Ontem comentamos por aqui uma reportagem do Estadão que falava sobre o impacto do aumento da inflação e dos juros no ecossistema de startups. Este cenário econômico mais desafiador impacta também um dos maiores conglomerados de investimento do mundo, o japonês Softbank.
Reportagem do Financial Times informa que Masayoshi Son, fundador e controlador do fundo, orientou seus gestores a reduzir investimentos em startups. Além do cenário macroeconômico, a queda das ações de tecnologia e a ofensiva do governo chinês contra as Big Tech locais influenciaram a decisão de Masa.
Boa parte dos investimentos do Softbank está na China, e a queda nas ações das empresas desse país atingiu em cheio o fundo. Um exemplo é o Alibaba. O Softbank tinha US$ 208 bilhões em ações da companhia no fim de 2020, mas agora elas valem “apenas” US$ 69 bilhões.
Outro golpe no Softbank foi a suspensão da venda da ARM, controlada pelo conglomerado, para a rival Nvidia. O acordo seria fechado por US$ 66 bilhões, mas foi cancelado após pressão de autoridades antitruste nos EUA e no Reino Unido.
Ao FT, fontes disseram que o Softbank pode se desfazer de alguns de seus investimentos para fazer dinheiro. Isso já ocorre na Coreia, onde o fundo vendeu o equivalente a US$ 1 bilhão em participação da Coupang, um e-commerce local.
Analistas acreditam que, mesmo com o cenário desfavorável, o conglomerado ainda tem cerca de US$ 23 bilhões disponíveis para investimento. Vale lembrar que o Softbank tem também um fundo muito relevante na América Latina e participação em empresas como QuintoAndar, Loft e MadeiraMadeira.
Do Vale para o Brasil
Fundada pelo brasileiro Paulo Martins, a startup Arena.im anunciou ontem um novo aporte Série A de US$ 13,6 milhões. A empresa tem sede e San Francisco e fornece soluções de tecnologia e marketing para gigantes como Sony, Microsoft e Fox Sports, que usam a plataforma da Arena.im para interagir com usuários de seus produtos no ambiente digital.
A ideia por trás da empresa surgiu em 2017, após a experiência de Paulo no serviço de streaming americano Hulu. O executivo percebeu que o mercado tinha a necessidade de um produto de retenção, que fizesse com que os consumidores ficassem mais tempo no site, e de análise de dados, capaz de entender os usuários para criar ações mais assertivas. Desse insight nasceu a Arena.Im.
A rodada chega em momento de expansão para a empresa, que acaba de iniciar as operações no Brasil. “Vamos abrir 70 vagas no Brasil, sendo 45 delas para desenvolvedores”, afirma Paulo ao Startups. A Arena.im projeta chegar à marca de 100 mil clientes globais em 2022 e conquistar empresas dos segmentos de e-commerce, fintechs, mídia e educação online.
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Datanomik chega de olho no open banking brasileiro
Fundada há apenas dois meses, a startup uruguaia Datanomik está prestes a desembarcar no Brasil, informa o Brazil Journal. O movimento ocorre após um aporte seed de US$ 6 milhões, liderado pelo renomado fundo Andreessen Horowitz. A companhia é especializada em soluções de open banking.
“O Brasil é o único país da região que já está no processo de implementação do Open Banking, o que é uma vantagem muito grande pra gente”, disse ao Brazil Journal Gonzalo Strauss, cofundador da Datanomik. O outro fundador da Datanomik é Sergio Fogel, um dos principais empreendedores do Uruguai e cofundador da dlocal (que atualmente vale US$ 9 bilhões).
A Datanomik fornece uma plataforma que captura informações financeiras das empresas em diferentes bancos e instituições e as reúne em relatórios padronizados em tempo real. Assim, as empresas clientes conseguem acompanhar de forma mais eficiente o saldo somado das contas bancárias, movimentações e fluxo de caixa. É uma solução voltada para empresas que operam em diversos países e para processadoras de pagamentos, entre outros setores.
Diferentemente de outras startups do setor, a Datanomik é voltada para o B2B, e não para o consumidor final. De acordo com Gonzalo, o segmento B2B é mais desafiador do ponto de vista técnico. “As empresas demandam uma maior frequência de dados e uma rapidez muito superior. Enquanto as empresas de Open Banking B2C sincronizam os dados a cada 12 horas, a gente tem que sincronizar a cada 15, 20 minutos e com uma quantidade enorme de movimentações”, exemplifica.
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