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Como a tecnologia em nuvem reduz custos e acelera a inovação

Com a transformação digital impulsionada pela pandemia, que forçou o trabalho remoto e intensificou a busca por operações e modelo de negócios mais digitais, a tecnologia em nuvem se tornou o nome do jogo no mercado. Ela abre novos horizontes ao atender à demanda por flexibilidade, segurança e capacidade de adaptação nas organizações. É nesse contexto que o ERP em nuvem surge como um facilitador para a migração digital da indústria, entre outros setores, pois ele simplifica a infraestrutura de tecnologia, otimiza a gestão da cadeia de suprimentos, reduz custos e acelera a inovação.  

“As organizações estão procurando estabelecer um relacionamento mais profundo com os clientes, com mudanças nos modelos de negócios e adaptação da cadeia de suprimentos. E, como resposta, estão desenvolvendo fornecedores e fábricas locais, e essas fábricas locais tendem a ser menores e mais automatizadas”, diz Alexandre Pereira, Vice-Presidente SAP S/4HANA para a América Latina. “Aqui entra o exemplo de como a tecnologia participa. Para que haja fábricas menores e automatizadas, é preciso ter uma tecnologia que permita, por exemplo, a adaptação da linha de produto conforme muda a demanda.” 

Nesta entrevista ao Experience Club, Pereira analisa as vantagens da tecnologia em nuvem e mostra o caminho mais curto para que os CEOs e demais líderes das organizações acelerem a transformação digital nas empresas. Confira.  

Quais os principais impactos provocados pela pandemia em relação ao uso da tecnologia na indústria? 

A pandemia mudou todos os aspectos da nossa vida. Para sobreviverem, as organizações terão de ser cada vez mais resilientes e adaptáveis. E resiliência aqui não quer dizer que a empresa não sinta a intensidade da situação, mas que encontrou uma maneira mais rápida e efetiva de lidar com isso. As empresas que estão tendo sucesso em lidar com a pandemia por meio da tecnologia estão dividindo suas ações em três pilares. O primeiro é manter o negócio rodando. O segundo é o da resiliência, é criar alternativas. E o terceiro é o risco, ou seja, se preparar para o futuro. É nesse terceiro pilar que entra a mudança de modelo de negócio que temos visto no mercado.  

As organizações estão procurando estabelecer um relacionamento mais profundo com os clientes, com mudanças nos modelos de negócios e adaptação da cadeia de suprimentos. E, como resposta, estão desenvolvendo fornecedores e fábricas locais, e essas fábricas locais tendem a ser menores e mais automatizadas. Aqui entra o exemplo de como a tecnologia participa. Para que haja fábricas menores e automatizadas, é preciso ter uma tecnologia que permita, por exemplo, a adaptação da linha de produto conforme muda a demanda. 

Como a tecnologia em nuvem ajuda as organizações na adaptação a um mercado mais digital e que pode mudar a qualquer momento?  

Na prática, a tecnologia em nuvem traz simplificação, escalabilidade, resiliência e redução no tempo para tornar as inovações acessíveis. E, além de tudo isso, traz redução de custos. De uma hora para outra, os colaboradores tiveram de realizar suas funções a partir de casa, mas nem todas as empresas estavam preparadas para esse cenário. Por isso houve uma grande aceleração da adoção da nuvem. Não foi simplesmente virar a chave, todo mundo ir pra casa e já ter acesso à informação, com a estrutura correta e tudo já protegido contra ataques cibernéticos. Realmente houve uma aceleração da transformação digital por causa do modelo de trabalho remoto. E a nuvem, por conceito, pressupõe que os sistemas e as informações possam ser acessados via internet de qualquer lugar.  

Mas os serviços de nuvem não entregam somente o acesso remoto. Entregam também toda a gestão dessa infraestrutura e as aplicações. Outro ponto é a escalabilidade. A nuvem permite que você cresça quando você precisa, ao contrário do mundo on premise, não nuvem, em que é necessário fazer um investimento inicial grande. E se depois você precisar crescer, vai ter de fazer outro investimento, muitas vezes importar máquina. Não é uma coisa simples de gerenciar. Com a nuvem o cliente pede mais poder de processamento e a gente já tem condições de entregar.  

Alexandre Pereira explica como o modelo de Software as a Service acelera a inovação nas empresas: 

Como a SAP auxilia os clientes nessa migração para o digital? E para a nuvem? Quais são as soluções e os serviços? 

Em 2015, colocamos no mercado o nosso ERP de nova geração, que a gente chama de SAP S/4HANA. De lá para cá, estamos acompanhando a adoção dessa solução a uma velocidade superior a qualquer outra solução já lançada pela SAP. Tanto da nossa base instalada, movendo-se para essa plataforma, como de novos clientes que se encontravam com o ERP ultrapassado. O SAP S/4HANA traz embarcado, além das melhores práticas de processos de gestão empresarial, as tecnologias inteligentes, como Machine Learning e Inteligência Artificial. E isso automatiza tarefas para o usuário e também traz insights para a gestão. Além disso, vale lembrar que o SAP S/4HANA é um ERP que é transacional e analítico ao mesmo tempo. Essa solução já nasceu cloud native, e desde 2018 para cá temos acompanhado uma mudança grande no mercado.  

Em janeiro deste ano, fizemos o lançamento do RISE with SAP, já trazendo o conceito de Business Transformation as a Service. Trata-se de um conjunto de soluções e serviços no qual acompanhamos o cliente em toda a sua jornada de transformação digital, do planejamento à operação. Essa oferta é 100% na nuvem. É composta pelo SAP S/4HANA Cloud, como digital core, por serviços e ferramentas que ajudam nossos clientes a entenderem sua situação atual e os possíveis caminhos para essa jornada com o SAP S/4HANA. Tudo isso num contrato único, com um nível de serviço ponta a ponta, passando pela infraestrutura como serviço, sistema operacional, banco de dados e aplicação.  

Como estimular uma cultura de inovação dentro das organizações e como a SAP atua dentro do cliente para acelerar a transformação digital? 

Os executivos de hoje precisam investir 50% do seu tempo na operação, para entregar os resultados de curto prazo, e os outros 50% na construção do negócio para o futuro. Que já não é mais tão futuro assim, porque a pandemia tem acelerado essa transformação e encurtado o tempo até esse futuro. O que percebo é que esse profissional não está pronto, ele está sendo forjado durante a pandemia. Hoje é bastante comum no mercado haver o pessoal da inovação, que não necessariamente concilia a inovação com os resultados práticos, de curto prazo, e por outro lado os veteranos, com a escola de resultados, que precisam inovar. No meu entendimento, a liderança é peça fundamental nessa transformação.  

Como manter o desenvolvimento econômico e integrar cada vez mais práticas sustentáveis em toda a cadeia de negócios? Qual é o papel da tecnologia nesse processo?  

Sustentabilidade é uma palavra-chave porque ela mostra a necessidade de atender aos requerimentos do presente sem comprometer o futuro. Isso só é possível com o entendimento da interconexão entre essas coisas. Não é possível explorar os recursos naturais sem considerar o impacto causado agora e no futuro. Essa visão está cada vez mais interiorizada nas empresas e nas pessoas. Hoje, por exemplo, muitos consumidores tomam decisões de compra levando em consideração se os produtos e serviços – ou se a própria reputação do fornecedor – são sustentáveis. Não é somente a qualidade ou o preço. A sustentabilidade passou a ser um dos componentes para a tomada de decisão. Os investidores entendem isso e o tema está na agenda dos executivos de diversas companhias, inclusive dos CEOs. Eles têm de lidar com riscos de regulação, de mercado, adaptar seus produtos e serviços, tomar conta da reputação da marca. Isso gera um impacto direto no modelo de negócios, no planejamento e na execução.  

Alexandre Pereira explica como a tecnologia SAP auxilia as empresas na melhoria dos índices de sustentabilidade: 

Como a tecnologia pode ser usada para gerar insights financeiros para os negócios? Você pode dar alguns exemplos práticos? 

Vou voltar ao ponto do ERP transacional x analítico para exemplificar. No ERP transacional, as empresas controlam os negócios. Elas registram o quanto compraram, receberam, pagaram e como estão os livros financeiros. Mas os executivos dificilmente têm acesso a um indicador com a informação em tempo real. Geralmente eles recebem essa informação após o processamento e uma camada de BI. Muitas vezes trata-se de uma informação de ontem ou de algum tempo atrás, e ainda com risco na acuracidade por conta do processamento que a informação recebeu até chegar ao nível de gestão, por exemplo. É como dirigir olhando para o retrovisor – e ainda com um pouco de neblina para atrapalhar. Para a empresa dirigir olhando para frente, o executivo precisa de informação em tempo real, 100% acurada. Outro ponto importante é que a liderança precisa das informações que são importantes para ela, para não ter de ficar analisando diversos relatórios e fazendo contas para tomar ações. Esse foi um ponto ao qual demos muita atenção no SAP S/4HANA Cloud, levando em conta que o design da aplicação já tem de trazer esses insights para o usuário e contribuir com a maior produtividade possível.  

Que mudanças provocadas pela pandemia na maneira como as pessoas interagem entre si e com serviços das empresas devem permanecer no pós-Covid?  

Um evento tão significativo como uma pandemia não passa em branco quando se fala em comportamento. Portanto, acredito que essas novas jornadas de trabalho remoto, com as quais a gente já está se acostumando cada vez mais, vieram para ficar.  

Essas mudanças impuseram um regime de trabalho mais flexível, em que o gestor precisa ter uma relação de confiança com os colaboradores. Em vez de cobrar horário, de ver se o funcionário está trabalhando mesmo, a cobrança passou a ser por meta de trabalho. E por mais adaptável que seja o ser humano, as mudanças geram um estresse. Por isso é importante que as organizações tenham iniciativas para cuidar da saúde mental e da qualidade de vida dos colaboradores. Na SAP temos várias ações da campanha Mental Health Matters. O objetivo é criar um ambiente seguro, livre de preconceitos, para falar abertamente de saúde mental, bem-estar e prevenção ao estresse.   

Quais os principais aprendizados proporcionados pela pandemia e que tendências tecnológicas você projeta para a indústria nos próximos anos?   

A gente passou a depender da tecnologia, de uma forma abrupta, para trabalhar, estudar, comprar e viver. Além do trabalho remoto, podemos citar outras tendências que foram e continuarão sendo aceleradas, como a telemedicina e a educação online – para o ambiente corporativo e inclusive para crianças pequenas. A gente também pode esperar por mais novidades em aplicativos para desenvolvimento humano, para todas as etapas e idades da vida. Blockchain e criptomoedas também vão ganhar mais espaço, inclusive no mundo corporativo. Já observamos a aplicação de blockchain em cadeias de suprimentos de clientes nossos. Isso vai se tornar uma forte tendência. A automação vai avançar ainda mais na indústria, agora com a utilização cada vez maior da Inteligência Artificial e do Machine Learning. E como estamos cada vez mais conectados, a nuvem vai continuar sua evolução, oferecendo mais resiliência, flexibilidade e segurança e permitindo o anywhere operations, que é o que buscamos nesse momento.  

Texto: Clayton Melo

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