A velocidade da inovação tem aumentado de forma exponencial. Vivemos tempos incertos, voláteis, permeado por ambiguidades e, por isso, mais complexo. É preciso oxigenar, responder aos problemas com velocidade, agilidade, criatividade. Arriscar e experimentar em ciclos curtos, incubar para escalar.
Foi a partir deste contexto que o uruguaio Nicolás Simone começou a sua fala para um grupo de mais de cem executivos no CIO Lab, realizado pelo Experience Club, no dia 09 de outubro, na Casa Charlô, em São Paulo. O atual CIO da Petrobras iniciou sua trajetória profissional na TI como engenheiro de sistemas. Passou por vários segmentos de mercado, de indústria, a bens de consumo, bancos e varejo, o que possibilitou ao executivo entender algo fundamental.
“O líder de TI não pode apenas mirar a parte técnica da área. Ele tem de se conectar com outras áreas para poder evoluir profissionalmente e ainda garantir uma evolução dos negócios”. O executivo é o primeiro a ocupar o cargo de diretor de Transformação Digital e Inovação da Petrobras, que engloba os times de TI, Transformação Digital, P&D e Processos de Gestão e Organização. Sua missão é modernizar a infraestrutura de tecnologia da informação e aprofundar as iniciativas para o emprego intensivo de inteligência artificial. Tudo isso visando um salto em produtividade que permita maximizar a geração de valor para os acionistas e para os brasileiros.
Um dos caminhos para conduzir esta transformação, que engloba todas as gerências da estatal, está nas parcerias com startups. “As grandes organizações têm que se oxigenar, temos que saber como trabalhar com as novas gerações. Os conceitos mentais mudaram”. No entanto, ele alerta para o fato de que para dar certo, é preciso criar condições para uma mudança cultural, que tem o empreendedorismo como centro. “Sabemos que implementar essa transformação digital em uma empresa do setor de óleo e gás estatal é delicado. Mas, não podem deixar que as políticas de compliance e segurança da informação sirvam de escudos de proteção às inovações”.
LAB OF THE LABS
É no Centro de Pesquisas e Inovação da Petrobras, o CENPES, que ocupa uma área de 308 mil m², onde funcionam simultaneamente 147 laboratórios, que a petrolífera investe boa parte de seus recursos em busca de inovação nas áreas de exploração, especialmente em águas profundas, que podem chegar a 2,5 km de profundidade, produção e refino de petróleo, gás natural e derivados. É neste ambiente que estão sendo testadas tecnologias como o 5G, com foco na melhoria da comunicação entre as refinarias, por exemplo.
Nicolás conta que estão sendo estabelecidas parcerias tecnológicas com universidades internacionais, como o MIT e Stanford. Colaboradores da empresa vêm trabalhando lado a lado com cientistas de dados.
Uma novidade deste ecossistema de inovação que está sendo criado está a parceria com o Sebrae. Por meio do programa Petrobras Conexões para Inovação, a estatal vai investir até dez milhões de reais em até 10 projetos de startups e pequenas empresas para o desenvolvimento de tecnologias, com valores entre R$ 500 mil e R$ 1,5 milhão de reais.
Texto: Luana Dalmolin
Imagem: Marcos Mesquita | Experience Club