A trajetória de Eduardo Santos, da Hult EF, e sua busca por igualdade racial
Eduardo Santos, 35 anos, comanda a Hult EF, divisão corporativa no Brasil da multinacional de ensino de idiomas e intercâmbio da Education First. De origem sueca, a EF conta com mais de 50 mil funcionários pelo mundo. O fato de ter chegado a CEO aos 31 anos, em 2018, chama a atenção, sem dúvida. Mas ser um CEO negro faz dele parte de uma minoria ainda mais expressiva.
Pretos e pardos ainda estão na base da pirâmide da hierarquia corporativa. Os negros representam 55,9% da população brasileira, mas ocupam apenas 4,7% dos cargos de liderança nas 500 maiores empresas do país, segundo pesquisa do Instituto Ethos. A explicação para este cenário está no racismo estrutural, que historicamente coloca a população branca no topo do poder.
Eduardo sabe bem disso. Já na posição de CEO, um dia ao chegar para fazer visita de rotina em uma loja da EF, ele recebeu a chave do carro de um cliente, que o confundiu com manobrista. Depois, por coincidência, a atendente que estava com o cliente o chamou para apresentá-lo como o CEO da empresa. “Ele ficou visivelmente desconfortável, mas não fez nenhum tipo de comentário nem se desculpou”, conta.
Esta situação foi um marco na vida de Eduardo, que então decidiu que parte de sua missão na empresa seria atuar junto a clientes e parceiros para ampliar as oportunidades para profissionais negros no mercado de trabalho usando o inglês como ferramenta. Por experiência própria, foi o que mudou a sua vida.
Ele começou a atuar na área de tecnologia no data center de um banco. Ali, entendeu que o inglês seria fundamental para alçar novos voos. Na época, um tio de Eduardo se dispôs a pagar um curso, pois seus pais não tinham recursos. O executivo é de uma família humilde de Cidade Patriarca, zona leste de São Paulo. O primeiro a concluir um curso universitário.
As primeiras discussões com os clientes começaram então em 2018 e a Uber foi a primeira companhia a aderir ao movimento. A EF ajudou a estruturar um programa corporativo de idiomas para a formação de profissionais da área de atendimento. De lá para cá, a EF trouxe para perto outras empresas atuando em parceria no desenvolvimento de programas relevantes, como o Impulse, da KPMG, o Open the World, com o Instituto Identidades do Brasil (ID-BR), o programa de estágio Representa com a AmBev, e o Programa Liderança Negra com a Bayer, entre outros.
E a EF, claro, está fazendo a sua lição de casa. Quase a metade dos 600 funcionários (aproximadamente) da empresa no Brasil são pretos ou pardos e todos têm acesso gratuito a cursos de idiomas – e eles não têm a obrigação de terem qualquer tipo de fluência para entrarem na companhia. Dos oito cargos diretivos da EF no País, três são negros. A empresa também incentiva a criação de grupos de diversidade para entender como melhorar a questão internamente. Eduardo ampliou sua missão e também atua como embaixador global do tema de raça na companhia.
Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, lança seu primeiro livro
São 17,9 milhões as moradias vazias no Brasil. Enquanto 1% dos proprietários concentra 45% dos imóveis somente em São Paulo, com 6,3 milhões de moradias seria possível zerar o déficit habitacional no Brasil. A partir desses números e de um incômodo nasceu o Fundo Fica. A missão da associação sem fins lucrativos é a oferta de aluguéis acessíveis em regiões centrais, com grande concentração de serviços, infraestrutura e emprego.
Ana Fontes criou a Rede Mulher Empreendedora, que se tornou uma das maiores plataformas de apoio ao empreendedorismo feminino da América Latina, com quase 1 milhão de participantes. É com esta bagagem que Ana lançou seu primeiro livro: Negócios: um assunto de mulheres: a força transformadora do empreendedorismo feminino, que conta com prefácio de Luiza Helena Trajano.
A autora traz uma rica análise sobre empreendedorismo no Brasil através do compartilhamento de seus aprendizados ao longo da carreira como empreendedora social e fundadora da RME.
Todo mês, Ana Fontes assina uma coluna exclusiva aqui na EXP, falando sobre intraempreendedorismo, transformação cultural nas empresas e, claro, empoderamento feminino. Acompanhe.
Mercado Pago lança “Agora vai, Mulher!”, curso de educação financeira
O Mercado Pago, braço financeiro do Mercado Livre, acaba de lançar um curso online e gratuito de educação financeira para microempreendedoras, com faturamento mensal de até R$ 5 mil, o “Agora vai, Mulher!”.
A iniciativa nasce do compromisso global do Mercado Pago em favor da educação empreendedora que pretende atingir 2,5 mil mulheres na América Latina, além de capacitar cerca de 3,9 mil jovens estudantes. No Brasil serão 900 empreendedoras capacitadas.
O curso foi desenvolvido em parceria com a Aliança Empreendedora, que capacita lideranças femininas em situação de vulnerabilidade econômica. As microempreendedoras selecionadas para participar do programa serão capacitadas durante três semanas. As inscrições estão abertas até 29 de abril, no site da iniciativa.
Startup cria coleção de NFTs para fomentar agronegócio familiar
“A maioria dos agricultores não têm acesso a serviços bancários e, por isso, encontram dificuldades de alavancar sua produção. Muitos possuem pequenas restrições ou não têm histórico bancário ou comprovação de renda, o que dificulta a captação de recursos junto a fundos e instituições financeiras”.
Foi este o cenário que impulsionou o empreendedor social Cláudio Rugeri a criar a startup Culte – Crédito Privado para Agricultura Familiar, um ecossistema de apoio ao agronegócio familiar. A plataforma, que oferece produtos como conta digital e lojas individuais online, além de crédito pessoal, foi desenvolvida pensando na desintermediação da cadeia produtiva e para isso aposta no blockchain.
A startup acaba de desenvolver uma coleção com 10 mil NFTs, a Green Bulls Club, que poderá ser adquirida por meio de cartão de crédito ou criptomoedas, dentro da plataforma exclusiva da Culte/NFTs.
Segundo o CEO da Culte, ao menos 50% dos financiamentos serão destinados a mulheres e serão direcionados para as regiões Norte e Nordeste.
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ExpoFavela 2022 acontece entre os dias 15 e 17 de abril.
Fundação Grupo Boticário busca soluções para restauração da Baía de Guanabara. Inscrições até 11 de abril.
UNESCO quer medir o impacto do racismo na macroeconomia.
Estudo mapeia endowments no Brasil.
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