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Carrefour compartilha serviços para alavancar transformação digital

Parcerias e compartilhamento de serviços são a aposta do Carrefour para acelerar seu processo de transformação digital no Brasil. Mesmo quando a estratégia evolva empresas que até pouco tempo atrás eram vistas como concorrentes. Maior operação fora da França, a subsidiária brasileira receberá investimentos de R$ 2 bilhões da rede em 2019, com grande preocupação em posicionar o Carrefour como um dos líderes em inovação no mercado.

Essa estratégia se traduz em um leque amplo de alianças, que vão de entregas com o Rappi até projetos de inovação com o “rival” Magazine Luiza, trabalho mais estreito com o ecossistema de startups e da evolução dos meios de pagamento. “Tudo vai mudar”, prevê Stéphane Engelhard, vice-presidente de relações institucionais do Grupo Carrefour no Brasil.

E já está mudando. No ano passado, o Carrefour Brasil comprou a e-Mídia, empresa de conteúdo digital que controla sites como o CyberCook. Muito bem ranqueada para quem busca receitas no Google, o CyberCook foi arrematado pensando na integração que ele poderia proporcionar com o comércio eletrônico alimentar da rede supermercadista. Um passo em sintonia com a estratégia do Carrefour em omnichannel. E essa é apenas a primeira das muitas mudanças que estão por vir.

O Carrefour Brasil tem apostado forte na proximidade com empresas parceiras como Rappi, Swift, Magazine Luiza e Zaitt – primeiro mercado 100% autônomo da América Latina, com duas lojas em operação.

A primeira no Espírito Santo e a segunda em São Paulo – esta última, tem o Carrefour como parceiro estratégico. “A Zaitt é uma loja totalmente autônoma, com reconhecimento facial. Você faz check-out sem intervenção humana. O Carrefour, por enquanto, é fornecedor de produtos, mas a gente quer aprender mais como funciona essa loja. Já há cases de sucesso na China”, conta Engelhard.

Diante dos novos hábitos conectados à ascensão do digital, o Carrefour busca respostas. “Queremos entender como o consumidor reage. A tecnologia é importante, mas nem sempre funciona como deve funcionar. E a experiência do consumidor é importante. Se for uma experiência ruim, ele não volta. É um conjunto de coisas que fazem o sucesso do modelo”, observa.

Existe a possibilidade de uma outra Zaitt ser aberta ainda este ano, quem sabe dentro da sede do Carrefour em São Paulo. A data ainda não foi definida. “A gente tem uma loja Express dentro da nossa sede que é uma loja teste. Não tenho mais nenhum funcionário. A da Zaitt seria uma nova loja, mas não necessariamente na sede” comenta Engelhard.

O Carrefour também tem um “laboratório” com o Magazine Luiza, que ocorre em dois hipermercados em São Paulo (SP) – Limão e Anália Franco. O acordo tem duração de seis meses e visa criar um novo modelo de negócio utilizando-se da expertise das duas empresas na venda de eletrodomésticos, produtos eletrônicos e similares nessas duas unidades.

O Rappi também já está disponível em 88 lojas do Carrefour para quem deseja comprar e ter a entrega feita pelo serviço. E esse número só cresce diante da tendência de entregar produtos em domicílio. Hoje, já são três “side stores” – transformação de parte da área de estoque dos hipermercados em local para estocar produtos vendidos pelo site. A expectativa é que a parceria abranja todos os municípios onde o Carrefour opera e que haja cobertura da startup – que está presente em mais de 20 municípios brasileiros atualmente.

Lojas não sumirão

Elas continuarão a existir, disso o Carrefour não tem a menor dúvida. Nesse sentido, o foco da companhia é na construção de um ecossistema no qual o consumidor esteja no centro, rodeado por e-commerce, lojas físicas de diferentes formatos (de lojas de conveniência a atacado). “Hoje, temos 15 milhões de informações dos consumidores dentro do aplicativo, o que nos ajudará a entender hábitos e horários de compra para oferecer uma comunicação personalizada. Este é o futuro.” E o boom das lojas de bairro tampouco vai acabar com o modelo de hipermercados.

“Se você olhar o hipermercado de cinco anos atrás, vai perceber muitas diferenças na parte de alimentos. E na parte de não alimentos podemos fazer lojas dentro das lojas. A parceria com Magazine Luiza é exatamente isso. Eles são muito melhores que a gente em sortimento de eletrodomésticos. Uma parceria que aumenta as vendas”. [autor]Stéphane Engelhard, vice-presidente de relações institucionais do Grupo Carrefour no Brasil.[/autor]

A ideia de rivalidade entre as empresas mudou. Os negócios passaram a ser olhados de forma diferente. “Se você pegar todos os especialistas, verá, por exemplo, que aquele que só vende artigos esportivos terá muito mais expertise e sortimento que nós”, explica Engelhard. Foi assim que surgiram as parcerias com o Magazine Luiza e com a Swift, especialista na venda de carnes congeladas, que já está presente em pelo menos oito lojas do Carrefour. “É um negócio novo no Brasil. Como se fosse uma loja dentro da loja,”

Crescimento

Com 660 pontos de vendas no país, número que inclui farmácias e postos de gasolina. O grupo Carrefour abre 40 lojas esse ano no Brasil. Desse número, 20 só de Atacadão. “O Brasil é um país importante para nós. Investimos R$ 1,8 bilhão por ano nos últimos quatro anos, um aporte que não vai parar por aí”, afirma, em referência aos R$ 2 bilhões previstos para 2019.

 

Texto: Françoise Terzian

Imagens: Arte sobre reprodução

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