Conheça a aceleradora B2Mamy, de Dani Junco
Em 2020, dois meses antes do lockdown ocasionado pela pandemia de covid-19, Dani Junco, havia acabado de dar um novo passo com a B2Mamy, uma aceleradora focada em tornar mães e mulheres líderes, capacitando-as e conectando-as ao ambiente de inovação.
A startup ganhava um espaço físico, uma casa, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. “Eu me lembro de ter me trancado no banheiro para chorar para que meu filho não escutasse. Foi então que minha mãe me disse que eu encontraria uma saída, que naquele momento o que as pessoas precisavam era de uma liderança, de alguém que ajustasse as velas”, conta. Seu negócio cresceu 300% durante a pandemia. Entre a carteira de clientes estão empresas como Danone, Google, Huggies, Bayer e AmBev, entre outros grandes player do mercado.
Dani vem de uma família matriarcal, ela perdeu o pai aos 15 anos, e formada por mulheres empreendedoras. Sua mãe, a baiana Dona Rosalina, tem uma empresa de eventos há quase 30 anos e segue sendo uma grande inspiração. Quando engravidou de seu filho Lucas, em 2015, Dani já tinha há cinco anos uma empresa com faturamento milionário, a Enjoy, uma agência de marketing farmacêutico. Ainda assim, se deparou com uma realidade, até então nova para ela: um mundo que ainda enxerga a maternidade como uma limitação para os negócios e para o desenvolvimento profissional de muitas mulheres.
Para se ter uma ideia, dados do Female Founders Report de 2021, realizado pela B2Mamy, Distrito e Endeavor, mostram que dos US$ 3,5 bilhões de investimentos feitos em startups brasileiras em 2020, apenas 0,04% do total foram para startups de mulheres — e apenas 4,7% das startups brasileiras foram fundadas exclusivamente por elas. “A gente não tem como mudar o que a gente não consegue medir. Até pouco tempo não era interessante falar sobre mulheres no mercado de trabalho. A partir dos anos 2000 a gente começa a ver um movimento de pesquisas e estudos que mostram que a diversidade de gênero é lucrativa para as empresas”, comenta.
Dani decidiu então fazer a sua parte para virar esse jogo. Em 2016 nascia então a B2Mamy. “Aprendi em casa que empreender é resolver problemas”. De lá até agora foram mais de 50 mil mulheres capacitadas nos programas de educação, mais de 6 mil horas de conteúdo online e presencial, 269 aceleradas pelo programa B2Mamy Pulse e R$ 16 milhões movimentados pela rede.
Em 2021, a startup conquistou o selo de parceira global do Google for Startups e o selo de direitos humanos pelo segundo ano seguido. Para o futuro do negócio, Dani, que acabou de figurar entre as seis vencedoras do Prêmio Impacto por Todas, iniciativa do Todas Group em parceria com o Pacto Global da ONU e Projeto Florada da 3 Corações, quer abrir uma nova rodada de investimentos (em maio de 2020, a empresa recebeu um aporte de R$ 600 mil de um pool de investidores-anjo) e uma filial em Porto Alegre, projeto que já está em andamento.
“Eu não acredito em transformação sem poder e dinheiro. Nós temos apenas 11% de mulheres líderes nas grandes corporações. Isso precisa mudar e nós precisamos cada vez mais ocupar cargos na alta liderança de empresas e também na esfera pública. O dinheiro precisa mudar de mãos. Por isso, é importante escolher onde você está investindo o seu”.
Fico com a Cria conecta famílias e babás
Da dor de uma jovem mãe nasceu um negócio. Juliana Martins foi mãe aos 18 anos e quando sua filha Beatriz tinha apenas 2 meses, o pai da criança foi assassinado e ela se viu mãe solo. Tentou voltar para o mercado de trabalho e não conseguiu. Chegou a passar em duas universidades federais, mas tampouco foi possível iniciar os estudos porque ela não tinha onde deixar sua filha.
Foi a partir dessa experiência da maternidade como um fator excludente que nasceu um negócio, o Fico com a Cria. Juliana decidiu cuidar dos filhos de outras mães para que elas pudessem alcançar seus objetivos e realizar sonhos. O empreendimento ganhou vida por meio de uma plataforma online que facilita a busca de famílias por babás, além de promover a qualificação e inserção de mulheres de baixa renda no mercado de trabalho. São oferecidos cinco tipos de serviços: horas avulsas, prazo determinado, folguista, viagem e mensalidade fixa.
A rede possui cerca de 80 profissionais treinadas e cadastradas, mais de 1200 atendimentos já foram realizados, quase 90 famílias atendidas e cerca de R$ 130 mil reais foram gerados em renda para as babás.
Cartier Women’s Initiative premiará empreendimentos de impacto social e ambiental
O Cartier Women’s Initiative, um programa internacional de empreendedorismo feminino, abrirá as inscrições para a edição 2023 a partir do dia 16 de maio. A iniciativa anual é direcionada a empresas dirigidas por mulheres de qualquer país que tenham impacto social e/ou ambiental.
Ao todo são três categorias: a regional (que cobre nove regiões do mundo, da América Latina ao Oriente Médio e Oceania), o Prêmio Pioneiro em Ciência e Tecnologia e o Prêmio Diversidade, Equidade e Inclusão.
Para cada uma das categorias e regiões, três finalistas serão premiadas em maio de 2023. A primeira colocada levará US$ 100 mil, enquanto a segunda e terceira receberão, respectivamente, US$ 60 mil e US$ 30 mil.
As premiadas terão acesso a mentoria e coaching personalizados, visibilidade, oportunidades de networking e participação no Programa de Empreendedorismo Social presencial e/ou Programa de Educação Executiva INSEAD.
Me Too Brasil entra na web3
O Me Too Brasil anuncia sua entrada na Web3, lançando a Me2 DAO. O objetivo é ajudar a construir no metaverso um espaço que seja inclusivo e seguro para as mulheres. A organização fechou contrato com a empresa de blockchain Harmony, que está investindo US$ 300 mil na construção da Web3. Além disso, A Me2 DAO também vai vender NFTs de artes produzidas por sobreviventes de violência.
A ideia é encontrar soluções usando os recursos da Web3 para o combate à violência sexual contra a mulher, como a utilização da tecnologia blockchain para a preservação de evidências de violência.
A ONG foi criada em 2020 pela advogada Marina Ganzarolli, que também é fundadora da Rede Feminista de Juristas, que acolhe mulheres de forma voluntária e oferece acompanhamento jurídico àquelas que decidem denunciar seus agressores.
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