Quando o circo literalmente pega fogo, o melhor caminho é ir para um canto, ficar em silêncio e meditar. Em três minutos, seguindo os conselhos de Fernando Gabas, referência internacional em qualidade de vida e performance corporativa, é possível descolar-se do problema e ver toda situação de fora, tomando assim as melhores decisões. Sem estresse, com inteligência.
Fernando ensinou como chegar lá aos 120 executivos de Recursos Humanos que estiveram presentes no RH Week, conduzido pelo Experience Club, nos dias 21 e 22 de maio, no Sofitel Jequitimar, no Guarujá (SP). “A meditação tem por objetivo acalmar a pessoa em situações de estresse profundo”, explica.
Aprenda a prática emergencial abaixo, que dura apenas 3 minutos e passa por 3 etapas:
Primeira etapa
Três respirações conscientes. Respira como se estivesse respirando o universo inteiro, totalmente conectada com a respiração. O ideal é que faça com que a expiração seja um pouco mais longa que a inspiração. E consciência na respiração para sentir o universo inteiro inspirando e expirando.
Segunda etapa
Observe e reconheça suas emoções. O que você está sentindo nesse momento. Se é uma emoção limitada – ansiedade, angústia, tristeza, estresse e preocupação. Ou se é uma emoção de expansividade – alegria, gratidão, amor, conexão. Tenta observar. E ao observar tenta ver se aquilo que você está sentindo tem origem em pensamentos presos no passado ou no futuro ou se tem origem em pensamentos totalmente presentes na experiência da vida.
Perceba se o pensamento está voltado a você, preocupação com você. Ou se sai de você em relação aos outros. Dica: quando a pessoa está estressada e ansiosa, é por que o pensamento está no passado ou no futuro e em direção a ele mesmo. Quando a pessoa está em emoções de conexão, de gratidão e de amor, está sempre no presente, curtindo aqui, e sempre saindo em direção aos outros. Não é você isolado, é você conectado.
Terceira etapa
Imagine uma chama de uma vela no meio das sobrancelhas ou um ponto de luz. E essa chama da vela vai em direção ao centro, entrando até o meio do cérebro e você segura sua atenção ali. Explicação científica para isso: a respiração por si só ativa o sistema parassimpático, estimula uma coerência cardíaca, te põe em contato com o universo como um todo. Reconhecer as emoções que você está sentindo te cria uma distância daquilo. Uma coisa não pode ser sujeito e objeto ao mesmo tempo. Então, o fato de você observar um objeto, você deixa de ser aquilo. Você ganha uma nova dimensão, como se saísse do problema. E a chama da vela traz clareza, iluminação, energia. Quando você traz ela para o meio do cérebro, o setor medial do córtex pré-frontal, você ativa a área mais nobre, evoluída e inteligente do cérebro.
Como se concentrar
Uma forma fazer exercícios guiados. Pelo fato de estar seguindo aquilo, as chances de se distrair são menores. Comece por aí. Em um segundo momento, a própria prática de observar os pensamentos é algo que te desidentifica dos pensamentos. A mente é uma antena. Quando você está conectado aos problemas, aquilo fica vindo. São faixas que passam por você. Ao respirar profundamente, acalmar e conseguir para e observar esses pensamentos todos, você se desconecta disso tudo. Você vê que você não é seus pensamentos. Aliás, com a prática, você vê seus pensamentos passando. Diminui muito a velocidade. Passa um, depois de 10 segundos passa outro. Você usa, você pega, mas não é seu. E, com isso, aquilo não te incomoda mais. Todo processo de sofrimento vem do pensamento. E saber que aquilo não é seu, você se desfaz daquilo.
Texto: Françoise Terzian
Foto: Marcos Mesquita/Experience Club