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A missão de uma Odontotech em busca do sorriso perfeito

Todo mundo conhece alguém que usa aparelho dental há tanto tempo, que parece até parte da fisionomia. Com ajuda das tecnologias digitais, a manutenção e ajustes periódicos no ortodontista podem estar com os dias contados.

Depois de invadir as grandes empresas, como montadoras de automóveis e as universidades, as impressoras 3D encontraram terreno fértil na Odontologia. A tecnologia leva para os consultórios dos dentistas previsibilidade, biossegurança e repetitividade de processos, pontos fundamentais para tratamentos mais rápidos e eficazes.

Em São Paulo uma das empresas que está e estruturando para liderar esse novo mercado é a Elevel. Lançada em dezembro do ano passado, a startup de ortodontia fabrica os próprios alinhadores transparentes usados em tratamentos ortodônticos 100% digitalizados.

Na primeira consulta o paciente já faz um escaneamento intra-oral, e por meio de um software 3D, o dentista identifica a melhor rota para as movimentações dos dentes. Os aparelhos são produzidos em laboratório próprio, a partir da impressão 3D do molde da boca. Ou seja, o processo não envolve papel ou moldes de gesso, como no modelo tradicional.

Todo o processo é digital e oferece um resultado mais eficaz, com duração entre 6 e 18 meses, permitindo tratar casos simples e complexos. O paciente também já sabe as etapas de troca do alinhador e é possível recebê-lo em casa. Em casos mais complexos, o paciente retorna à clínica periodicamente para avaliação do dentista.

“A tecnologia digital permite ao paciente um tratamento preciso, sabendo desde o primeiro dia o tempo de duração”. [autor]Hilton Almeida, sócio-fundador da Elevel.[/autor]

O empreendedor acrescenta que o benefício estético é outro ponto forte. “Os alinhadores transparentes são praticamente imperceptíveis e podem ser removidos para alimentação e higienização”.

Com máquinas de alto custo, a Elevel recebeu investimento inicial de R$ 20 milhões entre 2019 e 2020 da Odontoclinic, rede de franquias de clínicas odontológicas com mais de 200 unidades em 16 estados no Brasil. A rede, que encerrou 2019 com um faturamento de R$ 2020 milhões, alta de 12% em relação ao anterior, acaba de anunciar investimentos de R$ 28 milhões em 2020.

No caso da Elevel, a maior parte do investimento foi destinada à tecnologia digital (como scanners intra-orais, softwares de planejamento e impressoras 3D) e infraestrutura das unidades. A empresa inicia suas operações com 5 pontos em São Paulo (Augusta, Itaim Bibi, Paraíso, Pinheiros e Vila Olímpia). 

“A expectativa é abrir mais 10 unidades até o final do ano, metade na capital paulista e metade no Estado de São Paulo. A partir de 2021 vamos levar a Elevel para outros Estados”, diz Almeida, que não descarta um modelo de negócio híbrido no futuro, com lojas próprias e franquias.

Segundo o executivo, o mercado brasileiro de ortodontia deve alcançar 400 mil tratamentos por ano. “Nesse período, queremos conquistar 12,5% de market share, com 110 clínicas abertas em todas as regiões do país”. Com tíquete médio de R$ 4.500 a R$ 5.000, a Elevel foco nos públicos das classes A e B e espera alcançar cerca de 10 mil clientes ativos já no primeiro ano de atividade.

Revolução 3D 

Dados da consultoria especializada em tecnologia da informação IDC apontam que a impressão 3D deve movimentar US$ 35,4 bilhões no mundo até o final deste ano. Neste contexto, a odontologia digital vem ganhando relevância. Nos Estados Unidos, esse tipo de tratamento já representa 20% do segmento e no Brasil surge como a nova tendência. 

Na 3D Criar, especializada em vendas de impressoras 3D para diversos setores, a Odontologia já representa 15% do faturamento. A empresa atua há 5 anos no Brasil e vem acompanhando o aquecimento do mercado, que ainda tem muito espaço para crescer.

“Só 5% dos dentistas brasileiros tiveram acesso à Odontologia digital. Esperamos um crescimento acentuado no mercado de impressoras 3D, mas o caminho ainda é conturbado”. [autor]Daniel Huamani, diretor de tecnologia da 3D Criar.[/autor]

O executivo refere-se às máquinas de baixo custo que podem ser compradas pela internet por cerca de US$ 500 dólares, para uso doméstico e que não são indicadas para procedimentos de saúde.

Huamani conta que os investimentos para digitalizar um consultório de dentista giram em torno de R$ 130 mil, incluindo scanner, software e impressora 3D de qualidade. “No planejamento digital de um tratamento a precisão é muito maior. Para o paciente o benefício financeiro não é de longe tão grande quanto a eficácia. E para o dentista e laboratório só o custo de produção já vale o investimento”, diz o diretor de tecnologia da 3D Criar.

Além de alinhadores invisíveis, a impressora 3D possibilita a impressão de elementos odontológicos provisórios, próteses totais permanentes, placas de bruxismo, biomodelos para estudos pré-cirúrgicos, guias cirúrgicas, entre aplicações laboratoriais.

Sediada em São Paulo, a empresa atende clientes como Insper, SENAI, USP, Prefeitura de São Paulo, Ford, Natura, Eurofarma, Abbott, Hospital Albert Einstein e Escola Paulista de Medicina.

Texto: Andrea Martins

Imagens: Unsplash e Divulgação

 

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