Por Aziz Camali Constantino
Sou parte de plataformas vivas que outros chamam de negócios.
Não uma, nem duas, mas o que faz sentido para o meu momento.
Mais do que lucrar, a forma que acredito na concepção de empresas tem correlação com uma concepção que propicia manifestações coletivas que resolvem problemas atuais da humanidade. Usando como bases fundamentais: AMOR E PROPOSTA DE VALOR.
Com suas sofisticadas entregas, elas são admiradas por aqueles e aquelas que valorizam o tempo e a escuta ativa para se envolver. Os desafios de ganhar escala esbarram em métricas convencionais que acabam valorizando muito mais o tamanho e a velocidade do que a profundidade e legado que tanto aprendi a admirar.
Você já diluiu a força do seu propósito e de sua vocação em prol da estabilidade econômica?
Pois bem, desde 2008 quando comecei essa aventura baseada em liquidez (não a apropriação financeira de palavra, mas a de se sentir líquido como água no rio mesmo), eu já sabia que a minha rebeldia de começo de carreira empreendedora tinha a ver com a tal da LIBERDADE que a minha alma não encontrava no modelo CLT e muito menos na escolarização adulta que a faculdade se propõe a entregar. Não era sobre não ter clareza do que eu queria, mas sobre ampliar cada vez mais o espaço e as relações para experimentar e deixar a miopia da busca pelo “CERTO” cada vez menos relevante.
Quais escolhas desse ano novo que estão nos seus OKRs de vida são as que realmente fazem sentido para você?
Não existe glamour nenhum nesse tipo de escolha. Paguei e pago um preço alto físico e emocional nessa condução intuitiva guiado pela coragem de agir com o coração. Me sinto conduzido por uma força chamada vida que me leva para lugares assustadores, profundos e também fascinantes. Todos eles fortalecem a citação que recentemente escutei de que “aprendizagem é experiência, o resto é conteúdo”.
Raízes na terra e mãos entrelaçadas com meu corpo, são essas pessoas incríveis que fazem parte de todos esses passos, fortalecendo essa caravana de transformação. Para onde ela vai, de um jeito ou de outro sempre flui.
Muito se fala de construção das relações, mas pouco se explora a fragilidade de uma sociedade que desaprendeu a dialogar no pós-pandemia e de uma aceleração digital com muito menos escuta ativa, tempo de qualidade e empatia.
Como um malabarista, equilibro uma agenda de vida que mistura os projetos, família e novas pautas proporcionais à intensidade do momento social em que habitamos. Momentos que faço questão de não fechar o olho e valorizar o arrepio de pertencer coletivamente.
Com tanta “fazeção”, o racional se projeta como FRAGMENTADO. Mesmo o caminho sendo um só, vêm pensamentos de falta de foco e baixa produtividade. Eu questiono essa integração projetada que pra mim não leva a lugar nenhum e me aceito como um ser INTEGRAL. Respiro e volto a pulsar com as pessoas à minha volta e a nutrição do meu dia vivo.
Tudo na vida é cultivo. Respeitar o tempo das coisas para sentir a maturidade chegar é vital para minha existência de curto prazo. Quem fala isso não sou eu, que ainda tenho 36, mas quem tem boas décadas de vida à minha frente.
A inovação é ancestral, e honrar quem vem primeiro é chave para fazer as coisas acontecerem.
Para 2023 o desafio é fortalecer o que já é. Buscar investimento humano, tecnológico e monetário para o que um dia já foi utopia. Que essa microrrevolução que talvez você ainda não sabe que existe possa impactar e servir de inspiração para seu protagonismo interno que vai fazer diferença em 2023.