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Canadenses querem ser o “Tinder” das startups brasileiras

“Dois gigantes que se conhecem pouco, mas que, agora, começam a se aproximar para valer”.

Essa é a primeira imagem que vem à cabeça de Paulo de Castro Reis, diretor de relações institucionais da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC), sobre o que vem sendo, ao longo da história, a relação comercial entre as duas nações e o que pode mudar para melhor.

Em entrevista ao Experience Club, o executivo explica que uma das principais apostas para alterar o status do relacionamento – e assumir de vez um compromisso sério –, está no ecossistema da inovação. E, nesse sentido, a CCBC não se esquiva. Assumiu para valer o papel de cupido. Tanto que criou, há pouco mais de um ano, o que Reis chama, carinhosamente, de Tinder da inovação.

A Connection Bureau é uma plataforma de matchmaking concebida para conectar os mercados brasileiros e canadense de tecnologia, com a interação entre startups, investidores, empresas, prestadores de serviço do segmento e entidades apoiadoras dos dois países.

Aberta e gratuita, a ferramenta permite que os usuários conversem publicamente, como em um feed de redes sociais, e também por mensagens privadas.

Para participar não precisa ser associado da CCBC, mas é necessário ser aprovado pelo conselho curador da entidade e ter alguma relação com pelo menos uma das nações.

Com uma oferta cada vez maior de candidatos, as possibilidades de matchs vêm crescendo dia após dia. A plataforma já soma 57 startups ativas, 125 membros conectados, 19 instituições apoiadoras e outros 32 fornecedores.

Hoje, o Canadá está entre os maiores hubs de inovação do mundo, com destaque para soluções e aplicações de Inteligência Artificial. Em relevância, disputa espaço com a China, Israel e, claro o Vale do Silício.

“O Brasil tem muito a ganhar com essa relação. O Canadá tem inspirando muito essa nossa indústria. O país tem uma política de imigração relacionada com o projeto de inovação. Afinal, o fato de diversificar sua força de trabalho garante que você terá ideias diferentes na busca de soluções que podem ser mais facilmente internacionalizadas”, observa Reis.

CURADORIA

Até o fim do ano a plataforma ganhará uma nova funcionalidade. Será possível solicitar o serviço de curadoria de brasileiros e canadenses. Isso significa que, na prática, startups dos dois países podem receber ajuda e auxílio profissional para conhecer melhor o mercado do outro país antes de acessá-lo.

Uma empresa brasileira que queira, por exemplo, levar um aplicativo ao mercado canadense pode, com a ajuda da curadoria de um profissional daquele país, receber orientações mais assertivas e refinar suas estratégias de negócio.   

Nessa mesma direção, outra ação que a CCBC tem levado à frente para aproximar startups dos dois países envolve a SP Tech Week.

Além de palestras sobre temas como empreendedorismo, blockchain e inteligência artificial, que acontecem na sede da câmara durante o evento, startups podem concorrer a um programa de aceleração no Canadá.

No ano passado, das mais de 100 inscritas inicialmente, 40 foram selecionadas e, dessas, 3 foram contempladas com uma temporada em Toronto, Vancouver ou Montreal. 

Texto: Luciano Feltrin

Imagens: Marcos Mesquita | Experience Club e Unsplash

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