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Entramos na era da Inteligência das Coisas

“O mundo que está nos nossos sonhos vai se transformar em realidade. Esse é o princípio do que costumávamos chamar de mágica”. É dessa maneira que o cineasta, futurista e um dos maiores speakers da atualidade Jason Silva define o que chama de a era da “Inteligência das Coisas”, a próxima etapa de evolução do homem em sua relação com a tecnologia.

Mundialmente conhecido pela série de TV Brain Games, do National Geographic, Silva foi a principal atração da Confraria de Economia, primeiro encontro do calendário do Experience Club em 2020. Dono de raciocínio intenso, associando conceitos da psicologia, filosofia, história, biologia e tecnologia, a tese é a de que humanidade trava uma relação circular com suas próprias criações. Da mesma forma como molda ferramentas desde a idade da pedra, ela também é moldada pelas mudanças de comportamento que as mesmas ferramentas trazem para a vida cotidiana.

É o que estamos prestes a assistir agora em um novo ciclo de avanço tecnológico em escala exponencial. “A eletricidade energizou o mundo em uma grande infraestrutura conectada. Agora a Internet das Coisas vai evoluir para uma rede cognitiva. A união do IoT com a AI nos traz agora para a Inteligência das Coisas”, afirmou Silva, para uma plateia selecionada de 260 CEOs e lideranças empresarias convidadas no encontro realizado em 5 de março no Villaggio JK, em São Paulo.

OS TRÊS AGENTES DA TRANSFORMAÇÃO

Se a relação que o próprio mundo terá com os humanos será diferente, o grande desafio será entender – e conviver – com as tecnologias exponenciais vão liderar essa transformação. Para Silva a resposta está em uma mistura tecnológica que confirma, de uma vez por todas, como nós humanos somos também feitos por códigos e devemos assumir essa condição para seguir nossa evolução. Dentro desse emaranhado, ele pontua três vetores disruptivos:

-Genética

-Robótica

-Nanotecnologia

Em outras palavras, não há uma barreira para nossa condição rumo ao transumanismo, a não ser nossa capacidade para absorver a mudança. “A soma dessas três tecnologias é uma sobreposição de revoluções, o problema é que ela é um salto exponencial que vai muito além da nossa capacidade cognitiva linear de entendimento da realidade”.

RECONECTANDO O PROPÓSITO

A velocidade do avanço tecnológico e sua simbiose está, inegavelmente, afetando o estado de espírito dos indivíduos. Silva aponta que, embora uma parcela grande da humanidade se sinta assustada com a tecnologia, essa relação sempre existiu e todo o indivíduo é capaz de absorver os novos ciclos de inovação.

O que mudou, segundo ele, é a velocidade em que isso está acontecendo. A transformação agora ocorre no período da própria vida de um indivíduo, o que provoca a sensação de desequilíbrio que vimos hoje no mundo. A polarização nas redes sociais é um bom sintoma disso: as pessoas ou são impactadas pelo assombro, ou pelo fascínio.

“Segundo a ONU, o suicídio é a principal causa de mortes no mundo na atualidade, são 800 mil vítimas por ano. A depressão e a ansiedade mostram que a humanidade precisa se reconectar com o propósito que muitos de nós deixaram esquecidos no passado”.

Essa busca, de acordo com Silva, terá um impacto importante nas relações nos próximos anos, porque o conceito de valor vai mudar. Otimista, ele acredita em um resgate do princípio de comunidade e da sensação de pertencimento. O tempo em que abrir uma startup e ficar bilionário era a essência do sucesso está ganhando novos contornos.

“O bilionário de sucesso do futuro será aquele capaz de impactar positivamente na vida de um bilhão de pessoas”.

Texto: Arnaldo Comin

Imagens: Bruno Mooca | Experience Club

  

  

 

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