Em LIVE, debatedores apontam a análise de dados como gatilho para a inovação das empresas que irão se destacar no novo mundo. Esta foi a tônica da LIVE “O novo framework da inovação”, realizada pelo Experience Club nesta segunda-feira, 8 de junho. Para falar sobre este tema, nosso CEO Ricardo Natale moderou um debate com Cris Palmaka, CEO da SAP, Ricardo Cappra, Chief Scientist do Cappra Institute, e Simone Gasperin, Partner da Aerolito. Assista na íntegra.
“As empresas que sairão evoluídas são aquelas que vão estruturar seus dados para um propósito e, assim, ganhar relevância” – Cris Palmaka
Muitas organizações ainda se veem atrapadas em estruturas rígidas e setoriais, o que atrapalha qualquer processo voltado à inovação. O conhecimento deve circular, por isso é tão necessária a quebra de silos.
“As organizações dispostas a quebrar suas hierarquias serão as mais adaptáveis e as que terão mais agilidade em encontrar as respostas” – Simone Gasperin
Complementando este pensamento, o fundador da Cappra Institute diz que as organizações do futuro são as chamadas “Info Organization”, aquelas que são capazes de redesenhar seus negócios a parte dos dados disponíveis. Por isso, é importante rever as estruturas.
“Ao criar silos de informação, a empresa limita o poder e a autonomia de seus times” – Ricardo Cappra
O que se pode afirmar é que toda empresa será uma empresa de tecnologia. Mas, como pontua Simone, “temos que absorver a tecnologia com um olhar crítico”.
Separamos seis insights que podem contribuir para a construção de frameworks de inovação. Confira:
1-) Transformação analítica. Inevitavelmente, a nossa próxima evolução virá dos dados. A próxima onda será a da transformação analítica. E para desenvolver uma mentalidade analítica é preciso fazer uma fusão entre a tecnologia e o pensamento crítico. Ainda somos muito orientados por feeling, mas ele não é escalável. Empresas como Amazon, Facebook e Google têm seu valuation medido em cima da qualidade de seus dados.
2-) Mentalidade Data-driven. Há estágios de maturidade do pensamento data-driven. O primeiro é o da negação “já sei o que tenho que fazer, eu criei este negócio”; o segundo é o da descoberta do potencial dos dados em termos de hábitos e comportamento dos usuários; e o terceiro momento é o de testes. Em termos de índice de maturidade analítica ainda estamos na fase da curiosidade, testando muito pouco. Agora, por necessidade, os testes em cima de dados devem aumentar. Esta é uma curva que leva uns dois anos para acontecer.
3-) Dado é poder – É preciso refletir sobre o legado de informação que está sendo construído para que seja possível tomar decisões no longo prazo com base no que coletamos agora. Os dados podem e devem ser usados para uma sociedade melhor. E isso somente será possível se deixar um legado de informação e não baseado no indivíduo que está no poder ou em posição de liderança. O governo que usar bem os dados estará melhor conectado com a sociedade. No que se refere à coleta de dados ainda há muitos medos e preconceitos e frequentes ataques. Mas, para podermos criar serviços e soluções cada vez mais cirúrgicas e personalizadas, teremos que fornecer cada vez mais dados pessoais. O que precisamos é ter uma opção de troca de valor por essas informações.
4-) Segurança Psicológica – O erro faz parte da inovação. Muitas vezes o problema é a falha de comunicação. Até onde eu posso ir com o meu erro? Muito se fala em segurança psicológica, mas falta levar isso para o tangível, criar espaços para que as pessoas se sintam seguras e melhorar os fluxos de comunicação.
5-) Inovação passa pela Diversidade – A inovação, o processo criativo original, ele brota da diversidade de pessoas e opiniões e não do topo. Uma empresa que almeja a perenidade é aquela que dá voz e sabe extrair o melhor da pluralidade de culturas. De nada adianta apostar em uma aquisição de uma startup, por exemplo, se a organização sufoca o novo. A empresa precisa se abrir, do contrário, o que sobra é capital intelectual mal aproveitado. É preciso ter uma linguagem que unifique, que sirva para minimizar ruídos. Trabalhar a diversidade no curto prazo é horrível, dá trabalho. mas no longo prazo é a única solução.
6-) O papel da liderança. Antigamente, o bom CEO era “o mais vanilla possível”. Ou seja, aquele que não destoava. Hoje, a liderança está sendo convocada a se posicionar. Os CEOs estão assumindo o protagonismo com muito mais coragem. São muitos os estigmas no mundo corporativo, então é preciso boa dose de audácia para questionar o status quo. As lideranças têm que resolver o presente, mas tem que puxar o futuro.