-se de uma forma de acelerar o processo de criação de produtos e serviços de forma mais dinâmica, sem os freios de burocracias internas.
É incomum, porém, que isso aconteça em empresas geridas dentro do tradicional modelo de comando e controle, ancorado em divisões rígidas de hierarquia. Organizações que crescem em ritmo acelerado não costumam ter departamentos tradicionais. Em vez disso, dão autonomia para que as equipes se auto-organizem e tenham uma postura pro-ativa no desenvolvimento de soluções, com base no contato com clientes e potenciais clientes.
Liderar equipes com senso mais agudo de independência demanda de quem ocupa cargos de direção também novas habilidades e a capacidade de construir uma cultura estimulante e participativa. Dependendo da área de atuação da empresa, pode ser mais interessante ter funcionários com perfil generalistas, com interesses diversos, do que só especialistas. Ou abrir mão do crédito pessoal em prol de maior engajamento das equipes em um projeto.
São insigts como esses, acima expostos, que você vai encontrar nos resumos de três livros de sucesso que exploram os segredos de empresas que foram capazes de crescer rápido e se manter competitivas, mesmo em um mercado dinâmico como o atual: Transformação radical, Organizações exponenciais e Ágeis e inovadoras.
A seguir, reunimos outras ideias centrais de cada uma das três obras, para que você possa escolher o que ler neste final de ano. Os insights acompanham links para os resumos.
1 – Transformação radical
Ideias centrais:
– Uma das alternativas de inovação é criar projetos fora da estrutura tradicional da companhia, de modo a não perder velocidade e ser freado pela burocracia. Chamamos este modo de estrutura ambidestra.
– Como um jogador de pôquer atento, a sua empresa precisa ser capaz de capturar diversas oportunidades (persistência eficiente) com método (preparação) e isso é possível com uma iniciativa de geração de ideias.
– Atualmente, existe uma certeza: dificilmente uma empresa conseguirá a velocidade e o dinamismo necessários para permanecer relevante sozinha. Entender que está inserida em um sistema maior é um dos maiores desafios do gestor moderno.
– Assim como o maestro está para o coral, a gestão da inovação está para a inovação corporativa. É ela que conecta e harmoniza tudo que vimos no decorrer desta explanação. E que também garante e supervisiona a execução da estratégia inovadora da empresa.
– Este livro foi feito para pessoas de todos os níveis hierárquicos e áreas das empresas. Não interessa se você é CEO ou iniciante de carreira. O mais importante é transformar toda a sua bagagem em ativo, não em barreiras para novos aprendizados.
Sobre os autores:
Pedro Waengertner é empreendedor, palestrante, professor de MBA da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), onde atua há vinte anos, além de conselheiro em startups e grandes empresas. Atualmente, é CEO da ACE, uma das líderes em inovação no Brasil.
Sulivan Santiago é sócio e head de produtos digitais da ACE. Cursou ciências da computação, possui MBA em finanças, pós-graduação em gerenciamento de projetos. Ensina inovação na ESPM.
Victor Navarrete é CEO da ACE Cortex, braço da ACE que oferece consultoria em inovação para novas oportunidades de crescimento. Já trabalhou em mais de vinte segmentos da economia, como aviação, agronegócio, logística, entre outros.
2. Organizações exponenciais
Ideias centrais:
– As startups de hoje (assim como empresas mais maduras) estão alavancando a banda larga sem fio, a internet e a nuvem para monitorar os dados (de clientes e colaboradores) em tempo real.
– Muitas organizações exponenciais estão se organizando internamente, não em departamentos tradicionais, mas auto-organizados com autonomia radicalmente descentralizada.
– Símbolo da nova realidade é a computação em nuvem, que oferece a capacidade de armazenar grandes quantidades de informação com processamento ilimitado e custo quase gratuito.
– Montar equipe com dois perfis distintos. Um com habilidades e capacidade de gerar ideias (associar, questionar, observar) e outro com habilidades de execução (analisar, planejar, implementar, acompanhar).
– O conceito de organização exponencial não se limita ao mundo da tecnologia, às startups ou aos empreendedores radicais. Ele se aplica a enxergar, a buscar novas estratégias de negócios, no clima da aceleração tecnológica.
Sobre os autores:
Salim Ismail é empreendedor canadense, investidor anjo, escritor, estrategista de tecnologia. É cofundador e diretor executivo da Singularity University.
Yuri van Geest foi formado pela Sigularity. É um dos maiores especialistas em tecnologia móvel e estudioso das tecnologias exponenciais
Michael S. Malone é escritor americano, colunista e editor, investidor, produtor de televisão. É veterano repórter de alta tecnologia.
3. Ágeis e inovadoras
Ideias centrais:
– Como diretor de uma empresa, cujo foco é a cultura e a compreensão da cultura, preciso que todos os membros da organização tenham uma área de interesse principal e uma secundária. Elas estão unidas entre si e ambas fazem parte do processo criativo (Steve Stoute, da Translation LLC).
– Desenvolvi a capacidade de trabalhar em equipe porque comecei a abrir mão do crédito, num ambiente em que tudo está voltado para ele. Percebi que as pessoas gostavam quando você jogava por causa do resultado e não por causa da função que ocupava na equipe (John Donovan, da AT&T).
– O ponto de partida [Projeto Oxigênio do Google] foi a constatação de que as equipes de nossos dirigentes mais eficazes apresentam melhor desempenho, permanecem mais tempo no emprego, são mais felizes – fazem tudo melhor [Laszlo Bock, do RH do Google).
– A partir de certo momento [da reunião], as pessoas se desligam e pouco se importam com o que seja dito. Se você entra numa reunião em que alguém fala por mais de quinze minutos, 90% das pessoas vão ficar consultando o celular (Joel Babbit, do site Mother Nature Network).
– As empresas que irão prosperar no longo prazo são aquelas que entenderem que a cultura é elemento fundamental de sua estratégia – para atrair e conservar os melhores talentos, para estimular os funcionários e para promover um ambiente favorável para inovar.
Sobre o autor:
Adam Bryant é autor de The Corner Office: Indispensable and Unexpected Lessons from CEOs on How to Lead and Succeed. Ele assina a popular coluna “Corner Office” do New York Times, tendo sido editor sênior da seção de artigos assinados do jornal, vice-editor nacional e vice-redator sênior de negócios.