A forçada migração do setor de serviços para o home office devido à pandemia já é fato mais do que conhecido. Mas recentes avanços tecnológicos podem trazer em breve uma segunda onda de trabalho remoto, relacionada a trabalhos que atualmente só são realizados presencialmente.
A Wired mostra como a empresa americana Phantom Auto está testando um sistema que permite a um operador de empilhadeira controlar o veículo a milhares de quilômetros de distância (imagem acima).
Com o auxílio de um grande monitor e acessórios que lembram controles de videogame, funcionários da Phantom Auto nos Estados Unidos já conseguem controlar empilhadeiras localizadas em armazéns na França. Caso os testes sejam bem sucedidos, a tecnologia chegará ao mercado até o fim deste ano, estima a empresa.
À Wired, especialistas observam que os avanços na área de Inteligência Artificial permitem criar máquinas cada vez mais autônomas. Mas a intervenção humana ainda é necessária em algumas operações. No caso das empilhadeiras da Phantom Auto, os veículos conseguem se deslocar sozinhos pelos armazéns, mas ainda é necessário um operador para manobras mais delicadas e para descarregar e carregar as caixas.
Iniciativas como a da Phantom Auto podem ajudar a resolver gargalos de mão-de-obra que atualmente prejudicam a logística de transporte em países desenvolvidos. Por outro lado, analistas alertam para o risco da precarização do trabalho e para os possíveis efeitos danosos da migração de mão de obra para países com salários mais baixos.
RH em alta
A Gupy – startup que atua na área de RH – anunciou ontem um aporte de R$ 500 milhões. É o maior aporte já feito em uma empresa fundada por mulheres na América Latina. A rodada foi liderada pelo SoftBank e pela Riverwood, com participação de Endeavor Catalyst e Oria Capital e Maya Capital.
Com o novo aporte, a empresa pretende consolidar sua plataforma de RH e fazer aquisições de soluções complementares. “O setor de RH demanda consolidação. É muito mais fácil ter um único fornecedor”, diz ao Startups.com.br Mariana Dias, cofundadora e presidente da Gupy.
A startup teve seu crescimento impulsionado pela pandemia, período em que muitos departamentos de RH foram forçados a digitalizar suas operações para se adaptar à nova realidade de home office. A plataforma da Gupy possui recursos que auxiliam no recrutamento, treinamento e retenção de funcionários. Para continuar sua trajetória de crescimento, a Gupy deve passar de 500 para 700 funcionários.
Futuro incerto
Figura-chave nos investimentos bilionários do Softbank na América Latina, Marcelo Claure deixou a operação na semana passada. Segundo o Brazil Journal, a saída de Claure coloca um ponto de interrogação sobre o futuro do fundo no Brasil e em outros países do continente. De acordo com fontes do site, Claure deve montar seu próprio fundo e é possível que seja apoiado por outros executivos trazidos por ele para o Softbank.
Ainda segundo o Brazil Journal, pessoas ligadas ao fundo temem que, com a saída de Claure, a operação da AL tenha menos independência em relação à matriz japonesa. “A América Latina é 2% da economia mundial, mas no Softbank ela é 10%, em grande parte graças ao prestígio do Marcelo lá dentro. O pior cenário aqui é ela ser reduzida à sua dimensão real,” disse ao site uma pessoa com trânsito no grupo.
Conforme noticiado pelo NY Times, a saída de Claure foi motivada por desavenças com Masayoshi Son, fundador do conglomerado Softbank. Uma delas teria sido sobre uma remuneração de cerca de US$ 2 bilhões pedida por Claure por sua atuação na remodelação da WeWork e outras operações. Masayoshi não acatou o pedido.
Atualmente, o Softbank tem quase US$ 8 bilhões investidos em 80 empresas na América Latina, incluindo nomes como a Buser, VTEX, Rappi, Creditas, Loggi, Loft e QuintoAndar.
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Curadoria e edição: André Cardozo
