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Fintech funciona como “google maps” para carteira do investidor

A popularização das plataformas de investimento no país ampliou o leque de aplicações para além da prateleira dos grandes bancos, mas trouxe também um efeito colateral.

Ao manter contas abertas em várias corretoras em busca de diversificação de produtos e maiores ganhos, muitos investidores vêm percebendo o quanto é difícil controlar cada aplicação e saber se a carteira, como um tudo, está equilibrada e é rentável.

Na prática, é uma operação trabalhosa, manual e que toma um tempo desnecessário do dia a dia. Nada é mais chato do que entrar em vários sites e digitar login e senha.

Ao notar esse problema, a Fliper enxergou uma oportunidade de negócio. A startup desenvolveu um aplicativo que consolida todos os investimentos em um único ambiente.

Gratuita e disponível nos sistemas Android e IOS, a plataforma – com pouco mais de um ano de vida -, já soma 50 mil usuários e deve alcançar 200 mil até o final deste ano.

“As ferramentas existentes até então eram ineficazes e manuais, portanto sujeitas a erros, e faziam o investidor perder tempo. Nosso objetivo foi resolver esses problemas, algo que sentíamos na pele como usuários de várias corretoras”, explica Walter Poladian, um dos fundadores da empresa.

No aplicativo é possível, entre outras funcionalidades, ter acesso a gráficos de evolução patrimonial, à rentabilidade diária e mensal, à performance da carteira de investimentos na comparação com os principais índices e ainda ler as notícias de diversos portais que cobrem o mercado financeiro.

Além disso, o usuário também recebe alertas sobre o dia em que serão pagos proventos e dividendos.

“Nos posicionamos como um google maps das finanças, um GPS. Com a consolidação completa do patrimônio do usuário, sabemos sua posição atual e podemos ajudá-lo a definir quais são as melhores rotas para sua tomada de decisão de investimentos”, define Poladian.

(Da esquerda para a direita: os sócios Felipe Bonani, Renan Georges e Walter Poladian viram na popularização das plataformas de investimento uma oportunidade de negócio)

Modelo de negócios

Além de estar preparando uma atualização do aplicativo gratuito, cuja nova versão deve estar no ar já em fevereiro, a Fliper conta com outra plataforma – essa de acesso pago -, destinada a intermediários do mercado, como corretoras, gestoras e agentes autônomos de investimento.

A startup, aliás, tem uma parceria com a Acqua Investimentos, ligada à XP. Com mais de 8 mil clientes e 100 assessores, o escritório é um dos maiores do segmento.

“A partir do momento em que o investidor permite o acesso à sua carteira, os assessores usam a base de dados e nos pagam pelo número de clientes e pelo valor administrado. O preço ainda está sendo ajustado”, observa Poladian.

Rodadas de investimento

Ao longo de sua ainda curta existência, a Fliper já esteve envolvida em duas rodadas de investimento.

A primeira, em 2017, serviu para colocar em prática a ideia que seus fundadores tinham, até então, apenas na cabeça.

Na época foram captados R$ 2 milhões, recursos aplicados para fazer as primeiras contratações e desenvolver a tecnologia necessária. O dinheiro veio de investidores-anjo, como Bruno Freitas Valle e Rafael Quintas (ex-sócio da XP Investimentos).

Aproximadamente dois anos depois, em outubro do ano passado, mais dinheiro entrou no caixa da startup. Dessa vez, no entanto, o investimento foi institucional: um cheque de R$ 4 milhões foi assinado por fundos e sócios da Perfin Asset Management e da Certsys Tecnologia.

Novas captações devem acontecer na medida em que surja a necessidade de mais capital para expansão.

No momento, a fintech vislumbra duas frentes que puxarão esse crescimento: o desenvolvimento do mercado de capitais, inclusive com a chegada de uma nova Bolsa, a americana ATG, para competir com a B3 (Leia mais o assunto em nossa exclusiva Americanos quebram monopólio da B3 e Brasil terá nova bolsa), e a implementação do open banking.

“Para o usuário final, o open banking será muito bom. Vai gerar competitividade entre bancos, fintechs e corretoras. Será uma revolução do mercado como um todo”, projeta Poladian.

“Já uma nova Bolsa deve trazer inovação, busca por maior liquidez e ampliar o universo de produtos que permitam ao investidor brasileiro também aplicar recursos no exterior”, exemplifica.

 

Texto: Luciano Feltrim

Imagem: Divulgação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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