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“Precisamos investir em análise de dados. Não temos margem para errar demais”

O momento não só exige, mas é propício à quebra de paradigmas e experimentações. No entanto, as decisões, mais do que nunca, devem estar atreladas à análise de dados e mensuração de resultados. Este é um dos insights trazidos na LIVE Empresas do Futuro, que aconteceu nesta segunda-feira, 20 de abril. Moderado pelo CEO do Experience Club, Ricardo Natale, o bate-papo contou com Soraya Bahde, People & Transformation Director da Alelo, Augusto Lins, Executive Partner da Stone, e Gabriel Costa, CMO / Growth da Singu.

“Esta é a hora de gerar resultados fora do comum com bem menos recursos” – Gabriel Costa

Se estamos num cenário de recursos mais escassos, as chances de errar diminuem. É por isso mesmo que Gabriel é enfático ao dizer que investir consistentemente em um sistema de análise de dados é crucial para a sobrevivência dos negócios. 

Outro fator destacado pelo CMO da Singu é que precisamos tomar riscos. “As empresas precisam começar a parar de pensar ‘eu sabia que poderia estar fazendo e não estou’. Quantos restaurante estão entrando para o delivery agora, tendo que fazer uma virada de chave traumática?”, questiona. 

Isso é ainda mais complexo em empresas de pequeno e médio portes.

“Vejo muito gestor que diz ‘eu conheço meu negócio e o meu cliente’, por isso não quer se arriscar” – Augusto Lins

Por isso, ele acredita que o caminho seja investir em alternativas de baixo custo para a implementação de novos serviços e soluções, como contratar uma empresa júnior ou recorrer a entidades como o Sebrae. 

E como bem coloca Gabriel, ter muito dinheiro não necessariamente é o que trará resultados. “O mal de empresa grande é que o dinheiro mata o caminho pouco ortodoxo, a criatividade”.

Para Soraya, estamos vivendo um momento de quebra de paradigmas, ainda que forçadamente. Ela menciona o comportamento dos clientes da Alelo que estão migrando do produto refeição para o alimentação e descobrindo ou retomando o hábito de cozinhar.

“Será que pós-pandemia essa pessoa que está se reconectando a uma nova forma de vida vai voltar atrás?” – Soraya Bahde

Outro ponto destacado por ela diz respeito a crenças de que certas coisas não funcionam à distância, como é o caso de entrevistas e treinamentos. “As pessoas estão se abrindo a novas experiências, como o e-learning. É claro que tem certas coisas que precisam da conexão presencial, mas será que teremos a mesma boa vontade para olhar para o orçamento de viagens, por exemplo?”. 

Ela diz ainda que o ambiente remoto é propício para implementação de rituais novos. “Transferimos todos os boards para o virtual. O feedback que tivemos até o momento é que para os rituais que envolvem muita gente, este modelo tem trazido uma experiência mais fluida”. 

PAPEL DA LIDERANÇA 

O trio concorda em um ponto: para que haja mudanças na organização, a liderança precisa ser o elo e acreditar nelas. “Todo mundo sabe que dados são importantes para a tomada de decisões. Mas, se a liderança não está interessada nos números, ninguém abaixo vai comprar”, diz Gabriel. 

O novo líder deve ter o mindset da experimentação. Além disso, é preciso estar atento à empatia e à saúde mental dos funcionários. “Meu time tem liberdade para opinar? Eu sei como as pessoas estão lidando com as suas preocupações? Precisamos olhar além da organização e promover uma conexão humana. O gestor de RH pode inventar mil coisas, mas se o líder não despertar para o fato de que ele é o elo, de nada adianta”, afirma Soraya. 

OUÇA SEUS CLIENTES 

Converse muito com seu cliente. Este é o conselho de Augusto, da Stone. “Hoje, eu gasto até 40% do meu tempo falando com eles. Para entender como está a vida do cara, como está seu capital de giro, se ele pagou a folha integral, se entendeu as possibilidades de ajuda do governo”.

Para ele, as empresas devem ter um papel de educação e mobilização. A Stone está à frente do movimento Compre Local, com foco nas pequenas e médias empresas. Além disso, a empresa vai destinar R$ 30 milhões de reais para garantir isenção de taxas nos pré-pagamentos e isenção de mensalidade e uma linha de R$ 100 milhões para microcrédito. “Fato é que de 50 a 70% dos nossos clientes não estavam preparados para vender fora da loja física. Precisamos ajudar a fazer o fluxo de caixa andar”. 

Ele conta ainda fecharam parcerias com empresas como a AmBev para a compra de vouchers, que poderão ser usados na pós-quarentena e que conta com um complemento de 50% do valor, garantido pela companhia de bebidas. Em duas semanas foram comercializados mais de 50 mil vouchers. Com a L’oréal, fecharam parceria com o Beleza Amiga, que funciona numa lógica semelhante. 

Texto: Luana Dalmolin

Imagens: Experience Club 

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