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A recriação da vida

Ricardo Natale

Falamos muito sobre o risco de extinção da vida humana na Terra, a possibilidade de um meteoro causar uma explosão gigantesca e destruir o ambiente que conhecemos, ou de uma morte lenta, como a que estamos produzindo ao envenenar a natureza. Mas já pensou sobre o contrário? Repor a vida extinta há milhões de anos? Desextinguir espécies animais que desapareceram?

Pois é isso o que Ben Lamm, CEO e cofundador da Colossal Bioscienses está fazendo. Pensei muito sobre isso na sexta-feira, quando fizemos, junto com a PROS, o download de conteúdo apresentado no SXSW para o grupo de 130 executivos que viajou conosco. A equipe de curadoria da PROS identificou seis grandes tendências entre as centenas de palestras e entrevistas apresentadas durante o festival, há quase um mês. Todas muito importantes, que sinalizam o futuro. E, como disse a futurista Amy Webb, mostram a necessidade de focar, olhar de um ângulo um pouco mais distanciado, que nos permita ver o movimento e não apenas o momento.

E é aí, na big picture, que a visão de Amy Webb é colocada em prática pelo CEO da Colossal. Ele quer trazer de volta à vida animais que foram extintos há milhões de anos, como o mamute e o dodô, e um mais recente, o tigre da Tasmânia, extinto nos anos 1930.

Parece coisa de filme, ou um capricho, um desafio à natureza. Mas a explicação de Ben Lamm é bem prática: essas espécies são fundamentais para restaurar o equilíbrio do ecossistema e garantir a biodiversidade no nosso planeta, seja recuperando ambientes degradados pelo homem ou paralisando o processo de degradação.

 

 

Em uma entrevista no palco do SXSW, ele lembrou que 50% da biodiversidade atual na Terra caminha para desaparecer até 2050. Desenvolver tecnologias que permitam a volta dos mamutes pode ajudar a preservar a biodiversidade atual, ao repassar gratuitamente essa tecnologia para entidades que trabalham com conservação.

Além do visionário Ben Lamm, a Colossal tem outro trunfo: o geneticista George Church, pioneiro no mapeamento genético, que já tinha essa ideia e conseguiu colocá-la de pé quando se juntou a Bem na criação da empresa. A Colossal já conseguiu levantar US$ 225 milhões para o projeto e tem uma meta ambiciosa: reviver o mamute até 2028. Para isso, tem uma equipe de 40 cientistas trabalhando apenas nessa iniciativa, quase metade do time total da empresa. São cientistas geniais, vindos de várias partes do mundo, sem contar os 30 laboratórios de pesquisa apoiados pela empresa.

É uma meta ambiciosa, mas Ben acha que ela é factível.

É incrível pensar em todas as possibilidades que se abrem quando se torna possível criar vida desta maneira.

Não tenho dúvida que todas as criações sintéticas serão responsáveis pela maior revolução vista até hoje pela humanidade.

Agora, desextinguir espécies vai muito além da nossa imaginação. É como se o ser humano tivesse o poder de criação. Esse projeto da Colossal poderá nos levar a um novo patamar de controle, que pode ser usado para mantermos o nosso planeta sempre saudável.

Carta do CEO

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