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O desafio do upskilling e do reskilling

Ricardo Natale

 

Atrair e reter colaboradores é um dos maiores desafios das empresas hoje em dia. Encontrar as pessoas certas para cada posição, mantê-las engajadas e fazer com que permaneçam na empresa, felizes com sua trajetória, não é tarefa fácil. Exige um esforço enorme e, justamente por isso, entendo que o setor de Recursos Humanos é, atualmente, a área mais estratégica das empresas a passar por uma grande transformação.

O desafio está na contratação de novos talentos e também no upskilling (treinamento de novas habilidades para melhorar o desempenho na função) e reskilling (reciclagem para assumir outras tarefas diferentes) das equipes atuais. O Mckinsey Global Report de 2022 mostra que nove em cada dez gestores já sentem ou esperam sentir num futuro próximo a escassez de profissionais com as habilidades que consideram necessárias.

O compromisso da empresa no desenvolvimento profissional dos colaboradores é, junto com a cultura, o ponto mais importante na atração e manutenção de um colaborador feliz e engajado no sucesso e crescimento do negócio.

O desafio é grande. Mas a boa notícia é que os profissionais também querem trabalhar para empresas onde são desafiados e têm oportunidade de aprender.

Isso se vê com nitidez na Geração Z, que está chegando ao mercado de trabalho agora. É uma geração que coloca as oportunidades de aquisição de conhecimento e novas experiências e de satisfação do propósito pessoal à frente até da compensação financeira, desafiando o mercado a ver os pacotes de compensação de uma outra maneira. Mas não são apenas os jovens. É cada vez maior o número de profissionais que buscam propósito em suas carreiras, e querem que o trabalho seja esse espaço de aprendizado constante.

Como lembrou o consultor Carlos Aldan numa entrevista à [EXP] na semana passada, o índice de desengajamento dos colaboradores no Brasil está na ordem de 85%, acima de outros países. Não se sentir evoluindo na vida profissional está, certamente, entre os motivos desta falta de engajamento, o que reduz a produtividade e afeta os resultados da empresa.

Por isso, cabe às empresas criar esse ambiente de aprendizado. O ensino de negócios têm evoluído muito e as marcas de educação tradicionais estão ficando pra trás, ultrapassadas por novos players. De certa forma, as empresas estão se tornando esses locais de conhecimento, colocando em prática o conceito de workplace learning.

Se querem atrair e reter os melhores talentos do mercado, elas precisam oferecer esse ambiente de conhecimento e desenvolvimento profissional.

Para discutir esse novo momento do mercado, as novas necessidades e responsabilidades dos gestores de pessoas, vamos reunir na próxima sexta-feira, dia 2, um grupo de 80 líderes de RH, Pessoas e Diversidade das maiores empresas brasileiras na primeira edição do RH Experience. Mais do que um evento, será uma imersão de um dia inteiro com especialistas para discutir como melhorar a gestão do ativo mais importante das empresas: as pessoas.

Na próxima semana eu trago os principais insights desse encontro.

 

Carta do CEO

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