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Bem-vindo à era do "Pós-normal"

Em uma instigante apresentação repleta de cases e dados que devem promover um chacoalhão no mundo dos negócios nos próximos anos, o estudioso de Inovação e Economia Digital, Gil Giardelli, deixou os 150 CFOs que participaram do primeiro dia do CFO Week, do Experience Club, no Hotel Sofitel, no Guarujá (SP), sem piscar. Em uma espécie de alerta para essa ruptura promovida nos últimos tempos – e ainda longe de acabar -, Gil explicou que vivemos em tempos “pós-normais”, repletos de contradições, complexidade e caos.

E citou o MIT e uma frase emblemática do instituto que diz: “não se pode mudar o mundo sendo obediente”. O mundo inteiro encontra-se em plena mutação. Se de um lado a Estônia tem se destacado por ser um modelo em inteligência, por outro a Ucrânia sofre com a falta total de inovação e de empregos. O governo ucraniano, conta Gil, convocou a população de 1,5 milhão a compor seu DNA. O primeiro passo para uma grande mudança.

Enquanto isso, na França, o governo acaba de aprovar uma linha de financiamento para criar emprego e incentivar os franceses a inovar. “Se não inovarmos, ficaremos para trás”, afirmou Macron.

No universo corporativo, a Philip Morris também surpreendeu ao lançar, em janeiro, uma manifesto para a sociedade que não aceita mais o cigarro. Um caminho para se reinventar assim como a GE que decidiu por fim à era dos conglomerados.

Na nova era, da economia preditiva, há empresas que criam vitaminas para diferentes DNAs assim como fabricantes de roupas que abolem a mão de obra para fazer uso de machine learning. Esse é o caso da Zara, como foi mostrado por Gil em sua apresentação. A gigante espanhola da moda tem, por trás de seus tecidos, cortes e costuras, um grande investimento em Analytics, Big Data e muitas outras tecnologias e conceitos em um movimento em que conta com a ajuda do MIT.

Essas mudanças são apenas o primeiro passo das drásticas reinvenções que deverão ganhar força no mundo nos próximos trimestres. Se é para se preocupar? “Jorge Paulo Lemann se preocupou ao constatar que já há impressoras produzindo comida”, conta Gil, ao citar uma apresentação feita recentemente pelo dono da 3G. O bilionário disse que se sentia um dinossauro apavorado diante de tantas novidades em alimentação, algumas até envolvendo inteligência artificial.

 

Texto: Françoise Terzian

Foto: Marcos Mesquita/Experience Club

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