Conheça a trajetória do empreendedor social Wellington Vitorino, fundador do Instituto Four
Wellington Vitorino, 27 anos, empreendedor desde os 12, tem uma obsessão: transformar o Instituto Four em um projeto que se autofinancie até 2023. A iniciativa criada por ele em 2017 forma jovens lideranças com o propósito de solucionar os principais desafios do país.
“Estabelecemos um plano de cinco anos para que ele se torne 100% autossustentável. Hoje, nós estamos em 50% da nossa capacidade financeira, a meta para este ano é chegar aos 75% e finalmente aos 100% no ano que vem”.
Wellington começou sua trajetória empreendedora vendendo picolés dentro do Batalhão da Polícia Militar em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, onde nasceu. Aluno brilhante, cursou parte do ensino médio com bolsa integral na prestigiada Escola Parque e formou-se em Administração de Empresas no Ibmec, também com bolsa integral do Prouni.
Na sequência, veio a experiência que seria determinante na sua vida: em 2015, foi um dos 24 selecionados entre 60 mil inscritos para o programa Líderes da Fundação Estudar, instituição criada por Jorge Paulo Lemann, onde recebeu o prêmio de bolsista do ano.
Há seis meses, Wellington frequenta MBA do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Boston, onde está aperfeiçoando sua visão de futuro e modelo de gestão aplicado à transformação social. Dessa experiência, ele destaca a diversidade cultural. São 63 nacionalidades representadas entre os 450 alunos desta turma. “As métricas de diversidade do MIT e de outras escolas de negócios prestigiadas são globais. Isso faz toda a diferença”. O segundo ponto de destaque é o fato de os alunos contarem com “core team” formado por estudantes de diferentes backgrounds e experiências. Além disso, eles têm como mentores e tutores estudantes do segundo ano do MBA.
Desse aprendizado, ele pretende aperfeiçoar o modelo do Instituto Four, que conta com sete frentes, sendo as principais: o programa de liderança ProLíder, venda de tecnologia proprietária por meio do Four Leadership Training, o Four Summit, conferência anual que visa debater as principais áreas estratégicas do Brasil, com foco em inovação e tecnologia, e doações.
Sobre o futuro, Wellington se vê como uma liderança transformadora. “A minha busca é por fazer coisas relevantes tanto no terceiro setor quanto no segundo setor. E no longo prazo, entrar para a política”.
Cozinha do Amanhã, da chef Morena Leite, volta com aulas presenciais
Depois de dois anos sem encontros presenciais, o curso de Capacitação Profissional em Gastronomia Social do Instituto Capim Santo retoma sua atividade em suas cozinhas-escolas localizadas no sul da Bahia (Itacaré e Trancoso), na capital do Rio de Janeiro (Parque da Rocinha) e em São Paulo (capital e Barra do Sahy, litoral norte). A iniciativa faz parte do projeto Cozinha do Amanhã. O curso, que tem duração de quatro meses e 200 horas, se baseia em três pilares: gastronomia brasileira, técnicas internacionais e cozinha sustentável. Ao final, os participantes recebem certificado como auxiliar de cozinha e ganham acesso a uma plataforma digital, que conecta alunos e empresas do ramo da alimentação, como restaurantes e hotéis. Uma das novidades deste ano será uma turma em São Paulo exclusiva para mulheres atendidas pela ONG Bem Querer Mulher, que atua na prevenção e combate à violência contra as mulheres. A aula inaugural aconteceu no dia 8 de março com presença da chef Morena Leite.
Grupo Boticário reforça sua agenda ESG com Diversa Beleza
Lançado em janeiro deste ano, o movimento Diversa Beleza tem como objetivo questionar e ressignificar os estereótipos de beleza, e faz parte de uma agenda mais ampla de ESG do Grupo Boticário. No início de 2021, a empresa divulgou seus 16 compromissos de futuro, sendo parte deles (seis) voltados para alavancar a diversidade, equidade e inclusão até 2030. Neste mês, mais uma iniciativa ganhou vida, o banco de imagens Mulheres (In)Visíveis, feito em parceria com a 65|10, consultoria criativa especializada em mulheres. O banco disponibiliza 50 imagens que retratam a diversidade de tipos de peles em seus tons, texturas e características, considerando recortes de perfis vistos na população feminina brasileira. As imagens são de domínio público e são disponibilizadas no site do Grupo Boticário e na Adobe Stock.
Wunderman Thompson lança programa de aceleração de lideranças negras
O programa acontece em seis módulos e prevê encontros, mentorias e aulas de inglês para os colaboradores da agência de publicidade Wunderman Thompson Brasil. Todas as ações contam com consultorias lideradas por empreenderores e profissionais negros. Os encontros são liderados pela Indique uma Preta e abordam temas como letramento racial e racismo estrutural. A iniciativa também conta com apoio emocional aos profissionais acelerados com a psicóloga Milena Reis, co-fundadora da Clínica Preta. O programa ainda prevê formação para a atual liderança da agência em parceria com a consultoria Mais Diversidade. A meta até 2025 é chegar a 56% de profissionais negros na composição da agência, sendo 30% de líderes.
Três perguntas
Maitê Lourenço, fundadora da aceleradora BlackRocks
Como funciona o programa de aceleração da BlackRocks?
Estamos com as inscrições abertas para a terceira edição do Grow Startups, que nasceu em 2020 de uma parceria com o BTG Pactual. No decorrer do programa fechamos outras duas parcerias com a AWS e o TikTok. As startups selecionadas são todas de tecnologia, que é o foco da aceleradora, e passam por quatro meses de programa. Elas estão em estágio de pré-operação e operação inicial, o chamado early stage. Essa escolha não é aleatória. Nós entendemos que esta fase é crucial para validar o modelo de negócios e ampliar a rede e possibilidades futuras de investimentos. E vimos que funciona. A startup OnePercent que participou da primeira edição foi comprada durante o programa pela Moss, uma das mais conhecidas desenvolvedoras de soluções blockchain do país. Até agora foram 18 startups aceleradas.
O ecossistema de investimentos evoluiu na questão racial?
Há alguns anos havia ainda a necessidade de explicar que o racismo afetava esse ecossistema. Em 2022, digo que estamos no patamar de criar ações para resolver esse problema. A BlackRocks é uma das respostas. Ou seja, nós estamos mostrando que é possível integrar diversidade racial neste ecossistema de startups e venture capital. O que não nos limita a esse objetivo e sim amplia as nossas possibilidades de atuação e de gerar riqueza. Queremos acelerar startups que ganhem escala, sejam sustentáveis e que venham a ser unicórnios também. Hoje temos apenas uma startup unicórnio cofundada por um negro, o Robson Privado, da MadeiraMadeira. Há recursos disponíveis, mas uma parte muito pequena desse investimento chega a empreendedores negros. No estudo Blackout – Mapa das Startups Negras, constatamos que 32% dos negócios de inovação tecnológica liderados por pessoas negras tiveram acesso a capital para apoiar seus negócios e apenas 49% receberam suporte de aceleradoras e outros agentes de fomento – para não-negros foi de 57%.
Qual é o seu desejo para o futuro da BlackRocks?
São seis anos de história e quando comecei a BlackRocks e me perguntavam o que eu queria dali a cinco anos, eu dizia que meu desejo era que a empresa não existisse mais. Quer dizer, que no futuro a diversidade não seja uma ação diferencial, mas seja concreta em todos os espaços. Nós, da BlackRocks, queremos ser vistos como potencializadora de um hub de inovação e tecnologia. Não queremos nos tornar uma instituição limitada e muito menos investir na criação de unicórnios que contribuem para a precarização das condições de trabalho, mas sim em startups que criem soluções para melhorar a nossa sociedade. No fim, queremos ser a zebra.
Conheça a Linus, marca de calçados veganos
A fundadora e CEO, Isabela Chusid, partiu de um incômodo pessoal para criar a Linus, uma empresa de moda sustentável que tem em seu core business um único produto: sandálias de plástico veganas. Ao começar a trabalhar em home office, Isabela passava os dias descalça ou de chinelos, o que implicou em fortes dores nos pés com o passar do tempo. Ao procurar um ortopedista, foi aconselhada a usar um calçado com curvas de apoio. Correu atrás de produtos confortáveis, bonitos e sustentáveis e não encontrou nada que reunisse esses três atributos.
Assim, nasceu a sandália Linus, num processo feito a muitas mãos, com o apoio de engenheiros de material, ortopedistas, especialistas em palmilhas e designers. O material escolhido foi o PVC Ecológico Expandido, 100% reciclável, e os plastificantes e lubrificantes de origem animal foram trocados por produtos de origem vegetal. Desde 2018, empresa cresceu 400% por ano – sendo que no primeiro ano de pandemia da Covid-19 o crescimento foi de 700%. Em 2021, Isabela fez parte da seleta lista da Forbes Under 30.
Geledés e Fundo Malala juntos pelo direito à educação de meninas negras
Desde o final de 2021, o Geledés Instituto da Mulher Negra passou a integrar a Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala e a receber financiamento para desenvolver o projeto “Defesa do direito à educação de meninas negras”. Num período de dois anos, que se encerrará em 2023, a organização trabalhará com o mapeamento das agendas de raça e gênero nas políticas educacionais e com a formação de 5 secretarias municipais de educação para o desenvolvimento de um trabalho intersetorial de enfrentamento às desigualdades e garantia do acesso e permanência de meninas negras às instituições de educação básica.
Fique Ligado
Prêmio Mulheres Positivas com votações abertas até 13 de março.
BlackRocks e BTG Pactual com inscrições abertas para o programa Grow Startup até 27 de março.
Ambev oferece bolsas de estudos para mulheres trabalharem com tecnologia. Inscrições abertas até 23 de março.
EXAME abre inscrições para o Melhores do ESG 2022.
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