“Nos próximos 10 anos, vamos evoluir o que não vimos nos últimos 300”. Foi com este espírito que Guga Stocco, CEO da GR1D, uma plataforma de inovação que permite às empresas se conectarem com diversas APIs, e cofundador da empresa de VC Domo Invest, falou para uma plateia de 140 executivos no Facilities Lab, realizado pelo Experience Club, no dia 11 de outubro, na Casa Charlô, em São Paulo.
Guga, que já passou por empresas como Microsoft e fi um dos fundadores do Buscapé, mostrou o panorama das disrupções dos últimos anos e falou sobre como os modelos de negócios mudaram. “As coisas estão acontecendo embaixo do nosso nariz. De repente, a disruptura aconteceu e passou”. Exemplos da Nova Economia, como Uber, Airbnb e Netflix, ilustram bem a fala de Guga.
Entramos na era da experiência. O Airbnb, por exemplo, deixou de ser apenas um negócio de real estate. Até 2022, estima-se que a maior parte do faturamento não será mais o compartilhamento de imóveis, mas sim os serviços de experiências oferecidos pela plataforma, como o programa Raízes na Cidade, por meio do qual são vendidas vivências gastronômicas com imigrantes.
Outro exemplo no setor de Real Estate é a Domio, uma plataforma tecnológica focada no setor de viagens, que está investindo na reforma de prédios antigos e disponibilizando as unidades para aluguel no conceito de “living as a service”, ou seja, há uma série de serviços agregados que vêm no pacote. A Peloton, uma empresa de US$ 4 bilhões, que fabrica smart bikes conectadas a um serviço de streaming, adquirido via assinatura, abriu um estúdio da marca em um dos edifícios da Domio.
“Vender é muito bom, mas se não precisar vender, é melhor ainda. É sobre a qualidade do serviço e sobre oferecer a melhor experiência. Se o produto maximiza a forma como eu trabalho, se facilita a minha vida, faz eu me sentir bem, eu naturalmente vou aderir a ele”.
CUSTO ZERO
O futuro da economia passa pela criação de uma “sociedade com custo marginal zero”. O conceito, trabalhado pelo economista e cientista social norte-americano Jeremy Rifkin, diz respeito a uma redução até praticamente zero dos custos de produção e distribuição de bens e serviços.
O Hyperloop, um sistema conceitual de transporte de alta velocidade que vem sendo desenvolvida pelo empreendedor Elon Musk, pretende trabalhar com este conceito, como explicou Guga. “A ideia é que o custo da passagem seja mínimo, a partir da criação de uma plataforma de viagens que contará com outros serviços agregados”.
Provocado pela plateia, Guga exemplificou como poderia ser criado um projeto de prédio residencial custo-zero. “É simples. Ao invés do investidor receber apenas pelo VGV, ele passa a ganhar em cima dos serviços agregados, como faxineira, lavanderia, delivery de comida, num conceito de casa inteligente em que o uso das tecnologias se faça presente e conecte todos esses benefícios”.
Texto: Luana Dalmolin
Imagem: Marcos Mesquita | Experience Club