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AmazonasCoin atrai investidores com promessa verde

AmazonasCoin

A primeira criptomoeda verde, sustentável de ponta a ponta, made in Brazil. Assim se define a AmazonasCoin, lançada em 19 de abril de 2020. Fundada por Clynson Oliveira e Bruno Souza, a AmazonasCoin é negociada atualmente em três corretoras de criptomoedas (São Paulo, Macau – China e Vietnã) e está registrada nos portais de cotações CoinMarketingCap e CoinGecko. Segundo seus fundadores, já foram vendidas 30 milhões de unidades, em 17 países. No registro mais antigo de venda no CoinGecko, a AmazonCoin era cotada a US$ 0,00755, em julho de 2020. Em 12 de abril deste ano, valia US$ 0.000489. Seu grande diferencial? Destinar 25% das criptomoedas vendidas ao green cripto crowdfunding, criado para financiar projetos sustentáveis na Amazônia.

Essa conexão com a Amazônia e com o desejo de desenvolver a região nasceu da experiência pessoal de Clynson, coronel da reserva do exército que casou em uma comunidade indígena e tem uma filha nativa na região. Ele pretende estimular a produção local sustentável de comunidades da região Amazônica com o green cripto crowdfunding. “Nossa menina-dos-olhos é o projeto da Banda Falcão Imperial, em Barcellos, cidade a 700 km de Manaus. Devido ao isolamento, os jovens têm poucas oportunidades e a realidade é que hoje se gasta mais para levar recursos para a região do que a própria quantidade arrecadada, portanto precisamos buscar alternativas mais viáveis através da economia digital”, conta Clynson. 

Com menos de um ano de vida, a empresa também atua em projetos de rastreabilidade da cadeia produtiva usando tecnologia de blockchain e pretende democratizar o acesso ao crédito de carbono no Brasil – não só através de prover certificação a custos mais acessíveis, como também envolvendo pequenas e médias propriedades rurais do interior da Amazônia nesse ciclo. Seu movimento mais recente nessa frente foi o anúncio de uma parceria com a corretora de criptoativos Stonoex para o lançamento de um token lastreado em créditos de carbono, o ZCO2. Cada token, representando uma tonelada de CO2 capturado por projetos na Amazônia, e será vendido a R$ 57. A previsão de lançamento é em cerca de 90 dias.

Em entrevista exclusiva para o Experience Club, os sócios-fundadores compartilharam sua visão sobre o futuro da criptomoeda e apresentaram as soluções que já oferecem a empresas que têm buscado aumentar a sua governança social e ambiental nos negócios.

 Atenção à sustentabilidade de ponta a ponta 

“Atualmente a mineração da AmazonasCoin é feita em três pontos no Brasil. Em abril desse ano, usando blockchain permissionado, vamos abrir novos pontos para expandir a mineração no país, o que aumenta a segurança da rede. Usamos a tecnologia PoC (Proof of Concept) que gasta menos energia que o PoW (Proof of Work).

Trabalhamos com o INEPP (Instituto Nacional de Excelência de Políticas Públicas), uma OSCIP que recebe recursos do green cripto crowdfunding e paga os serviços ambientais com o criptoativo, o que é permitido pela Lei 1499. Mas queremos impulsionar ainda mais a usabilidade dos projetos sociais contemplados, eliminando intermediários e gerando mais renda para a comunidade. Por exemplo, o trabalho das artesãs de piaçava, que hoje é comprado a um preço menor em SP e vendido a valores inflacionados no exterior, pode ser negociado via criptoativo por meio de um aplicativo, por exemplo, usando blockchain, que permite a rastreabilidade e segurança do processo. Assim garantimos uma maior geração de recursos para o trabalho do produtor, eliminando intermediários, com atividades efetivamente sustentáveis e que tenham governança”. [Clynson Oliveira] 

Carbono zero apoiando pequenas e médias propriedades rurais 

“O mercado de crédito de carbono caiu em descrédito nos anos 1990 e 2000 devido a inúmeras fraudes que eram praticadas nessa época. Porém, usando a tecnologia do blockchain, que é rastreável, imutável e incorruptível, é possível ter credibilidade nesse processo novamente. Atualmente, o mercado brasileiro não é regulado como acontece em vários países europeus, mas tanto o Brasil quanto a China deverão ser regulados nos próximos anos. Temos o potencial de produzir 1,2 bilhões de crédito de carbono ao ano e, em 2020, só produzimos 10 milhões. Podemos vir a ser a Arábia Saudita desse mercado, se aproveitarmos todo nosso potencial. 

Os certificadores internacionais monopolizam o mercado brasileiro e praticam preços tão altos que apenas grandes proprietários rurais, com mais de 100 mil hectares de terras, conseguem contratar seus serviços a um custo de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões. Para democratizar o mercado de crédito de carbono no país, desenvolvemos um certificado em parceria com o INEPP a valores muito mais acessíveis, para empresas de pequeno e médio porte. Elas podem se conectar a pequenas e médias propriedades rurais na Amazônia, tornando o processo além de sustentável, com forte impacto social”. [Bruno Souza] 

Reduzir custos e ser sustentável rastreando a cadeia produtiva 

“O mercado consumidor, cada vez mais, está escolhendo produtos de empresas comprometidas com ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês). Ao rastrear a cadeia produtiva usando tecnologia blockchain, a empresa pode ter dois ganhos imediatos nessa frente: obter o mapeamento de seus gastos e trocar isso por créditos de carbono, além de reduzir custos de produção. Ao mapearmos toda a cadeia detectamos ainda oportunidades de automatizar processos repetitivos, ou de eliminar custos fixos redundantes”. [Bruno Souza] 

A aposta em um novo mundo sem moeda fiduciária 

“É inevitável a migração do sistema fiduciário atual para a economia digital e a pandemia só acelerou esse processo. As bolsas cripto movimentaram em 2020 um trilhão de recursos a mais do que as bolsas de valores tradicionais. Quem conseguir entender esse novo mundo mais cedo e descobrir como fazer uma transição mais suave vai sair na frente. O blockchain e a criptomoeda permitem a criação de uma nova economia descentralizada e independente, sem intermediários no processo, com uma tecnologia segura e rastreável. Vamos voltar, de certa maneira, à economia do escambo. Quem entender esse mundo mais cedo e descobrir como fazer uma transição mais suave vai sair na frente. Nossa proposta é ser a ferramenta que apoie as empresas e as pessoas comuns a fazer uma transição dentro dos princípios ESG, de um mundo convencional para um novo mundo.” [Clynson Oliveira] 

Texto: Monica Miglio Pedrosa

Imagens: reprodução

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