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Como será o futuro da relação entre humanos e máquinas

Em filmes de ficção científica e futuros distópicos, as máquinas costumam superar a inteligência humana e tomar o controle. Porém, no mundo real, é pouco provável que isso aconteça. Pelo menos é o que garante o neurocientista Edgard Morya, coordenador do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra.

O cientista explica que os supercomputadores são capazes de simular alguns circuitos que podem liberar os humanos de tarefas simples. Isso permite que a ciência avance a partir de reflexões e subjetividades que apenas o cérebro humano é capaz de ter.

A máquina surge como um suporte, um facilitador, não um substituto. “Não se trata de uma competição entre homens e máquinas. Mas sim de termos supercomputadores e o cérebro trabalhando em cooperação”, afirmou Morya.

[Mergulhe no assunto e assista ao vídeo]

  1. A máquina não é capaz de superar o cérebro 

“O cérebro humano pode processar um mesmo estímulo de forma diferente, dependendo o dia e do contexto. Portanto, é muito improvável que um supercomputador possa simular essa complexidade que é o cérebro humano”, opina Morya.

  1. Interface entre o homem e a máquina 

O que faz do cérebro humano tão complexo é algo que a máquina nunca conseguirá fazer: subjetividade e interpretações com base em nuances. Atualmente já é possível transferir informação de um cérebro para o outro, mas codificar informações não binárias, a máquina não é capaz de fazer.

  1. Academia e iniciativa privada devem caminhar juntas 

“Precisamos quebrar as barreiras que a segmentação nos impõe. Não dá mais para pensarmos de forma separada em empresa, academia, indústria e pessoas”. Do lado acadêmico, Morya acredita que é preciso um esforço extra de alunos, professores e pesquisadores para olhar além do que é feito na universidade. “O pesquisador e os estudantes de engenharia precisam mudar a forma de pensar. Hoje, um engenheiro precisa considerar outras áreas como a saúde. Assim como os profissionais de saúde, precisam considerar a engenharia”, diz.

  1. Implicações éticas do uso da tecnologia 

Depois de anos de estudos, cientistas já conseguem identificar quais são os riscos do uso das tecnologias. É preciso então que haja uma discussão séria sobre os meios de prevenir o uso desses recursos e os problemas que isso pode causar, caso não seja utilizado da maneira mais correta ou mais ética. 

  1. O preço da tecnologia 

Com o avanço da tecnologia, Morya acredita que o futuro será mais democrático. Hoje, já é muito mais barato produzir interfaces mais complexas em laboratórios do que foi há 10 anos anos. Para isso, é preciso investir em pessoas. Serão os futuros estudantes e pesquisadores que vão determinar o alcance do que é produzido. 

  1. Tecnologia e educação 

A pandemia acelerou um processo que já estava em curso: usar a tecnologia a favor da educação. A partir dessa experiência, podemos entender novas formas de ensinar, aprender e também avaliar os estudantes. 

Texto: Juliana Destro 

Imagens: Reprodução | Experience Club 

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