“Não acredito em growth sem perenidade. O growth está a serviço da sustentabilidade do negócio. Do contrário, você simplesmente está acelerando contra uma parede”, diz Emilia Chagas, CEO da GrowthHackers.com, que recentemente esteve na LIVE “A Gestão do Growth” (assista aqui), organizada pelo Experience Club.
Ela entende que o crescimento deve estar orientado a ganhar mais mercado, a fidelizar clientes de forma que se crie uma máquina de crescimento para a empresa.
Para ela, os dados protegem a empresa de ideias intuitivas que podem significar perda de MKT Share, caso não sejam embasadas e testadas. Dado não alimenta nada sozinho a não ser que ele venha junto de uma IA que possa entregar insights, por exemplo.
“A chave está em como eu uso a criatividade dos times para olhar os dados, metrificar meus testes para enxergar o que está funcionando e só então escalar. Ou seja, ter em mente o crescimento, mas que ele não seja a qualquer custo”.
Confira alguns insights extraídos da participação de Emília sobre o tema. [Assista também ao vídeo e mergulhe no assunto]:
1) Tomada de decisões guiada por dados
Tanto os times de MKT, de Growth e de Produtos têm em sua rotina testes que são contínuos e deles nascem o aprendizado. Tudo que seja novo, seja uma funcionalidade, um conteúdo, precisa ser aferido e analisado. Isso significa que eu vou me basear nos dados, que muitas vezes estão dispersos pela empresa e pelas áreas. A análise dos dados é que vai me permitir a tomada de decisões: deu certo? ou não deu certo?
2) Road map da cultura de dados
É preciso tomar cuidado com a ansiedade na hora de implementar uma estratégia de growth. Prefira uma estratégia que comece por um time, por um produto, de forma que você possa ter uma espécie de “case interno”. É a forma mais inteligente de conquistar espaço. Querer resolver todos os problemas de uma vez, não funciona. E mais importante do que organização e normalização dos dados é a pessoas acreditarem neles. O primeiro passo do data warehouse é fundamental, mas dependendo do plano que se cria, não precisa ser o primeiro passo.
3) A quebra de silos
Os silos são grandes inimigos das corporações, pois eles inviabilizam a utilização da inteligência coletiva, ou seja, os vetores apontando para o mesmo lugar. Esta é uma grande dor para o growth acontecer.
4) A era do usuário
As empresas que estão mais avançadas em growth neste momento, que transformaram o growth em parte da cultura são aquelas que estão olhando para o usuário final como a grande máquina de crescimento. Estamos vivendo a era do usuário. Não basta convencer C-Level e gestor de área se eu não tenho o usuário engajado com meu produto. Temos empresas pequenas derrubando grandes players em função do nível de experiência do usuário. A experiência tem que ser fantástica porque é o usuário que vai indicar o meu produto ou serviço. Caso contrário, ele será meu detrator e aí eu perco mercado.
5) O erro é parte do crescimento
Quanto mais dados tivermos disponíveis para tomar uma decisão, mais certeira ela será. Mas isso não significa que não vá haver erros. Os times mais bem-sucedidos em growth do mundo têm uma média de 25% de acerto em seus testes. E temos que nos acostumar a isso. Quem tiver buscando acertar, vai crescer menos. Se eu realizo por a + b que aquela estratégia não deu certo, eu no mínimo estou economizando. Estou deixando de pôr na rua um produto/serviço que consumiria meu budget sem trazer o ROI esperado.