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“Brasil lidera retomada na América Latina, mas questão fiscal preocupa”

O futuro da economia após os impactos da pandemia ainda é incerto e dependerá do contexto vivido pelas diversas regiões do mundo. Para discutir como está sendo desenhado o cenário futuro da América Latina, o Experience Club recebeu em LIVE [assista na íntegra], nesta quinta-feira, 3/09, três gestores de investimentos do banco suíço UBS: Sylvia Coutinho, Country Head & Head Wealth Management Latam, Alejo Czerwonko, Chief Investment Officer Latam, Luiz Carvalho, Brazil Head Of Research. 

Confira os principais pontos do debate, que contou com o patrocínio de Oi Soluções

Sylvia Coutinho, Country Head & Head Wealth Management Latam

1- “Temos um gap educacional histórico. Com a aceleração digital e tecnológica, a distância entre quem está incluído e quem está fora só aumenta.” 

2- “Temos um cenário de desperdício de investimentos em Educação e consequentemente no potencial humano.” 

3- “Há uma demanda crescente da nova geração de investidores em apostar em empresas com políticas sociais e ambientais bem definidas, aquelas com selo ESG [environmental social and governance].” 

4- “Temos os ativos ambientais mais valiosos do mundo e um volume enorme de recursos buscando onde investir.” 

5- “Temos 15 trilhões de dólares no mundo com juros negativos e sedentos por oportunidade de investimento.” 

6- “Há uma enxurrada de liquidez proporcionada pelos bancos centrais. A preocupação que temos é se houver um movimento que venha a reverter este cenário. Isso impactaria mais forte os mercados emergentes, como o nosso.” 

7-  “O Brasil implementou o pacote mais generoso de estímulos e por isso está liderando a retomada, apesar de haver uma preocupação com a questão fiscal.” 

8- “Vivemos uma crise sem precedentes que castigou muito as pessoas que estão à margem da inclusão digital.”

Luiz Carvalho, Brazil Head Of Research

1-  “Neste cenário de juros baixos, o dinheiro vai ter que circular na economia. E os canais óbvios serão investimentos em infraestrutura, mercado de capitais e no empreendedorismo.” 

2- “No Brasil ainda temos 7 trilhões em renda fixa. Este dinheiro começa aos poucos a migrar para outras ativos, como renda variável.” 

3- “Temos quase 3 milhões de CPFs cadastrados na B3. O número de investidores pessoa física aumentou em 75% de dezembro de 2019 até agora. Desde o início da pandemia este aumento foi de 50%”  

4- “Vemos uma migração clara do varejo tradicional para o ecommerce, que deve chegar a 10% de penetração em 2020.” 

5-  “O número de downloads de apps de fintechs têm aumentado muito. A preocupação se dá em relação aos bancos, por conta do alto nível de inadimplência e juros mais baixos.” 

6- “Há uma mudança latente dos estudantes na vontade de adotar outro tipo de educação. No nível universitário a EAD estará cada vez mais presente.” 

7- “40% dos estudantes ainda não decidiram se voltarão às aulas, seja por dificuldades financeiras ou pela falta de visibilidade do fluxo de caixa das famílias.” 

8- “Somos 220 milhões de habitantes em um país de dimensões continentais. E temos um gasoduto menor que o argentino. Há grande oportunidades aqui.” 

9- “Estamos vivendo um momento emblemático com a quebra de dois monopólios importantes: o de gás natural e de refino.” 

10 – “Perto de 50% da nossa capacidade de refino está à venda e isso tem atraído investidores estrangeiros.” 

11- “O agronegócio é um dos poucos setores da economia brasileira que se fortaleceu durante a crise. Está vivendo o que chamamos de recuperação em J.” 

12- “Estamos avançando com reformas importantes do ponto de vista setorial, como é o caso de gás e saneamento. Essas reformas vão surtir efeito num cenário de juros mais baixos do ponto de vista de atração de investimentos.” 

13-  “No contexto LATAM, o Brasil é unanimidade em termos de investimento. Mas, para que isso se mantenha, precisamos dar continuidade na agenda de reformas e garantir segurança jurídica.”

Alejo Czerwonko, Chief Investment Officer Latam

1- “A retomada deve ser lenta. Somente vamos recuperar as bases da economia de 2019 em 2022.” 

2- “Entre os países com mais mortes per capita do mundo, sete são da América Latina. Isso mostra que os ‘policy makers’ estão conduzindo a crise sanitária de forma cega.” 

3- “O momento pede a continuidade dos incentivos fiscais, mas é preciso ter em vista que essa é uma solução temporária que traz riscos fiscais.” 

4- “A região da América Latina enfrentará uma recuperação difícil. Os níveis econômicos não voltaram ao patamar de 2019 antes de 2022.” 

5- “A classe média que vem sendo construída há 20 anos na região não vai se manter e isso vai gerar uma série de conflitos.”

Texto: Luana Dalmolin

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