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Opinião: o CFO no centro das decisões do negócio

Por Ricardo Natale, CEO do Experience Club

A pressão interna nas organizações para se manter em compasso com o ritmo de transformações do mercado vem forçando líderes e executivos a repensar de maneira crítica o que se espera dele daqui por diante. Tecnologias disruptivas, alta cobrança por inovação, parcerias com startups, novas oportunidades surgindo a todo momento… como se posicionar de maneira relevante?

Essa cobrança é especialmente difícil para os CFOs, que sempre tiveram como principal missão zelar pela saúde financeira da empresa e manter os processos sob controle. No momento em que se celebra o modelo “crie rápido, erre rápido” das startups, com equipes enxutas e horizontais – com uma verdadeira avalanche tecnológica chegando ao mundo das soluções financeiras – as atribuições dos CFOs nunca foram tão fluidas quanto hoje.

Nos dias 17 e 18 de maio, nós tivemos o privilégio de reunir mais de 100 diretores financeiros no Sofitel Jequitimar do Guarujá para a realização do CFO Week 2018, fazendo uma profunda reflexão sobre o novo papel dos CFOs nas organizações.

Para enriquecer o diálogo, trouxemos palestrantes de peso, como o professor do Insper Fernando Schüler, o mestre da recuperação de empresas Ricardo K., da RK Partners, falando sobre Turnaround, os especialistas em economia e tendências digitais Gil Giardelli e Sandro Magaldi, o CEO da MoneyEx Guga Stocco, que deu uma aula sobre o impacto do blockchain na economia pós-digital, e diversas as rodadas de palestras e debates com grandes CFOs e lideranças do mercado.

Fechando nosso fórum, tivemos a mensagem inspiradora do jurista e procurador da República Deltan Dallagnol, que realçou o papel das empresas e cidadãos na construção do Brasil da ética, menos corrupto e, por consequência, mais justo.

Nesses dois dias intensos, estudando tendências de gestão e tecnologia, listo aqui 10 questionamentos e aprendizados importantes extraídos do CFO Week 2018:

1- Por que a infraestrutura de dados entra hoje na coluna de custos do seu balanço, quando uma empresa de varejo como a Amazon já consegue 67% da sua receita com serviços de TI, que não é o seu core business?

2- Como um fabricante de automóveis se prepara para criar uma nova plataforma de negócios quando as pessoas não desejam mais ter o próprio carro?

3- O quem vem pela frente para uma companhia como a Philip Morris, que pretende abandonar a venda de cigarros num futuro próximo?

4- Como a sua empresa, que se prepara para um IPO, vai enfrentar o avanço de startups que estão abrindo capital através moedas virtuais, os ICOs?

5- O Starbucks já movimenta bilhões com cartão pré-pago e muito em breve vai ter tudo o que um banco oferece. Só que o cafezinho deles é muito melhor.

6- O Brasil Jurássico, da corrupção, está ficando para trás. Quem insistir no modelo da propina não vai sobreviver.

7- Aderir a novas tecnologias e processos, como as análises preditivas, exigem coragem e decisão. Mas precisa começar o quanto antes.

8- Temos que colocar a mente para voar. Hoje o mais importante não é encontrar respostas, mas fazer as perguntas certas.

9- Cuidar das pessoas e ser uma liderança inspiradora são os maiores desafios da carreira de CFO.

10- O CFO não pode mais zelar somente pelos processos. Ele tem que fazer parte das soluções de negócio.

De todo o conteúdo absorvido, ficou claro que a posição reativa do controlador fiel ao planejamento estratégico que marcou por muito tempo a percepção do CFO não está mais à altura aos novos desafios de liderança. O CFO tornou-se o profissional-chave para ajudar as organizações a conduzir a sobrevivência e a reinvenção dos seus negócios. É o CFO que tem as ferramentas, a capacidade de mergulhar na operação da empresa, buscar insights e soluções, preservando a responsabilidade de zelar pelos interesses estratégicos da organização em parceria direta com o CEO.

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