Eleições 2018. Coordenadores econômicos de campanha, Persio Arida (Alckmin), Mauro Benevides Fº (Ciro) e Gustavo Franco (Amoêdo) garantem ofensiva no Congresso na largada do mandato
Reforma tributária, revisão da Previdência Social e ajuste fiscal firme foram as garantias que os coordenadores econômicos da campanha de três presidenciáveis deram para turbinar a retomada do crescimento nos 100 primeiros dias do governo.
A promessa foi dirigida nesta terça-feira, 07.08, a mais de 200 CEOs e líderes empresariais durante a Confraria de Economia promovida em São Paulo pelo Experience Club. Sob moderação do diretor do BRICLab da Universidade de Columbia, o economista Marcos Troyjo, o debate sobre as eleições 2018 contou com a presença dos ex-presidentes do Banco Central Persio Arida e Gustavo Franco, assessores dos presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB) e João Amoêdo (NOVO). O ex-secretário da Fazenda do Ceará, Mauro Benevides Fº, representou o candidato Ciro Gomes (PDT). O evento teve abertura do ex-ministro da Fazenda do Chile, Andrés Velasco, que apontou a produtividade como um dos grandes entraves para o crescimento da economia brasileira.
Com diferenças de tom e ênfase em alguns aspectos, houve pouca divergência entre os três assessores econômicos dos candidatos em relação ao que precisa ser feito na largada do mandato. Arida bateu na tecla do “capital político” de início de governo, que não pode ser desperdiçado. “Vamos atacar em quatro frentes nos 100 primeiros dias de governo: reforma tributária, reforma do Estado, reforma política – com voto distrital puro ou misto – e um trabalho de ‘desconstitucionalização’ da gestão econômica, considerando muita coisa que precisa ser feita também em nível infraconstitucional”.
Franco concordou com a tese do colega e destacou apenas uma visão mais pró-mercado. “As reformas são essas em maior ou menor intensidade, mas o que precisa é deixar um recado claro de mudança em defesa de um modelo mais empreendedor e menos dependente do Estado”. Veja mais proposta de Franco aqui.
Benevides defendeu uma reforma tributária que seja “mais justa e reduza a burocracia”, mas insistiu especialmente na reforma previdenciária e um corte imediato de 10% no custeio da máquina pública. “Em toda a sua histórica política Ciro Gomes mostrou enorme compromisso com a responsabilidade fiscal e o equilíbrio das contas públicos será nossa grande prioridade no início do governo”.
Na opinião do moderador Marcos Troyjo, o debate apontou que alguns caminhos são muito claros para a recuperação do país na visão de todos as candidaturas. “É interessante constatar que, apesar da dissonância no campo político de candidatos como Geraldo Alckmin e o Ciro Gomes, há uma convergência evidente no campo econômico em cima do tema das reformas”, destacou o economista da Universidade de Columbia.
Texto: Arnaldo Comin
Foto: Marcos Mesquita/Experience Club