Categories

Most Viewed

Ignorar candidato prejudica reputação da empresa

Um dos maiores pecados da área de RH das empresas é não tratar os candidatos a vagas como clientes. Receber currículos e fazer entrevistas pedem um terceiro passo que é o retorno. É preciso dar uma posição, mesmo que negativa, aos candidatos. E isso deve acontecer em um prazo máximo de sete dias, conforme sugere a americana Carmen Bryant, diretora global de Employer Insights do Indeed. Há casos de empresas que dão o retorno em apenas um dia.

“Seres humanos existem, mais ou menos, há 200 mil anos, com histórico de passagem para o convívio em comunidade. Hoje, as conexões sociais são extremamente importantes no ambiente de trabalho”, observa Carmen, referindo-se tanto ao processo de atração quanto de retenção. A executiva do Indeed é um dos destaques internacionais do RH Week, fórum de gestão de pessoas realizado pelo Experience Club, nos dias 21 e 22 de maio no Sofitel Jequitimar Guarujá (SP).

Pesquisas apontam que o sucesso no trabalho depende de uma palavra chamada relacionamento. Esse detalhe é fundamental para tornar o ambiente mais agradável e fluído e funcionários mais engajados. “A probabilidade de alguém que se sente bem no ambiente de trabalho continuar na empresa é de 113%, mesmo em casos de oferta de salários maiores.”

E isso não é uma percepção, mas uma informação embasada em inúmeros estudos e pesquisas ao redor do mundo. “Técnicos de contabilidade do Reino Unido dizem que o relacionamento com os colegas é a principal razão de continuarem no trabalho. Biologicamente, cognitivamente e espiritualmente, somos programados para ser amados, para fazer parte de um grupo”, explica Carmen.

Ter um bom amigo no trabalho, fazer um trabalho voluntário conectado à empresa onde se atua e se dar bem com a maioria tem o mesmo peso que um benefício oferecido além do salário.

Todo esse processo tem início, segundo economistas, no recrutamento. Se o RH não conseguir estabelecer “conexões humanas” com os candidatos, toda gestão de talentos da empresa pode ser afetada. Muita gente reclama que as empresas não ligam de volta, o que causa angústia e até desinteresse em voltar a se candidatar a novos cargos na mesma empresa. Isso mancha a reputação da companhia em questão como “empregadora”. “As pessoas não querem ser uma coleção de habilidades.”

Carmen enumera abaixo alguns conselhos para o RH que deseja a fazer a diferença:

  1. Ajudar seus funcionários atuais a construírem uma comunidade correta para seus colegas. “Um total de 54% disseram rejeitar grande aumento de salário se fosse para trabalhar em ambiente que não gostavam.”
  2. Responder aos candidatos como se eles fossem seus clientes. “Qual o desafio de responder rapidamente a uma vaga de emprego? A demora na resposta desencoraja o candidato a continuar ou trabalhar naquela empresa.”
  3. Recrutadores devem ser os defensores dos talentos. A grande missão de um recrutador, define Carmen, é fazer um talento se encontrar com o cargo. Na hora de abrir uma vaga, ela recomenda que se detalhe o cargo e o tipo de preparo do candidato.
  4. Como criar uma experiência mais humana. “Cerca de 38% das pessoas que buscam trabalho no mundo todo gostariam de ter um feedback sobre se candidatar nas empresas.” Quem não tem, dificilmente volta a se candidatar na mesma empresa. Mais tarde, um erro desses pode ser fatal no processo de atração de grandes talentos.

Texto: Françoise Terzian

Foto: Marcos Mesquita/Experience Club 

    Leave Your Comment

    Your email address will not be published.*

    Header Ad